sexta-feira, 10 de setembro de 2010

MANTRA

MANTRA - OS SONS DA ILUMINAÇÃO

Um mantra (tib. ngag / sngags, jap. shingon), proteção mental, é uma série de sílabas místicas que invocam a energia de um buddha ou bodhisattva. A repetição (sânsc. japa) de mantras no Vajrayana é tão importante que o buddhismo esotérico também é chamado Mantrayana, o Veículo do Mantra. Existem também os dharanis, mantras mais longos, e as sílabas semente (sânsc. bija) que sintetizam a essência da mente iluminada.Os antigos mahasanghikas tinham em seu cânone uma coleção especial de fórmulas mântricas chamada Dharani Pitaka ou Vidyadhara Pitaka. Os dharanis eram meios de fixar a mente sobre uma idéia ou pensamento, uma visão ou experiência obtida na meditação. Estes podem representar a quintessência de um ensinamento, assim como a experiência de determinados estados de consciência, que desta forma podem ser relembrados ou recriados deliberadamente a qualquer momento. Por isso também são chamados de suportes, receptáculos ou berços da sabedoria (sânsc. vidyadhara). Não são funcionalmente diferentes dos mantras, mas em certo grau nas suas formas, já que podem atingir uma extensão considerável e algumas vezes representam a combinação de vários mantras ou sílabas sementes (sânsc. bija-mantra), ou a quintessência de um texto sagrado. Eles eram tanto um produto quanto meio de meditação: "Através da meditação profunda (sânsc. samadhi), adquire-se uma verdade; através do dharani, ela é fixada e retida na memória". [...] Nos textos páli mais antigos [da tradição Theravada], encontramos mantras de proteção ou parittas para afastar perigos, doenças, cobras, espíritos, influências nefastas e outras, assim como criar condições benéficas como saúde, felicidade, paz, um renascimento feliz, riqueza e assim por diante.(Lama Anagarika Govinda, Foundations of Tibetan Mysticism)O fundamento filosófico da escola hindu Mimamsa influenciou o uso de mantras no buddhismo Mahayana e Vajrayana.

Em alguns sistemas hindus, diz-se que os mantras são sons primordiais que possuem poder em e por si mesmos. No tantra buddhista tibetano, os mantras não têm tal poder inerente — a menos que sejam recitados por alguém com uma mente focalizada, eles são apenas sons. Porém, para as pessoas com uma atitude adequada, os mantras podem ser poderosas ferramentas que ajudam no processo de transformação.(John Powers, Introduction to Tibetan Buddhism)Já que [as sílabas dos mantras] são os símbolos ou marcas do Dharma, elas são definidas como o selo de todos os buddhas. Já que a divindade e o mantra não são diferentes, elas são definidas com divindades por todos os yogis. Já que estas marcas têm a habilidade de abençoar o fluxo mental dos seres sencientes, elas são definidas com buddhas. Já que as bênçãos dos tathagatas estão misturadas com os fenômenos do amadurecimento karmicos, elas são definidas como aparência. Já que a sabedoria dos buddhas abençoou as sílabas, elas são definidas como indivisíveis.(Jamgön Kongtrül Lodrö Thaye, The Light of Wisdom)Um mantra não é nem uma "palavra mágica" nem um "encantamento". É um instrumento da representação e concentração mentais e por isso um recurso do poder mental (mas não de forças sobrenaturais). A raiz man significa "pensar", enquanto o sufixo tra exprime um instrumento, um recurso de acionamento. O efeito do mantra não depende, por conseguinte, de sua entonação — este é outro mal-entendido amplamente divulgado —, mas sim da atitude mental, das associações conscientes e inconscientes que são criadas através da intuição e dos exercícios a ela ligados.(Lama Anagarika Govinda, Reflexões Budistas)A relação entre a fala, a respiração e o mantra pode ser mais bem demonstrada através do método pelo qual o mantra funciona. [...] Através da pronunciação repetida, pode-se obter controle sobre uma determinada forma de energia. A energia do indivíduo está fortemente ligada à energia externa, e uma pode influenciar a outra. [...] É possível influenciar a energia externa, efetuando os assim chamados "milagres". Tal atividade é realmente o resultado de se ter controle sobre a própria energia, através do qual se obtém a capacidade de comando sobre fenômenos externos.(Chögyal Namkhai Norbu, Dzogchen)Para contar as recitações, geralmente se utiliza um rosário (sânsc. mala, japamala, tib. trengwa / phreng ba) de cento e oito contas. Na prática, considera-se que uma volta do rosário equivale a cem mantras; os oitos restantes servem para compensar os mantras recitados distraidamente.Os mantras nem sempre possuem um significado claro e muitos deles são compostos por sílabas aparentemente ininteligíveis. Mesmo assim, eles são efetivos porque ajudam a manter a mente quieta e pacífica, integrando-a automaticamente na concentração. Eles fazem a mente ser receptiva às vibrações muito sutis e, portanto, aumentam sua percepção. Sua recitação erradica as negatividades grosseiras e a verdadeira natureza das coisas pode ser refletida na claridade resultante em sua mente.(Lama Zopa Rinpoche, Wisdom Energy

O Mantra permite que tenhamos um renascimento feliz, aliás, essa é uma das principais utilizações do Mantra OM dentro do Tibet: A busca por um renascimento num mundo favorável, porque, segundo os tibetanos uma pessoa pode reencarnar no que é chamado de inferno, também como elementais da Terra, que são plantas, pedras, enfim, como animais, como pessoas ou como “Devas” (anjos), que são seres que não têm corpo, é a ressurreição que Cristo tanto falava, tu não és mais corpo e tu passas a ser, digamos, simplesmente a tua alma, sem corpo físico. Reencarnação é voltar para o corpo e ressurreição é passear, viajar. Enfim, como uma alma, voltar ou não a carne, é uma opção.O OM nos ensina a meditarmos no som, no ritmo tranqüilo que é a devoção chamada de Bhakti.- “A essência de todos os seres é a Terra.”

- “A essência da Terra é a água.”
- “A essência da água são as plantas.”
- “A essência das plantas é o homem.”
- “A essência do homem é o verbo.”
- “A essência do homem é o conhecimento sagrado (Rigveda).”
- “A essência do conhecimento sagrado é a música divina (Sámaveda).”
- “A essência da música divina é o OM.”ManiO Mani é o som da transformação. É considerado a jóia da mente ou a pedra filosofal, que nos dá a eternidade. Dentro do simbolismo OM Mani Padme Hum, Mani representa uma jóia brilhante, cintilante, perfeita, é considerado também como um cedro iluminado, que no Tibet é chamado de Vajra, que é o diamante da nossa própria mente e o que há de mais consciente nela.Textos Pali budistas dizem que todas as coisas são precedidas, dirigidas, e criadas pela mente e Mani seria uma mente mais sutil, refinada, compaixão que é a preocupação com todas as pessoas e seres vivos. A tolerância.O Mani cria a união com todos os seres, cria um Rúpa (forma). Karma Rúpa é o nome de uma forma de pensamento muitas vezes perversa ou egoísta e que pode, segundo as tradições esotéricas, criar um elemento conhecido como “miasma”, ou “encosto”, “obsessor” – um padrão negativo. O Mani atua como ecologia mental, criando um deva rúpa (anjo da mente). O som Mani atua no nosso manas, que é a nossa mente.O Mani representa o voto do Bodhisatiwa, um ser que escolhe o caminho de auxiliar todos os seres vivos.Padme ou PadmaPadme representa, a flor de Lótus. Ela nasce nos momentos onde há mais sujeira, mais dificuldade. Nasce da escuridão, abre suas flores somente após ter subido além da superfície do lodo.Padme ou Padma, ultrapassa este mundo. Existem pessoas que dizem “eu já passei por esta ou por aquela situação”. Já passou mas não ultrapassou, por isso que a situação vive se repetindo e esse som Padme é exatamente ultrapassar. Esse som representa a flor de Lótus que nasce. E cria emoções legais, o que é muito útil para as pessoas que têm dificuldades em lidar com as próprias emoções.Esse som confere iluminação ao corpo emocional, sensorial, perceptivos, formações kármicas negativas e a iluminação da própria consciência. Também, segundo heremitas meditadores, permite que viajemos no barco do Todol que é um guia na vida após esta vida, no mundo vindouro. No Tibet, não se fala em vida ou morte, só existe a vida, as pessoas nunca nascem e nunca morrem, elas estão “aqui” depois estão “lá”, enfim, esse som facilita nossa passagem para outros mundos. Físicos ou não.

Hum – Exorcizando tuas sombrasHum é representado como um som de limpeza, um grito de limpeza, um desafio a tudo aquilo que não é legal, aos nossos inimigos que, para alguns, são os pensamentos perversos, para outros são seres malignos, para outros, a ignorância e, para mim, o maior inimigo que temos é o ódio por qualquer ser e por nós mesmos.O Hum significa o espírito solto para voar, a libertação de tudo aquilo que não faz parte da nossa própria alma. O Hum é universal, total; a descida da eternidade para o nosso coração. O OM é o infinito e o Hum é o finito. Ambos são importantes, mas podemos dizer que o OM também é o meio para compreender o próprio Hum. A eternidade faz com que compreendamos o nosso próprio corpo, por isso o Hum é considerado como se fosse a matéria, como Buda tocando a própria Terra, a nossa mãe Terra, Gaia.

extraido de:

http://reiki.conhecendo.com.br/mantra.htm