terça-feira, 29 de março de 2011

Bonten e Taishaku

BONTEN E TAISHAKU - 1a. Parte - A

Pergunta: O que representam Bonten e Taishaku para os praticantes do Budismo Nitiren?

Resposta: Bonten (Brahma) e Taishaku (Shakra ou Indra) são considerados deuses budistas que protegem os ensinos corretos do budismo e os seus praticantes.
Os "deuses budistas" indicam as forças protetoras inerentes ao ambiente, que são ativadas pela fé contida nas orações da pessoa ao Gohonzon.

O budismo originou-se na Índia, onde as pessoas acreditavam numa grande variedade de divindades celestiais que, dizia-se, habitavam as encostas do Monte Sumeru e os céus. Com a veracidade de seus ensinamentos, o budismo conseguiu manifestar facilmente essas divindades como "deuses protetores" cuja função era proteger a Lei budista e seus seguidores. Uma assimilação semelhante de divindades nativas ocorreu à medida que o budismo se propagou pela China e pelo Japão. Tais divindades passaram a fazer parte do pensamento budista à medida que o budismo se desenvolvia e florescia nessas regiões.

Nos ensinos de Nitiren Daishonin, no entanto, os "deuses budistas" não são entidades separadas a quem as pessoas rogam por auxílio, mas manifestações de uma Lei Universal inerente na vida de todas as pessoas. Daishonin deixa isso bastante claro no escrito "Tratamento da Doença", no qual afirma: "A natureza fundamental da iluminação manifesta-se como Bonten e Taishaku, enquanto a escuridão fundamental manifesta-se como Demônio do Sexto Céu". (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 227.)

No diagrama do Gohonzon, vários deuses budistas constam à direita e à esquerda da inscrição central, indicando que são funções da Lei Mística universal, ou a vida do Buda.
Portanto, quanto mais uma pessoa se esforça para fortalecer a condição de Buda inerente dentro de si por meio da oração ao Gohonzon, maior é a proteção que poderá desfrutar.

Bonten e Taishaku - 1a. Parte - B

No escrito "As Três Espécies de Tesouros", Nitiren Daishonin afirma: "O budismo expõe o importante ensino de que, quando a natureza de Buda manifesta-se no interior, surge a proteção externa". (Ibidem, pág. 290.) Isto está de acordo com o princípio da unicidade da vida e seu ambiente.

Quando ativamos nossa natureza de Buda recitando o Daimoku ao Gohonzon, ativamos também as funções iluminadas inerentes ao ambiente objetivo. Essas funções são personificadas como "deuses budistas".

Os vários deuses budistas citados nos ensinos de Nitiren Daishonin, como Bonten, Taishaku, Nitten, Gatten e os Quatro Reis Celestes (Jikokuten, Zotyoten, Komokuten e Bishamonten), são considerados como funções da natureza e do Universo e, portanto, manifestações do Nam-myoho-rengue-kyo.

Em um discurso, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, comenta: "Nosso Daimoku tem a poderosa capacidade de ativar as funções protetoras do Universo, as quais são chamadas, na terminologia budista, de 'divindades celestiais' ou 'deuses budistas'.
Quando recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo, essas forças benéficas concentram-se atrás de nós. (...) Mesmo que pareça estarmos realizando a prática sozinhos, não é bem assim. Enquanto fazemos a oração, uma quantidade incalculável de divindades celestiais estão diante do Gohonzon, sentados ao nosso lado.

"Dessa forma, as forças protetoras do Universo reúnem-se e trabalham para proteger cada um dos senhores, manifestando-se em seu meio ambiente por intermédio das ações dos seres que estão ao seu redor, seus amigos e companheiros da prática da fé".
(Brasil Seikyo, edição no 1.656, 15 de junho de 2002, pág. A3.)
(Brasil Seikyo, edição no 1.930, 08 de março de 2008, pág. A8.)

Bonten e Taishaku - 2a. Parte - A

Pergunta: De que maneira recebemos a proteção dos deuses budistas como Bonten e Taishaku?

Resposta: Normalmente pensamos na "proteção dos deuses budistas" como algo pouco comum, tal como escapar de um acidente de carro ou constatar uma doença que, caso demorasse a ser percebida, poderia ser fatal.

Entretanto, as forças protetoras colocadas em funcionamento por meio da nossa fé adotam muitas formas, algumas das quais nem sempre são imediatamente reconhecíveis. As palavras benevolentes de alguém vindas justamente num momento de desânimo ou o fato de um objetivo pelo qual há muito oramos para conseguir não se manifestar até que tenhamos desenvolvido a boa sorte e a capacidade para manejá-lo com sucesso podem ser considerados como exemplos de proteção.

De qualquer forma, se abraçamos o Gohonzon com a determinação de atingir a iluminação e ajudamos os outros a fazerem o mesmo, a nossa vida será infalivelmente protegida. O Buda Nitiren Daishonin repetidamente incentiva seus seguidores a confiarem nisso e a fortalecerem a fé para, assim, receberem um apoio mais expressivo do ambiente.

Como a proteção não vem de fontes externas, mas de uma função de nossa própria natureza de Buda, podemos receber maior proteção fortalecendo a nossa fé. Daishonin enfatiza isso ao afirmar: "O Sutra de Lótus é uma espada poderosa. Entretanto, sua força depende daquele que a empunha". (The Writings of Nichiren Daishonin, pág. 953.)
Podemos entender essa passagem por meio do que o budismo denomina de interação dos quatro poderes. Os poderes do Buda e da Lei estão incorporados no Gohonzon e são manifestados pelos poderes da fé e da prática dos praticantes. Os poderes do Buda e da Lei não têm limites. Portanto, quanto mais manifestamos os nossos poderes da fé e da prática, mais desfrutamos dos benefícios do Gohonzon.

Bonten e Taishaku - 2a. Parte - B

Do ponto de vista da filosofia de vida, a proteção dos deuses budistas significa que as pessoas, coordenando harmoniosamente a vida com a lei de Nam-myoho-rengue-kyo, podem produzir excelentes condições em seus ambientes, tanto natural como social. Em outras palavras, significa que as funções dos deuses budistas estão contidas no próprio Nam-myoho-rengue-kyo. Além disso, as funções representadas pelos deuses estão contidas na vida das pessoas, as quais se manifestam pela recitação do Gongyo e do Daimoku ao Gohonzon.

Contudo, em um discurso, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, alerta: "A nossa fé não deve ser do tipo que ficamos sentados a esperar pelo auxílio dos céus, ou a depender de algo fora de nós. No budismo, podemos falar de [proteção das] divindades celestiais, as funções protetoras do Universo, porém somente nós próprios podemos ativar essas funções. Nós próprios devemos marcar o nosso próprio caminho na vida, abrir as portas do depósito de tesouro interior, extrair nossa sabedoria e pavimentar o caminho da vitória em prol das pessoas. Esse espírito de luta é o modelo de conduta humana ensinado no Budismo Mahayana e por Nitiren Daishonin". (Brasil Seikyo, edição no 1.238, 21 de agosto de 1993, pág. 3.)

Bonten e Taishaku - 2a. Parte - Final

Ele também comenta: "Quando uma pequena engrenagem encaixa seus dentes aos de uma engrenagem maior, conseguirá se movimentar com uma força extraordinária, o que não faria por si própria. Da mesma forma, quando fundimos o microcosmo de nossa própria vida à vida do Universo, somos capazes de manifestar uma ilimitada força que nos permitirá superar quaisquer dificuldades. Todos os deuses budistas, budas e bodhisattvas das dez direções — as funções protetoras do Universo — serão ativadas para que possamos concretizar nossas orações. (...) O Nam-myoho-rengue-kyo é o som do grandioso ritmo do Universo, a fonte propulsora de toda a atividade universal, e também o coração e a essência do Universo. A Lei Mística é a fonte de todas as mudanças. É por isso que quando recitamos a Lei Mística — o Nam-myoho-rengue-kyo — conseguimos ativar as forças do Universo para nos apoiar.

Fontes: • A Vida de Nitiren Daishonin. • Os Escritos de Nitiren Daishonin — Glossário. • Brasil Seikyo, edição no 1.657, 29 de junho de 2002,

pág. C2. • Ibidem, edição no 1.840, 22 de abril de 2006, pág. A8. • Ibidem, edição no 1.875, 13 de janeiro de 2007, pág. A2. • Ibidem, edição

no 1.931, 15 de março de 2008, pág. A8.

domingo, 27 de março de 2011

GLOSSÁRIO BUDISTA

GLOSSÁRIO BUDISTA



- A –



A PUREZA DA APARÊNCIA E DA EXISTÊNCIA QUE PERMEIA TUDO (snang srid dag pa rab’bayams) – Um termo usado especialmente no ensinamento dos Tantras Internos que demonstra serem todos os fenómenos inerentemente perfeitos; os cinco agregados são os cinco budas masculinos e assim por diante.



ABIDHARMA (chos mngon pa) – Uma das três partes do Tripitaka, as palavras do Buda. Ensinamentos sistemáticos em metafísica que focalizam o desenvolvimento da sabedoria discriminativa ao analisar os elementos da experiência e ao investigar a natureza das coisas existentes. Os principais comentários do Abidharma são o Abidharma Kosha, por Dignaga, do ponto de vista da perspectiva Hinayana, e o Abidharma Samucchaya, por Asanga, do ponto de vista Mahayana.



ACUMULAÇÃO DE MÉRITO (bsod nams kyi tshogs) – Acções virtuosas ou práticas meditativas feitas pela mente conceptual; por exemplo, os conceitos de si mesmo, do facto e do propósito. Acções virtuosas com conceitos



ACUMULAÇÃO DE SABEDORIA (ye shes kyi tshogs) – Acumulações virtuosas ou práticas meditativas abarcadas pela sabedoria discriminativa do “insight” na vacuidade, mente nua, livre de pensamento conceptual. Acções virtuosas abraçadas pelo conhecimento criterioso de olhar para dentro da vacuidade.



ALCANÇAR (thob pa) – A terceira das três experiências de aparência, aumento e alcançar. Essa experiência corresponde à dissolução dos sete estados de pensamento resultantes da estupidez e é acompanhada pela percepção de escuridão.



APARÊNCIA (snang ba) –

1. Uma impressão dos sentidos ou ocorrência mental; tudo o que é experimentado pela mente consciente. Uma pessoa normal sempre sente que as aparências estão “lá fora” e separadas do percebedor. Enquanto na filosofia budista Mahayana, as aparências são compreendidas, primeiro, como apenas eventos mentais, livres de existência inerente e finalmente além de construções tais como: surgir, permanecer e cessar. No Vajrayana, isto é, do ponto de vista do estado desperto auto-existente, as aparências são primordialmente indivisíveis da vacuidade e, dessa maneira, uma expressão pura dos budas e bodhisattvas masculinos e femininos; isso é chamado “a pureza que tudo abarca, de tudo que aparece e existe”.

2. Um dos três estágios subtis de dissolução.



ARHANT (dgra bcom pa) – “Destruidor de inimigos”; alguém que conquistou os quatro maras e alcançou o nirvana, o quarto e final resultado do caminho Hinayana.



ATI IOGA (shin tu rnal’byor) – O terceiro dos três Tantras Internos. Enfatiza, de acordo com Jamgon Kongtrul o Primeiro, a visão que a libertação é alcançada através de acostumar-se ao insight na natureza da iluminação primordial, livre de aceitar e rejeitar, de esperança e de medo. A palavra mais comum para Ati Ioga hoje em dia é Dzogchen, Grande Perfeição.



AUMENTO (mched pa) – A segunda das três experiências de aparência, aumento e alcançar corresponde à dissolução dos quarenta estados de pensamento que resultam do desejo e é acompanhada por uma percepção de vermelhidão.



AVADUTI (sânscrito) – O canal central subtil dentro do corpo. Ele corre da base da espinha à coroa da cabeça.



AGREGADOS, CINCO (S: skandha; T: phung-po; montón). Forma, sensação, discernimento, composição mental e consciência. Estes cinco fenómenos mentais constituem o conjunto da experiência dos seres e são tomados erradamente por uma entidade individual o "eu". Na realidade, são fenómenos impermanentes e sem entidade própria. O "eu" é como um carro: se desmontamos todos os elementos que o compõem, não fica nenhuma entidade independente que possa ser identificada como sendo o carro.



AKSHOBYA (S: Aksobhya; T: mi-bskyod-pa; inmutable). Um dos cinco Budas que personificam as cinco gnosis do Dharmakaya. Akshobya personifica a gnosis como um espelho, assim como a familia vajra. O seu mantra tem um grande poder de purificação.



AMIGO ESPIRITUAL (S: kalyanamitra; T: dge-ba'i-bshes-gñen). Expressão típicamente mahayana para designar o mestre ou preceptor espiritual.



AMITABHA (S: Amitabha; T: 'od-dpag-med; luz infinita). Um dos cinco Tathagatas que personificam as cinco gnosis de Buda. Amitabha personifica a gnosis descriminativa e a familia do lotus, e preside ao paraíso búdico de Sukhavati. O buda chefe da família de lotus. A manifestação da sabedoria criteriosa.



AMITAYUS (S: Amitayus; T: tshe-dpag-med; vida infinita). Outro aspecto do Buda Amitabha, cuja prática proporciona longevidade.



AMRITA. Ver ELIXIR.



ARHAT (venerável; T: dgra-bcom-pa; o que venceu o inimigo). Alguém que chegou ao mais alto nivel de santidade no caminho Hinayana. O nirvana do Arhat é um nirvana incompleto e temporal. Alguém que conquistou as quatro Maras e atingiu o quarto e final estádio do caminho Hinayana. Está liberto das emoções e do sofrimento do Samsara mas não atingiu ainda o estado búdico. O que venceu os inimigos – o nascimento, a doença, a velhice e a morte- através da prática do Pequeno Veículo. Liberto das emoções e do sofrimento do samsara, não atingiu ainda a perfeita Iluminação. Não tendo realizado a vacuidade, não lhe é possível dissipar os véus subtis provocados pelo apego à realidade dos fenómenos. Deve ainda ultrapassar o limiar do Grande Veículo para continuar a progredir até ao Estado de Buda.



AVALOKITESHVARA (T: spyan-ras-gzigs dbang-phyug; grande ser de olhar penetrante). A divindade mais popular do budismo tibetano, personificação da compaixão de todos os Budas. O Buda da compaixão. Um dos oito principais Bodhisattvas.



ALL-ENCOMPASSING PURITY – os elementos e skandhas do mundo e dos seus seres, são, nos seus aspectos mais puros, os cinco homens e cinco mulheres budas.



ALL-GROUND – literalmente quer dizer a “fundação de todas as coisas”, a base da mente e ambos os fenómenos puros e impuros.



ANANDA – um dos dez mais próximos discípulos de Buda.



ANU YOGA – o segundo dos três tantras interiores: Maha, Anu e Ati.



ABERTURA DE BRAHMA – a abertura no topo da cabeça, oito dedos abaixo da linha dos cabelos.



APARÊNCIA E EXISTÊNCIA – tudo o que pode ser experimentado (os cinco elementos) e que tem uma possibilidade de existência (os cinco agregados). Este termo normalmente refere-se ao mundo e aos seres sensientes.



APARIÇÃO, AUMENTO E ATINGIR – os três estados no processo de dissolução quer no momento da morte ou quando adormecemos.



AWARENESS (consciência desperta) – no contexto da via do Dzogchen ou Mahamudra, significa consciência desprovida de ignorância e fixação dualística.



ACÇÕES, NATUREZA DAS ACÇÕES - uma acção, qualquer que seja a sua aparência, é prejudicial ou negativa se for fonte de sofrimento, e virtuosa ou positiva se for fonte de felicidade. Uma acção nunca é negativa ou positiva em si mesma ou independente de causas exteriores; a sua natureza é determinada pelas consequências que produz e pela motivação que a origina.

ACÇÕES PREJUDICIAIS OU NEGATIVAS - são dez; três dizem respeito ao corpo — [1] matar, [2] roubar e [3] má conduta sexual; quatro referem-se à fala — [4] mentir, [5] palavreado inútil, [6] caluniar e [7] violência verbal; três dizem respeito à mente — [8] invejar, [9] querer mal e [10] manter visões falsas.



ACÇÕES VIRTUOSAS OU POSITIVAS - toda a acção que tem por motivação o bem dos seres e por resultado o alívio do sofrimento, a felicidade temporal ou a felicidade última.



ACUMULAÇÃO DE MÉRITOS E DE SABEDORIA - realizando numerosas acções positivas, acumulamos a energia positiva, ou méritos, necessária para progredir no caminho. Reconhecendo a natureza desses méritos e de todos os fenómenos — a vacuidade —, desenvolvemos a sabedoria. Méritos e sabedoria são as duas rodas do veículo que conduz à iluminação.



AJITA - veja Maitreya.



AKASHAGARBHA SUTRA - Discurso da Essência do Céu.



APENAS MENTE - veja Chittamatrins.



ÁRVORE DOS DESEJOS - veja Kalpadruma.



AKASHAGARBHA - nome de um Bodhisattva.



ANTIDEUS - veja Asura.



ASURA - semideuses, antideuses, titãs; batalham constantemente contra os devas, de quem invejam as riquezas.



AVICHI - o mais intenso dos dois infernos quentes.



AH - Segundo as escrituras mahayana, o AH é a origem de todos os sons, expressões e letras; ele é não-nascido, não-criado, não-produzido, e é receptivo, puro e naturaL Ele não transmite nenhuma expressão conceitual, mas manifesta a natureza primordial da unicidade, o vazio.



APEGO AO "EU " - O conceito da percepção de si mesmo ("eu" e "meu") ou dos outros seres e coisas ("ele" ou "ela", "isto" ou "aquilo") como se fossem entidades realmente existentes.



AUDITORES OU SHRAVAKAS – escutam os ensinamentos, praticam-nos e transmitem-nos. Discípulos do Hinayana, apenas visam a libertação individual e, por consequência, não atingem a Budeidade.



ALAYA – termo sânscrito que significa “reserva”; o “fundamento de tudo”, termo que designa o fundamento do espirito e dos fenómenos, quer sejam impuros ou puros. Esta palavra tem significados diferentes em função dos contextos. Por vezes, como neste caso, alaya é sinónimo de “Natureza de Buda” ou de Dharmakaya. Na maior parte dos casos, todavia, este termo refere-se a um estado neutro do espirito dualista que serve de receptáculo das impressões deixadas por todas as nossas acções físicas, verbais e mentais.





- B -



BARDO DA MEDITAÇÃO (bsam gtan gyi bar do) – O estado do bardo da meditação toma lugar dentro do bardo desta vida. Quando o praticante recebeu as instruções que apontam, esse bardo é o período que começa ao reconhecer-se a natureza da mente e termina quando se está distraído desse reconhecimento.



BARDO DESTA VIDA (skye gnas kyi bardo) – O período entre ser concebido num útero até encontrar uma causa irreversível de morte. “Esta vida” literalmente significa “Nascer e permanecer vivo”.



BARDO DO DHARMATA (chos nyid kyi bar do) – O período desde a morte até emergir-se num corpo mental no bardo do vir-a-ser. Dharmata significa “natureza inata”. No “Bardo Tantra da União do Sol e da Lua”, escondido como um tesouro por Padmasambava, e revelado por Pema Lingpa, o bardo do dharmata é descrito como uma sequência de sete estágios de dissolução muito subtis: “consciência a dissolver-se no espaço”. A este se segue “espaço a dissolver-se em luminosidade”, “luminosidade a dissolver-se em união”, “união a dissolver-se em sabedoria”, “sabedoria a dissolver-se em presença espontânea”, “presença espontânea a dissolver-se em pureza primordial”, e finalmente “a sabedoria omnisciente da pureza primordial a dissolver-se na sabedoria da tripla união”.

O bardo do dharmata dá-se quando as aparências desta vida subsistem, não há mais corpo físico nem experiência condicionada. Tudo que é percebido é “fenómeno puro”, os sons, as cores e as luzes do dharmata, a nossa natureza inata. A pessoa que não ganhou estabilidade nesse estado vai tornar-se, mais uma vez, presa da ignorância e das tendências habituais: a experiência dualista re-ocorre e o bardo do vir-a-ser começa.



BARDO DO MORRER (chi kha’i bar do) – O período do início do processo do morrer até o fim dos três estágios de dissolução subtil.



BARDO DO SONHO (rmi lam gyi bar do) – O período que vai desde o adormecer até ao acordar de novo. Essa duração deve também ser abarcada pelas instruções orais do mestre.



BARDO DO VIR-A-SER (srid pa’i bar do) – O período que vai do surgir da confusão e do emergir num corpo mental até entrar-se no útero da próxima vida. É o tempo em que se procura um novo renascimento. A expressão “vir-a-ser” aqui significa “possibilidade”.



BASE DE TUDO (kun gzhi, em sânscrito alaya) – Literalmente significa a “fundação de todas as coisas”. A base da mente e dos fenómenos puros e impuros. Essa expressão tem sentidos diferentes a depender do contexto em que está inserida e deve ser compreendida de acordo com ele. Algumas vezes é sinónimo de natureza de buda ou dharmakaya; outras vezes, refere-se ao estado neutro de mente dualista não abarcado pelo estado desperto inato.



BEM-AVENTURANÇA, CLARIDADE E NÃO-PENSAMENTO (bde gsal mi rtog pa) – Três experiências meditativas temporárias. A fixação nelas planta sementes para renascer nos três reinos do samsara; sem fixação, elas são adornos dos três kayas.



BINDUS (thig le) – As essências vermelha e branca. Esferas ou círculos de luz.



BODHICHITA (byang sems, byang chub kyi sems) – a aspiração de atingir a iluminação para ajudar todos os seres. A mente da iluminação, pensamento da iluminação; o voto de atingir a iluminação com o único fim de libertar todos os seres do sofrimento e de conduzi-los ao estado búdico. Trata-se também do conjunto de práticas que permitem a realização deste voto. “Estado desperto da mente” 1. A aspiração para alcançar a iluminação para o benefício de todos os seres. 2. No contexto de Dzogchen ou Mahamudra, o estado desperto inato da mente; sinónimos de rigpa, estado desperto. 3. A gota de líquido que, algumas vezes, aparece através das narinas depois da morte. Geralmente traduzido por “Pensamento da Iluminação” ou “Espirito de Iluminação”. Este termo é o ponto fulcral do Grande Veículo. Ao nível relativo, é o voto de atingir a Iluminação para ajudar todos os seres, bem como o conjunto de práticas que permite realizar esse fim. Ao nível absoluto, designa a vacuidade, ou seja, a compreensão directa da natureza última do ego e dos fenómenos.



BODHICHITA DE APLICAÇÃO (‘jug pa’i byang chub kyi sems) – Ao ter tomado o voto dos bodhisattvas, o praticante tenta implementar o desejo de libertar todos os seres. Compreende principalmente a prática das seis Paramitas.



BODHICHITA DE ASPIRAÇÃO (smon pa’i byang chub kyi sems) – Motivado por amor e compaixão por todos os seres com consciência, o praticante desenvolve o desejo de libertar todos os seres da existência samsárica. Compreende principalmente os quatro pensamentos incomensuráveis.



BODHISATTVA (byang chub sems dpa’) – Alguém que desenvolveu bodhichita, a aspiração de alcançar a iluminação para o benefício de todos os seres com consciência; em especial, um nobre bodhisattva que alcançou o primeiro nível. Todo aquele que fez o voto de atingir a iluminação para o bem de todos os seres. Alguém que desenvolveu o espirito de Bodhicitta, a aspiração de atingir a iluminação para o beneficio de todos os seres. Um praticante do caminho de Mahayana; especialmente o que atingiu o primeiro bhumi. Ser da iluminação; aquele que se liberta do Samsara realizando todas as qualidades da iluminação, mas, ao mesmo tempo, manifesta-se por compaixão para ajudar os seres. Progride até ao estado búdico, aprofundando a sua realização da vacuidade unida à compaixão. Nunca age por interesse pessoal: todas as suas acções, palavras e pensamentos são consagrados ao bem dos outros. Literalmente “Herói do Espirito de Iluminação”. Designa aquele que segue a via da compaixão e das Seis Perfeições Transcendentais. Libertando-se do ciclo das existências pela realização de todas as qualidades da Iluminação, continua a manifestar-se por compaixão, para ajudar os seres.



BRANCURA (dkar lam) – O primeiro estágio dos estágios de dissolução subtil de aparência, aumento e alcançar.



BUDA (S: buddha; desperto; T: sangs-rgyas; purificado e expandido) - Refere-se, em sentido externo, a qualquer ser que manifestou totalmente o potencial absoluto da sua mente, e em especial ao Buda Shakyamuni. Também designa o próprio princípio da iluminação e da omnisciência. Refugiar-se no Buda significa tomar a sua vida como exemplo e propor-se encontrá-la na sua própria mente. Iluminado, desperto; aquele que dissipou a obscuridade dos dois véus (o véu das emoções negativas e o véu que mascara o conhecimento) e que desenvolveu os dois tipos de conhecimento (o conhecimento da natureza última de todas as coisas e o conhecimento de todos os fenómenos) – O Iluminado, O Desperto, que abandonou completamente todos os obscurecimentos e aperfeiçoou todas as boas qualidades. Um bodhisattva perfeito depois de alcançar a verdadeira e completa iluminação é conhecido como um buda. O Buda, geralmente, refere-se ao Buda Shakyamuni, o Buda desta era, que viveu na Índia por volta do sexto século antes de Cristo. Houve inúmeros budas em eons passados, que manifestaram o caminho da iluminação. Neste Bom Eon corrente, existirão mil budas dos quais Buda Shakyamuni é o quarto.



BUDA SAMANTABADRA (sangs rgyas kun tu bzang po) – O estado de budeidade iluminada primordial do qual todos os outros budas das mandalas pacíficas e iradas emanam. Esse princípio búdico é a fonte última de todos os tantras do Vajrayana.



BUDA SHAKYAMUNI (sangs rgyas sha kya thub pa) – O Buda histórico, visto como o principal mestre da nossa era actual.



BUDAS PACÍFICOS E IRADOS (zhy khro) – Os quarenta e dois budas pacíficos: Samantabadra e Samantabhadri, os cinco budas masculinos e femininos, os oito bodhisattvas masculinos e femininos, os seis munis e os quatro guardiões dos portais masculinos e femininos. Os cinquenta e oito budas irados: os cinco herukas masculinos e femininos, as oito yoguinis, as oito deusas tramen, as quatro guardiãs femininas dos portais e as vinte e oito Shvaris.



BAISHAJYAGURU (S: Bhaishajyaguru; T: sman-bla; guru da cura) - Chama-se também "o Buda da medicina". A sua prática elimina as enfermidades e proporciona uma boa saúde.



BHAGAVAT (S: bhagavat; bendito, adorável; T: bcom-ldan-'das; conquistador, dotado e trascendente) - Epíteto de Buda.



BARDO – estado intermediário. Normalmente refere-se ao período entre a morte e o próximo nascimento. Para o Budismo, depois da morte há um bardo, um período de transição, depois do qual renascemos em outra vida. No bardo, se estivermos preparados, podemos realizar a natureza última e todas as aparências podem manifestar-se como unicidade.



BHIKSHU – um praticante que fez a promessa de respeitar os 253 preceitos de um completo monge ordenado.



BHUMI – os níveis ou estádio dos Bodhisattvas: os 10 níveis dos últimos três dos cinco caminhos de Bodhisattva. Terra do Bodhisattva; diferentes níveis na progressão do Bodhisattva, desde a primeira terra, onde realiza o sentido da vacuidade, até à décima, depois da qual se torna um Buda. 0s dez estágios que um bodhisattva percorre através da sua saga para a completa e perfeita iluminação. Esses dez estágios correspondem aos últimos três dos cinco caminhos do Mahayana. Veja também “Dez Bumis”.



BLISS, CLARITY, AND NONTHOUGHT (felicidade, claridade e não pensamentos) – três experiências meditativas temporárias. Fixação nelas cria as sementes para a reincarnação nos três reinos. Sem fixação, são os enfeites dos três kayas.



BLISSFUL REALM (reino da felicidade) – o mesmo que Sukhavati, o reino puro do Buda Amitabha.



BRAHMA – o deus chefe dos reinos da forma.



BUDDHA NATURE (natureza de Buda) – Sugatagarbha, a essência dos sugatas; o potencial para a iluminação ou natureza iluminada que está presente em todos os seres sensientes.



BUDDHAFIELD (o campo de Buda) – um dos reinos das cinco famílias de budas, quer como sambhogakaya ou nirmanakaya.



BHADRAGHATA - a jarra do tesouro inesgotável, contém tudo o que se deseja.

BRÂMANES - membros da casta religiosa da Índia, considerada a mais elevada na tradição hindu.




BUDDHA SOLITÁRIO - veja Pratyekabuddha.





-C-



CAMPO DE BUDA (sangs rgyas kyi zhing khams) – De acordo com os sutras, um reino puro manifestado através da aspiração de um bodhisattva em conjunto com a virtude dos seres com consciência. De acordo com os tantras, uma expressão do estado iluminado. Existem campos de buda que são sambogakayas puros, semi-sambogakayas e semi-nirmanakayas, e também os reinos “nirmanakaya naturais”, tais como Sukavati, a terra pura do Buda Amitaba na qual o praticante pode renascer durante o bardo do vir-a-ser através da combinação de fé pura, mérito suficiente e determinação unifocada. Mundos onde os Budas aparecem e ensinam. Há uma infinidade para além do nosso mundo terrestre, considerado como o campo do Buddha Shakyamuni.



CAUSA E EFEITO (rgyu ’bras) – 1. A lei natural de originação interdependente. 2. A lei do karma.



CEM DIVINDADES PACÍFICAS E IRADAS (zhi khro’i lha brgya) – As quarenta e duas divindades pacíficas e as cinquenta e oito iradas que representam qualidades diferentes da natureza búdica. Veja “Budas pacíficos e irados”.



CHANG (chang) – Cerveja tibetana fermentada feita a partir de cevada.



CHITI IOGA (spyi ti’i rnal ’byor) – Uma das subdivisões da sessão de instruções do Dzogchen: Ati, Chiti e Yangti. Chiti é definida como a que cobre os pontos gerais do Dzogchen.



CHOKGYUR LINGPA (1829-1870) – Um revelador de tesouros e contemporâneo de Jamyang Khyentse Wangpo e Jamgon Kongtrul. Visto como um dos maiores tertons da história tibetana. As suas termas são amplamente praticadas, tanto pelas escolas Kagyu quanto pelas Nyingma.



CINCO AGREGADOS (phung po lnga) – Os cinco aspectos que compreendem os constituintes físico e mental de um ser com consciência: formas físicas, sensações, concepções, formações e consciências.



CINCO CAMINHOS (lam lnga) – Os caminhos da acumulação, da união, do ver, do cultivar e do além do treinamento. Esses cinco caminhos cobrem todo o processo da prática do Dharma, desde o do iniciante até o da completa iluminação.



CINCO PERFEIÇÕES (phun sum tshogs pa lnga) – O perfeito mestre, perfeito séquito, lugar, ensinamento e tempo. Esses cinco atributos caracterizam os reinos do sambogakaya.



CINCO SABEDORIAS (ye shes lnga) – A sabedoria do Dharmadatu, a sabedoria como o espelho, a sabedoria da igualdade, a sabedoria discriminativa e a sabedoria que a tudo abarca. Elas representam cinco funções distintas do thatagatagarba.



CINCO SUPRA SABEDORIAS (mngon shes lnga) – As capacidades de realizar milagres, o olhar divino, a audição divina, a lembrança de vidas passadas e o conhecer a mente dos outros.



COEMERGENTE (lhan cig skyes pa) – Nascida junto; coincidência da natureza das coisas (natural ou inata).



CONCENTRAÇÃO (ting nge ’dzin, Sânscrito: samadi) – Um estado de atenção unifocada. Veja “Samadi”.



CONTINENTE JAMBU (`dzam bu gling) – O nosso mundo conhecido, a parte mais ao sul dos quatro continentes na cosmologia budista clássica; assim chamado devido a ser adornado pela árvore jambubriksha (árvore de jambo).



CORPO DE ARCO-ÍRIS (‘já lus) – Fazer a passagem numa massa de luz de arco-íris sem deixar um cadáver para trás.



CORPO ILUSÓRIO (sgyu lus) – Uma das Seis Doutrinas de Naropa.



CORPO MENTAL (yid kyi lus) – Um corpo imaterial formado pelas tendências habituais, assim como a forma física imaginada que temos quando sonhamos.



CICLO DE EXISTENCIA (S: samsara; deambular, transmigrar; T: 'khor-ba; dar voltas) - A existência no estado relativo é um ciclo de mortes e reencarnações sem princípio nem fim, dentro dos distintos reinos dos três planos de existência. A sua causa fundamental é a ignorância, e a sua natureza característica é a insatisfação e o sofrimento.



COMPROMISO SAGRADO (S: samaya; encontro, acordo; T: dam-tshig; palavra sagrada) - É o voto relacionado com a prática de Vajrayana, e consiste em evitar 14 transgressões-raíz (que são a raíz ou a causa de cair nos reinos inferiores). São elas: 1-Depreciar o Guru. 2-Contradizer os ensinamentos dados por Buda ou pelo Guru. 3-Depreciar os irmãos vajra (os homens e mulheres que tenham recebido, connosco, iniciações do mesmo mestre). 4-Abandonar a benevolência para com os seres. 5-Em sentido geral, perder o espírito de iluminação. Em sentido interno, perder a essência vital através do prazer sexual (quando se está praticando fases avançadas do Vajrayana). 6-Menosprezar os diversos níveis do Dharma ou outros caminhos espirituais. 7-Revelar ensinamentos secretos a quem não está preparado para receber. 8-Considerar o corpo como algo impuro e maltratá-lo. 9-Duvidar da pureza do Dharma e abandonar a prática por falta de convicção. 10-Associar-se afectuosamente a pessoas más ou a inimigos do Guru e do Dharma. 11-Manter ideias erradas (nilismo ou eternalismo) acerca do Estado Natural, que transcende todo o conceito. 12- Fazer com que outros percam a fé no Dharma devido a não dar-lhes os ensinamentos que desejam ou dar-lhes ensinamentos pouco apropriados. (Noutros textos descreve-se este voto de forma distinta: insultar, maltratar ou criticar benfeitores e boas pessoas em geral). 13-Recusar as substâncias sagradas do mantrayana nas ocasiões em que devem ser usadas. (Em alguns textos descreve-se este voto de forma mais geral: guardar intactos os votos dos três yanas). 14- Menosprezar as mulheres.

O compromisso sagrado não se toma ao receber uma iniciação pública, a menos que o lama o indique. Normalmente, este tipo de iniciações conferem-se como benções e não como obrigação para um compromisso especial. Se recebe uma iniciação com o propósito expresso de praticar a sadhana correspondente, e se recebe as instrucções para ela, por exemplo ao iniciar um retiro de três anos, então toma-se automaticamente o compromisso sagrado. De certo modo, o compromisso sagrado começa no momento em que se estabelece uma relação estreita entre mestre e discípulo.

Segundo Ákong Rinpoché na samaya há três pontos essenciais. O primeiro é considerar o Guru como um Buda; considerar que é a essência dos três Raros e Supremos e das três Raízes, e, ao praticar uma divindade, que é ele a divindade. Há que cultivar e manter esta pureza de percepção, e apreciar cada vez mais as qualidades no Guru. Se se encontram defeitos nele, então rompe-se a samaya.

Em segundo lugar, conservar a pureza da linhagem. Isto é, não receber instruções ou iniciações de mestres que sejam antagónicos do nosso Guru ou do Guru do nosso Guru.

E em terceiro lugar, não associar-se com companheiros que sejam adversários do Guru. Estas duas últimas transgressões poluem tambem o compromisso sagrado.

O compromisso sagrado rompe-se com mais ou menos facilidade segundo o nível da prática que se está realizando. Por exemplo, praticar meditação mahamudra é mais perigoso, no que diz respeito à possibilidade de romper a samaya, do que praticar uma fase preliminar. É importante não apressar-se a realizar práticas avançadas sem ter firmeza no compromisso. O principal sempre é manter uma atitude mental pura, e praticar regularmente as cem sílabas de Vajrasattva para purificar possíveis transgressões.



CHAKRASAMVARA (S: Cakrasamvara; T: 'khor-lo sdom-pa, bde-mchog; ligar os chakras) - O principal Yidam da escola Kagyupa, cuja consorte é Vajrayoguiní.



CHANNELS, WINDS AND ESSENCES (canais, ventos e essências) – nadi, prana e bindu – os constituintes do corpo vajra.



CHARNEL GROUND – um local onde os corpos são deixados para decomposição.



CHO – literalmente quer dizer “cortar”. Um sistema de práticas baseado no Prajnaparamita, e introduzido por Machig Labdron, com o propósito de cortar com os quatro Maras e o auto-agarrar-se. Uma das oito linhagens práticas do budismo tibetano.



COEMERGENT IGNORANCE (ignorância coemergente) – a ignorância com que nascemos.



COGNITIVE OBSCURATION (obscurecimentos cognitivos) – o obscurecimento subtil de nos agarrarmos aos conceitos de sujeito, objecto e acção.



COGNIZANCE – a capacidade inerente à mente para o conhecimento.



COMPAIXÃO – no contexto do Dzogchen, um dos três aspectos: essência, natureza e capacidade. Compaixão aqui tem um sentido muito mais profundo do que bondade e do que o desejo de aliviar o sofrimento dos outros. É a expressão natural da indivisibilidade da vacuidade e luminosidade.



COMPOUNDS AND NONCOMPOUNDS (compostos e não compostos) – duas categorias de fenómenos de acordo com o sistema Abhidharma. Compounds são produtos dependentes de causas e condições e aparecem, mantém-se e desaparecem. Noncompounds, como espaço ou semelhante, são não condicionais.



CONCEPTUAL IGNORANCE (ignorância conceptual) – no Vajrayana, a ignorância de conceptualizar sujeito e objecto; no sistema dos sutras, impor ou aprender visões erradas; especificamente, na prática Mahamudra, refere-se a coisas conceptuais.



CONCEPTUALIZING THE THREE SPHERES (conceptualizando as três esferas) – manter os conceitos de sujeito, objecto e acção.



CONSTRUCTS (construções) – qualquer formulação mental. Uma construção conceptual que não é inata à natureza da mente.



CONTEMPLATING (contemplação) – no contexto de aprender, contemplar e meditar, significa reflectir no sentido dos ensinamentos que se recebeu bem como tirar quaisquer dúvidas e mal entendidos.



CONVENTIONAL TRUTH (verdade convencional) – o parecido, superficial e enganoso aspecto da realidade.



COPPER COLORED MOUNTAIN – o nome da terra pura do Guru Rinpoche.



CREATED NIRMANAKAYA (nirmanakaya criado) – uma emanação dos budas com o propósito de converter seres particulares.



CAMINHO - treino ou prática espiritual que permite libertar-se do Samsara e depois atingir o estado búddhico.



CAMINHO DO MEIO - veja Madhyamika.



CAMPOS DE MÉRITO - todos os que nos dão a ocasião de praticar a generosidade, a oferenda, a devoção, etc., e portanto de acumular méritos e sabedoria. Dizem respeito tanto aos seres sensientes quanto aos Budas. Todos os que nos dão a ocasião de praticar a generosidade, a oferenda, a devoção, etc, e portanto de acumular méritos e sabedoria.



CHAKRAVARTIN - monarca universal.



CHIRIKUMARA - príncipe penteado com tranças; refere-se ao Bodhisattva Manjushri, que é caracterizado pelos epítetos de príncipe (kumara) e de ter três ou cinco madeixas de cabelo (respectivamente trichira ou panchachira).



CHINTAMANI - pedra do milagre; tem o poder de concretizar os nossos pensamentos.

CHITTAMATRINS - partidários do "apenas mente"; também chamados de Yogacharins, são "idealistas" e ensinam que só a mente existe realmente.




COMPASSIVO - epíteto do Buddha.



CONQUISTADOR - veja Jina.



CORPO ABSOLUTO - veja Dharmakaya.



CINCO CORES: Cada cor tem seu poder de cura peculiar. Kunkhyen Longchenpa (I.331b/2) escreve: "Como a sabedoria [a verdadeira natureza] é imutável, as suas luzes aparecem na cor verde. Como a sabedoria é pura, as suas luzes aparecem brancas. Como a sabedoria incorpora as qualidades, as suas luzes aparecem amarelas. Como a sabedoria incorpora o poder, as suas luzes aparecem vermelhas. Como a sabedoria realiza todas as [quatro] acções, as suas luzes aparecem azuis."

Segundo ele (II.21b/2), Rang Shar explica: "A luz de cor branca é [a luz da acção ou da energia] da paz; a luz de cor amarela é a do desenvolvimento; a luz de cor vermelha é a do poder [que deixa tudo sob controle]; a luz de cor verde é a da força [que liberta dos elementos negativos]; e a luz de cor azul é a realização de todas as [quatro] acções.



CORPO DE LUZ - Muitos consumados Dzogchen do Tibete, no momento da morte, alcançam o "corpo de luz", ou "corpo do arco-íris"(jalü), no qual dissolvem os seus corpos mortais em corpos de luz pura, deixando ficar para trás apenas as unhas e o cabelo. Alguns alcançam o "corpo de luz pura da grande transferência" (jalü phowa chenpo), no qual transformam os seus corpos densos em corpos de luz pura, sem deixar para trás nenhum resíduo físico.



CORPOS DE BUDA - Os diferentes aspectos do Buda. A maioria dos ensinamentos apresenta três corpos de Buda. O corpo último é o aspecto de vazio ou da receptividade total da Condição de Buda. O corpo de deleite é a forma verdadeira ou pura do Buda. No tocante a isso, todas as aparências dos Budas e as aparências fenomênicas da terra pura são imutáveis e inseparáveis da própria Condição de Buda. O corpo de manifestação não é um corpo de Buda verdadeiro nem puro: é uma forma que se manifesta aos seres comuns para servi-los nos termos de suas próprias necessidades e percepções.



CHENREZIG (Avalokiteshvara ou Lokeshvara) – Bodhisattva da compaixão, um dos oito filhos próximos do Buda. Essência da palavra de todos os Budas, Chenrezig é a encarnação da compaixão. É um dos três Bodhisattvas conhecidos como “Protectores das Três Famílias” (os outros são Manjushri e Vajrapani). É também o protector da terra e do povo do Tibete.



CICLOS DE ENSINAMENTO – o Buda Shakyamuni pôs por três vezes a roda do Dharma em movimento, ou seja, dispensou o seu ensinamento em três ciclos: expôs a verdade relativa ao ensinar o caminho que conduz ao fim do sofrimento; expôs a verdade relativa e absoluta ao ensinar a vacuidade; e expôs a verdade absoluta ao ensinar a união da vacuidade e da sabedoria.



CHEKAWA YESHE DORJE – Mestre Kadampa que elaborou o texto “o Treino do Espirito em Sete Pontos”



CALMA MENTAL (Shamatha) – estado de concentração no qual o espírito não é distraído pelas percepções e permanece sem vacilar sobre o objecto da sua meditação. É o fundamento de toda a concentração



CORPOS – os três corpos são os três aspectos da Budeidade: o Corpo Absoluto (dharmakaya) é o aspecto da vacuidade; o Corpo da Perfeita Fruição (sambhogakaya) é o corpo de luminosidade; e o Corpo de Manifestação (nirmanakaya) é o corpo de compaixão.





-D-



DAKA (dpa’ bo) – Emanação da figura principal numa mandala para realizar as quatro actividades; contraparte masculina das dakinis. Praticante masculino Vajrayana iluminado.



DAKINI (mkha’ gro ma) – Seres espirituais que realizam as actividades iluminadas; divindades femininas tântricas que protegem e servem as doutrinas budistas e os praticantes. Também uma das “Três Raízes”. Praticante feminina Vajrayana iluminada. (T: mkha-gro-ma; que se movimenta pelo espaço). Aplica-se a qualquer Yidam feminino. Para além disso, no sentido geral, são divindades femininas comprometidas a proteger o Dharma e ajudar os praticantes. No sentido corrente chama-se assim às mulheres dotadas de um certo grau de realização na prática do caminho de Vajrayana. Seres espirituais que realizaram as actividades da iluminação.



DIVINDADES IRADAS (lha khro bo) – Budas e bodhisattvas que aparecem em formas iradas para domar os que não podem ser domados por meios pacíficos.



DEUS (lha) – Nesse contexto, “Deus” refere-se a uma das seis classes de seres.



DEZ BUMIS (sa bcu) – Os dez níveis do desenvolvimento de um nobre bodhisattva até ser um buda totalmente iluminado. Em cada estágio, obscurecimentos mais subtis são purificados e um grau maior de qualidades iluminadas é manifesto; o Alegre, o Sem Mácula, o Radiante, o Brilhante, o Difícil de Conquistar, o Realizado, o Alcançando Longe, o Imutável, o Boa Inteligência e o Nuvem do Dharma.



DEZ NÃO-VIRTUDES (mi dge ba bcu) – Os maus feitos físicos são: matar, tirar o que não é dado e dedicar-se a má conduta sexual. Os maus feitos verbais são: mentir, falar palavras que dividem, palavras rudes e mexericos. Os maus feitos mentais são: ter cobiça, má vontade e visões erróneas.



DEZ VIRTUDES (dge ba bcu) – Em geral, refrear-se das dez não virtudes descritas acima. Em particular, dedicar-se aos seus opostos; por exemplo, salvar vidas, ser generoso etc.



DHARMA (chos) – Os ensinamentos do Buda. Algumas vezes Dharma também significa objectos mentais, assim como atributos ou qualidades. (S: dharma; justiça, rectidão; T: chos; doutrina). Palavra com muitas aplicações distintas. De forma específica designa o conjunto dos ensinamentos budistas, ou seja, o Caminho. No sentido externo o Dharma é o conjunto de todas as escrituras budistas, que consistem no Kangyur e no Tengyur. O Kangyur contém 1O8 volumes que recolhem todos os ensinamentos dados por Buda, os quais dividem-se nos "três cestos" o tripitaka: Vinaya ou os ensinamentos sobre a disciplina monástica e a moralidade; Abidharma, que reúne os textos psicológicos e metafísicos; e Sutras, que contêm os sermões de Buda sobre diversos temas. Os Tantras, que tratam os sistemas de meditação próprios de Vajrayana, constituem uma parte importante do Kangyur, e, de outro ponto de vista, podem ser considerados como o terceiro cesto do tripitaka, constituindo os Sutras e o Abidharma o segundo cesto.O Tengyur consiste em 225 volumes de tratados (shastras) escritos por autores posteriores a Buda, nos quais se explicam, resumem-se ou comentam-se os diversos temas contidos no Kangyur. No sentido interno, o Dharma é a aplicação prática dos ensinamentos e dos diversos graus de realização adquirida. Refugiar-se no Dharma significa tomar os ensinamentos como caminho e converter-se na personificação viva desse caminho. É o conjunto dos ensinamentos expressos pelos Buddhas e pelos mestres realizados que mostram o caminho para a iluminação. Há dois tipos: o Dharma das escrituras, que é o suporte dos ensinamentos, e o Dharma da realização, que é o resultado da prática espiritual.



DHARMADATU (chos kyi dbyings, T: chos dbyings; esfera do dharma) – O “reino dos fenómenos”; a talidade na qual a vacuidade e a originação interdependente são inseparáveis. A natureza da mente e dos fenómenos, que está além do surgir, do permanecer e do cessar. No seu “Natureza do Buda”, Thrangu Rinpoche disse: “Nesse contexto, a palavra para definir espaço é ying. É a mesma palavra usada em Dharmadatu, o reino ou “espaço” das coisas. A palavra espaço é usada porque o Dharmadatu é como o corpo ou o reino do espaço vazio onde coisas diferentes tais como nuvens, pássaros e aviões podem voar sem obstrução. Isso ocorre devido à natureza do espaço ser vazia e não-existente. Devido a essa qualidade de abertura, as coisas podem ocorrer. Da mesma forma, Dharmadatu é a essência das coisas – vazia e inconcreta – na qual todos os fenómenos tais como árvores, casas, montanhas, nós mesmos, os outros seres, emoções, sabedoria e todas as experiências podem ocorrer abertamente.” O espaço puro e omnipresente da mente, no qual todos os fenómenos passados, presentes e futuros estão contidos. Neste contexto “Dharma” quer dizer a verdade e “dhatu” quer dizer espaço livre de centro ou periferia. Outra explicação é “a natureza dos fenómenos” para além de aparecerem, existirem e cessarem.



DHARMAKAIA (chos sku) – Corpo do dharma, ou corpo da verdade absoluta). Ver KAYA. O primeiro dos três kayas, que é despido de construções, como o espaço. A natureza de todos os fenómenos designados como “corpo”. Deve ser entendido individualmente de acordo com o ground, path and fruition. Corpo absoluto; um dos três corpos dos Buddhas, juntamente com o corpo de manifestação (Nirmanakaya) e o corpo de fruição (Sambhogakaya). Segundo alguns comentários, o Dharmakaya é considerado aqui como uma qualidade do Buddha; segundo outros, o Dharmakaya corresponde aos ensinamentos (Dharma) de Buddha.



DHARMATA (chos nyid) – A natureza inata dos fenómenos e da mente. A realidade em sí, natureza espontâneamente pura. A natureza dos fenómenos e mente.



DOZE ASPECTOS DE FALA EXCELENTE (gsung rab yan lag bcu gnyis) – As doze principais divisões do Canône Budista: Discursos Gerais (mdo sde); Proclamações em Canções (dbyangs su bsnyad pa); Profecias (lung du bstan pa); Pronunciamentos Poéticos (tshigs su bcad pa); Aforismos Especiais (mched du brjod pa); Declarações (gleng gzhi); Narrativas (rtogs pa brjod pa); Parábolas (de lta bu byung ba); Sucessão de Vidas Passadas (skyes pa’i rabs); Ditos Extensivos (shin tu rgyas pa’i sde); Maravilhas (rmad du byung ba); Doutrinas Estabelecidas (gtan la dbab pa).



DOZE ELOS DE ORIGINAÇÃO INTERDEPENDENTE (rten cing ’brel bar ’byung ba) – O ciclo composto de doze conexões causais que amarram os seres à existência samsárica e assim perpetuam o sofrimento: ignorância (ma rig pa), que dá lugar às formações kármicas (‘du byed), que dá lugar à consciência (rnam par shes pa), que dá lugar a nome e à forma (ming dang gzugs), que dá lugar às seis bases dos sentidos (skye mched drug), e assim por diante até chegar a contacto (reg pa), à sensação (‘tshor ba), a anseio (sred pa), a apego (nye bar len pa), a vir-a-ser (srid pa), a nascimento (skye ba) e à velhice e à morte (rga shi). Veja também “Originação Interdependente”.



DUAS ACUMULAÇÕES (tshogs gnyis) – A acumulação de mérito com conceitos e a acumulação de sabedoria além dos conceitos



DUAS VERDADES (bden pa gnyis) – Verdade relativa e verdade última. Verdade relativa descreve o modo aparente e superficial de todas as coisas. Verdade última descreve o modo real, verdadeiro e sem erro. Esses dois aspectos da realidade são definidos pelas Quatro Escolas Filosóficas assim como pelos tantras do Vajrayana de diferentes maneiras, cada uma progressivamente mais profunda e mais perto de descrever as coisas tais quais são.



DZOGCHEN (rdzogs pa chen po, Sânscrito: Mahasandi) – Também conhecido como Grande Perfeição e Ati Ioga. O mais alto ensinamento da escola Nyingma, a escola da tradução antiga. Neste mundo, os mestres humanos da linhagem mais conhecidos são: Garab Dorje, Manjushrimitra, Shri Singha, Jnanasutra, Vimalamitra, Padmasambava e Vairochana. Dzogchen tem dois aspectos principais: a linhagem das escrituras e a linhagem dos ensinamentos. Além disso, numerosos ensinamentos Dzogchen foram escondidos como tesouros (termas) por esses mestres e revelados nos séculos subsequentes. A linhagem dos ensinamentos é personificada pelas instruções orais que são recebidas pessoalmente de um mestre qualificado e detentor da linhagem Dzogchen. Visão última na tradição Nyingma, união da vacuidade e da consciência iluminada, da pureza primordial e da realização espontânea. Hinayana – ou veículo de Raiz, que se subdivide na via dos Auditores (Shravakas), os discípulos de Buda, e na via dos que buscam a Iluminação pelos seus próprios meios, os Buda-Solitários (Pratyekabuddhas). O objectivo é o nirvana, concebido como a libertação definitiva dos sofrimentos do samsara.



DHARMAKAYA THRONE OF NONMEDITATION (Dharmakaya trono da não-meditação) – o último estádio no yoga da não meditação, que é o completo colapso da fixação e da mente conceptual, como um céu livre das nuvens da meditação intelectual. O mesmo que “completa e perfeita iluminação”.



DEMÓNIOS (T: gdon) - Espíritos com tendências maliciosas que podem afectar os humanos produzindo-lhes diversas doenças físicas ou mentais, ou criar desiquilíbrios no mundo externo. Há muitas classes diferentes de espíritos. Noutro sentido, esta palavra utiliza-se tambem para designar desiquilibrios energéticos subtis do organismo, que podem causar transtornos físicos ou psíquicos difícilmente prediziveis ou aparentemente inexplicáveis.



DOGMÁTICOS (S: tirthika; T: mu-stegs-pa; adepto de outra crença) - Esta palavra traduz-se por vezes como hereje. Contudo, na realidade, ela não designa específicamente os seguidores de doutrinas abertamente contrárias aos budistas, mas sim aqueles que têm crenças religiosas ou filosóficas que, de algúm modo, não chegam a captar a verdade de forma completa, mas apenas alguns dos seus conceitos mais próximos.



DEDICATION (dedicação) – o desejo de que o bem criado através de uma prática espiritual possa causar temporariamente benefícios e a iluminação última a todos os seres.



DEPENDENT ORIGINATION (origem dependente) – a lei natural de que todos os fenómenos aparecem “dependendo” das suas próprias causas “em ligação com” as suas condições individuais. O facto de que nenhum fenómeno aparece sem uma causa e nenhum é feito por uma não causa criadora. Tudo aparece exclusivamente devido à coincidência de causas e condições.



DEVELOPMENT AND COMPLETION (desenvolvimento e conclusão) – os dois principais aspectos da prática Vajrayana. O estádio de desenvolvimento é fabricado pela mente. O estádio de conclusão significa manter-se numa natureza de mente não fabricada.



DEVELOPMENT STAGE (nível de desenvolvimento) – um dos dois aspectos da prática Vajrayana que cria mentalmente imagens puras de modo a purificar as tendências habituais.



DISSOLUTION AND EMERGENCE (dissolução e aparição) – duas fases perto da conclusão da prática Yidam, cujo objectivo é eliminar as tendências para segurar pontos de vista errados do eternalismo e niilismo.



DISSOLUTION STAGES (níveis de dissolução) – um processo de dissolução mental e física que todos os seres sensientes passam em diferentes alturas, bem como quando se deixam adormecer e mesmo no momento de espirrar. Aqui estes estádios referem-se ao processo de morrer.



DISTURBING EMOTION (distracções) – os cinco venenos do desejo, fúria, ilusão, orgulho e inveja que cansa, distrai e atormenta a nossa mente.



DIVINE EYE (olho divino) – um dos super conhecimentos; a capacidade para ver claramente lugares distantes.



DRONGJUG – a prática de transferir um que é consciente para outro corpo. A transmissão deste ensinamento morreu quando o filho de Marpa, Darma Dodey, faleceu.



DEDICAÇÃO DOS MÉRITOS - acto de oferecer a cada ser a totalidade dos nossos méritos para que todos atinjam a iluminação. Graças a esta dedicação, o potencial dos méritos nunca pára de crescer até à iluminação. O facto de oferecer a cada ser a totalidade dos nossos méritos para que todos atinjam a Iluminação. Graças a esta dedicatória, o potencial dos méritos nunca pára de crescer até à Iluminação.



DEVA - divindade de longa vida.



DEZ CONDIÇÕES FAVORÁVEIS - juntamente com as oito liberdades, são indispensáveis se quisermos progredir para a iluminação: [1] ter uma existência humana; [2] ter nascido num lugar onde o Dharma existe; [3] possuir todas as faculdades físicas e mentais; [4] não agir em contradição com o Dharma; [5] ter fé nos que são dignos dela; [6] é também necessário que um Buddha tenha aparecido durante a nossa era; [7] que ele tenha exposto o Dharma; [8] que os seus ensinamentos subsistam; [9] que eles sejam postos em prática; [10] e, enfim, que um mestre espiritual esteja presente para nos guiar.



DUAS ACUMULAÇÕES - veja Acumulação de mérito e de sabedoria.


DEZOITO CARACTERÍSTICAS DA PRECIOSA VIDA HUMANA - compreendem as oito liberdades e as dez riquezas:

* As oito liberdades resultam de não ter nascido: nos mundo infernais, no mundo dos espíritos ávidos, no reino animal, nos reinos celestiais, entre os que ignoram o Dharma, enquanto ser humano com visões falsas, tais como o niilismo ou a crença na existência do ego e dos fenómenos, numa época em que nenhum Buda apareceu, com uma deficiência mental.

* As dez riquezas compreendem cinco riquezas intrínsecas ao indivíduo: nascer sob forma humana, viver num lugar onde o ensinamento do Buda é transmitido, possuir as faculdades normais, não ter cometido acções negativas de resultados kármicos excessivamente pesados, ter fé na doutrina de Buda; e cinco riquezas extrínsecas ao indivíduo que são: um Buda apareceu neste mundo, ensinou o Dharma, a sua doutrina perdura, é ainda praticada, somos guiados por um Mestre espiritual.



DHARMAKIRTI – mestre que viveu na Indonésia, detentor da linhagem dos métodos especiais de prática do Bodhicitta, conhecidos como o “Treino do Espirito”. Foi o Mestre de Atisha.





-E-



EMOÇÕES PERTURBADORAS (nyon mongs pa) - São as atitudes e reacções mentais que, tendo a sua raíz na ignorância que desconhece o Estado Natural, distorcem a percepção da realidade e impulsionam para uma acção descontrolada, sendo assím as responsáveis directas para que se mantenha em movimento a roda da existencia e do sofrimento. As emoções básicas são cinco: desejo, fúria, ilusão, orgulho e inveja. A sua combinação mútua produz a infinita variedade de estados emocionais dos seres. A perpetuação dessas emoções perturbadoras é uma das principais causas da existência samsárica.



ESCOLA NYINGMA (rnying ma) – Os ensinamentos trazidos ao Tibete e traduzidos, principalmente, durante o reino do rei Trisong Deutsen e no período subsequente, até Rinchen Sangpo no século IX, principalmente, pelos grandes mestres Padmasambava, Vimalamitra, Shantarakshita e Vairochana. Os dois principais tipos de transmissão são: kama e terma. As práticas são baseadas nos Tantras Externos e Internos, com ênfase na prática dos Tantras Internos do Mahaioga, Anuioga e Atiioga.



ESCOLAS FILOSÓFICAS (grub mtha’) – As quatro escolas filosóficas de pensamento no budismo são: Vaibashika, Sautantrika, Chitamatra e Madhyamica. As duas primeiras são Hinayana e as duas últimas são Mahayana.



ESFERA ÚNICA DO DHARMAKAIA (chos sku thig le nyag cig) – Uma descrição simbólica do dharmakaya que é comparado a uma única esfera por ser desprovido da dualidade e da limitação e por desafiar todas as “bordas” de construções conceituais que podem ser formadas sobre ele.



ESSÊNCIA DA MENTE (sems nyid, sems ngo) – A natureza da mente, sinónimo de “natureza de Buda”. Deve ser distinguida de “mente” (sems), que se refere ao pensamento discursivo comum, baseado na ignorância. “Essência da mente” é o espaço básico do qual esses pensamentos surgem e dentro do qual eles acontecem.



ESSÊNCIA ILUMINADA (bde gshegs snying po, Sânscrito sugatagarba) – Usada como sinónimo de “natureza de Buda”.



ESTADO DESPERTO (rigpa) – Quando se referir à visão da Grande Perfeição ou do Mahamudra da Essência, “estado desperto” significa consciência desprovida de ignorância e de fixação dualista.



ESTADO DESPERTO INATO (rang gnas kyi ye shes) – A natureza básica da nossa mente.



ESTÁGIO DE CONSUMAÇÃO (rdzogs rim) –“Estágio de consumação com marcas” refere-se a práticas iogues tais como tummo. “Estágio de consumação sem marcas” é a prática do Dzogchen. Veja também “Desenvolvimento e Consumação”.



ESTÁGIO DE DISSOLUÇÃO (thim rim) – Definido como de três tipos: a dissolução grosseira dos elementos, a dissolução subtil dos estados de pensamento e os estágios de dissolução muito subtis durante o bardo do dharmata. Para o último veja também “bardo do dharmata”.



ESTÁGIO DO DESENVOLVIMENTO (bskyed rim, Sânscrito utpa ttikrama) – Um dos dois aspectos da prática Vajrayana. A criação mental de imagens puras para purificação de tendências habituais. A essência do estágio do desenvolvimento é a “percepção pura” ou “olhar sagrado”, que significa perceber formas, sons e pensamentos como deidade, mantra e sabedoria.



ESTUDO, REFLEXÃO E MEDITAÇÃO (thos bsam sgom gsum) – “Estudo” significa receber ensinamentos orais e estudar as escrituras para clarear a ignorância e as visões erróneas. “Reflexão” é a erradicação da incerteza e da má compreensão através da análise cuidadosa do assunto. “Meditação” significa ter-se um insight directo ao aplicar os ensinamentos na experiência pessoal.



ELIXIR (S: amrita; imortal; T: bdud-rtsi; elixir de imortalidade) - Bebida alcoólica consagrada, usada em práticas de meditação vajrayana, que simboliza o estado de bem aventurança inerente à sabedoria primordial.



ESSÊNCIA DO TATHAGATA (S: tathagatagarbha; T: de-bzhin-gshegs-pa'i-snying-po) - A essência búdica de todos os seres, que, mesmo que no nosso estado ordinário não se manifeste, existe como potencial fundamental de iluminação.



ESPIRITO DA ILUMINAÇÃO (S: bodhicitta; T: byang-chub sems; mente ou atitude mental iluminada) - A característica essencial de todo o caminho do Bodhisattva, desde o principio até ao resultado final. Em sentido prático, a bodhichitta é a intenção de chegar à iluminação para poder conduzir todos os seres a esse mesmo estado.



ESTADO DE SERENIDADE (S: samatha; tranquilidade; T: zhi-gnas; permanecer em paz) - Estado de concentração em que cessou toda a actividade conceptual. Adquirir estabilidade na quietude mental é imprescindivel para desenvolver as experiencias meditativas e a visão superior.



ESTADO INTERMEDIO (S: antarabhava; T: bar-do; que está no meio) - O período que decorre entre o momento da morte e a concepção numa reencarnação seguinte, e que geralmente nunca é superior a quarenta e nove dias. Estado similar ao dos sonhos, em alguns aspectos, contudo muito mais vívido e avassalador. Nesse estado a consciência desencarnada move-se sem controle, impulsada pela força kármica das suas acções prévias, as quais condicionam as experiencias que se podem ter nesse período, asím como o lugar e as circunstâncias do seu próximo renascimento.



EIGHT BODHISATTVAS (OITO BODHISATTVAS) – Avalokiteshvara, Manjushri, Maitreya, Samantabhadra, Akashagarbha, Vajrapani, Ksiti Garbha, Nirvana Viskambin. Também conhecidos como os oito filhos próximos.



EIGHT COLLECTIONS OF CONSCIOUSNESS (oito colecções de consciência) – os oito grupos de conhecimentos das oito consciências: os cinco sentidos conscientes, a mente consciente, ego consciente e all-ground consciente.



EIGHT CONSTRUCTS (oito construções) - as formulações mentais da mente ou fenómenos com atributos tais como começar e cessar, ser singular ou plural, chegar e partir, ser o mesmo ou ser diferente.



EIGHT FEMALE BODHISATTVAS (oito mulheres bodhisattvas) – Lasya, Mala, Gita, Nirti, Pushpa, Dhupa, Aloka, Gandha.



EIGHT FREEDOMS (oito liberdades) – não nascer nos três reinos inferiores, não ser um deus de longa vida, não ter pontos de vista errados, não ser cruel, não ser mudo, ou nascer numa era sem o aparecimento de Budas.



EIGHT HERUKA SADHANAS – oito Yidams e as suas correspondentes sadhanas recebidas por Padmakara dos oito Vidyadhras: Manjushri Body, Mighty Padma Speech, Vishuddha Mind, Amrita Medicine Qualities, Kilaya Activity, Mamo Botong, Mopa Fierce Mantra, e Loka Worship.



EIGHT OBJECTS (oito objectos) – os objectos das oito consciências: visão, som, cheiro, gosto, textura, objectos mentais, o all-ground, e aparência.



EIGHT WORLDLY CONCERNS (oito preocupações mundanas) – apego a ganhar, prazer, louvor e fama, aversão a perder, dor, culpa e má reputação.



EMPOWERMENT (iniciações) – conferir o poder ou autorização para a prática dos ensinamentos de Vajrayana, a indispensável porta de entrada para as práticas tântricas.



EMPTINESS (vacuidade) – o facto de que os fenómenos e o ego são vazios de verdadeira existência independente.



ESSENCE MAHAMUDRA (Mahamudra Essencial) – a visão essencial de Mahamudra, introduzido directamente e sem estar dependente de razões filosóficas.



ESSENCE, NATURE AND CAPACITY (essência, natureza e capacidade) – três aspectos do sugatagarbha de acordo com o sistema Dzogchen. Essência é primordialmente vacuidade pura. Natureza é a presença espontânea de cognição. Capacidade é que elas são indivisíveis.



ETERNALISMO – a crença de que existe um criador permanente de todas as coisas; em particular, aquilo que identificamos como consciência tem uma essência concreta que é independente, dura para sempre e é singular.



EXHAUSTION OF PHENOMENA BEYOND CONCEPTS (cessassão dos fenómenos para além dos conceitos) – a quarta das quatro visões do Dzogchen. O mesmo que a completa e perfeita iluminação.



EXPERIENCE (experiência) – normalmente refere-se às experiências temporárias de felicidade, clareza e sem pensamentos obtida através da prática da meditação. Especificamente um dos três estádios: compreensão intelectual, experiência e realização.



EXPERIENCE AND REALIZATION (experiência e realização) – uma expressão usada quando se progride no caminho. Experiência refere-se às experiências temporárias de meditação, e realização a não se alterar o conhecimento da natureza das coisas.



EMOÇÃO NEGATIVA - veja Klesha.



ERA - veja Kalpa.



ESTADO BÚDDHICO - o estado iluminado de um Buda, que dissipou a obscuridade dos dois véus (o véu das emoções negativas e o véu que mascara o conhecimento) e que desenvolveu os dois tipos de conhecimento (o conhecimento da natureza última de todas as coisas e o conhecimento de todos os fenómenos).



ESFERA ÚLTIMA (Dharmadhatu) - Shakya Chokden escreve "A esfera última [espaço último] é a sabedoria do Buda que está presente na base, no caminho e no resultado." Ele diz que a esfera última também pode ser explicada em três contextos: "No contexto da base, samsara, a esfera última está presente como a natureza pura absoluta. No contexto do caminho, nos nobres ou nos sábios plenamente realizados do Mahayana, ela está presente como o aspecto de desenvolvimento [ou realização] do Dharmakaya, com duas purezas [a pureza com relação às imundícies subitamente manifestas e à pureza em sua verdadeira natureza desde os tempos primordiais]. No contexto do resultado, o Estágio de Buda, ela está presente como os três Corpos de Buda, ou Acções de Buda, espontaneamente realizados."



ESPÍRITO – para o Budismo, o espírito não é uma entidade real, mas uma sucessão de instantes de consciência que lhe dão uma aparente continuidade. A natureza última do espirito tem dois aspectos indissociáveis: a vacuidade e a luminosidade, que é a sua faculdade cognoscente.





-F-



FANTASMAS FAMINTOS (yid dvags) – Uma das seis classes de seres com consciência, atormentadas por suas próprias percepções kármicas impuras que lhes causam sofrimento intenso de ansiedade, fome e sede.



FRUIÇÃO (‘bras bu) – O fim do caminho. Em geral o estado de completa e total budeidade. Também pode-se referir a um dos três níveis da iluminação de um shravaka, pratiekabuda ou bodhisattva. Veja também a “Visão, Meditação, Acção e Fruição.”



FUNÇÃO (thugs rje) – No Dzogchen, um dos três aspectos: essência, natureza, e função; a expressão natural da indivisibilidade da vacuidade e luminosidade.



FASES DE CRIAÇÃO E PERFEIÇÃO (S: utpattikrama, sampannakrama; T: bskyed-rim, rdzogs-rim) - A parte de visualização e recitação de qualquer prática tântrica é a fase de criação ou de desenvolvimento; a dissolução final na qual se deseja repousar a mente na vacuidade é a fase da perfeição.



(T: dad-pa) - Tem três aspectos: confiança na lei do karma e nas quatro nobres verdades; aspiração, o anseio de obter a libertação e seguir no caminho; e lucidez, ou sincera disposição até aos três Raros e Supremos, vendo que são o verdadeiro caminho.



FASTING-SILENCE (jejum e silêncio) – uma prática Vajrayana de dois dias em que se combina o silêncio e o jejum, baseado numa sadhana de Lokeshvara.



FIVE AGGREGATES (cinco agregados) – os cinco aspectos que compõem os constituintes físicos e mentais de um ser sensiente: formas físicas, sensações, concepções, formações, e consciências.



FIVE BUDDHA FAMILIES (as cinco famílias de Budas) – as famílias de buda, vajra, ratna, padma e karma



FIVE BUDDHAS (cinco Budas) – as cinco famílias ou aspectos dos vitoriosos: Vairochana, Akshobhya, Ratnasambhava, Amitabha e Amoghasiddhi.



FIVE ELEMENTS (cinco elementos) – terra, água, fogo, vento, espaço.



FIVE FEMALE BUDDHAS (cinco budas femininos) – Dhatvishvari, Mamaki, Lochana, Pandara Vasini, Samaya Tara.



FIVE PATHS (cinco caminhos) – os caminhos da acumulação, juntar-se, ver, cultivar e não aprender. Os cinco caminhos cobrem o inteiro processo desde o inicío da prática do Dharma até à completa iluminação.



FIVE PERFECTIONS (cinco perfeições) – os perfeitos professor, comitiva ou séquito, lugar, ensinamentos e momento.



FIVE POISONS (cinco venenos) – desejo, fúria, ilusão, orgulho e inveja



FIVE SENSE CONSCIOUSNESSES (cinco sentidos conscientes) – as cinco funções de reconhecer os objectos sensíveis da forma visual, som, cheiro, gosto e textura.



FIXATION (fixação) – o acto mental de agarrarmo-nos a um objecto material, a uma experiência, a conceitos ou a ideias filosóficas.



FOUR EMPOWERMENTS (quatro iniciações) – as iniciações do vaso, secreta, sabedoria-conhecimento e palavra preciosa.



FOUR EXTREMES (quatro extremos) – existência e não existência, ambas e nenhuma



FOUR FORMLESS REALMS (quatro reinos sem forma) – os quatro não iluminados estados meditativos que moram nos pensamentos: espaço infinito, consciência infinita, nada que aconteça, e nem presença nem ausência (de concepção)



FOUR MIND-CHANGINGS (as quatro alterações mentais) - as liberdades e riquezas por termos um precioso corpo humano, tão difícil de encontrar; impermanencia e morte; karma, a lei da causa e do efeito; os sofrimentos no samsara.



FOUR MODES (quatro modos) – são o literal, geral, escondido e último.



FOUR PHILOSOPHICAL SCHOOLS (quatro escolas filosóficas) – Vaibhashika, Sautrantika, Mind Only, Madhyamika.



FOUR PURE NOTIONS (quatro noções puras) – olharmos para nós como uma pessoa doente, o mestre como o doutor, o ensinamento como o remédio e a prática como o acto de curar.



FOUR SECTIONS OF TANTRA (quatro secções do tantra) – Kriya, Charya, Yoga e Anuttara Yoga.



FOUR SUMMARIES OF THE DHARMA (quatro sumários do dharma) – os quatro princípios fundamentais do budismo: todas as coisas compostas são impermanentes; tudo imperfeito tem sofrimento; todos os fenómenos são vazios e sem entidade própria; nirvana é a paz.



FOUR VISIONS (quatro visões) – quatro estádios na prática do Dzogchen: dharmata manifesto; experiência aumentada; estado desperto completamente realizado; e exaustão de conceitos e fenómenos.



FOUR YOGAS OF MAHAMUDRA – quatro estádios na prática do Mahamudra: focado, simplicidade, um gosto, não meditação.



FRUITION WISDOM (sabedoria da fruição) – estado desperto inato em que todas as qualidades estão manifestadas e todas as obscuridades estão removidas.



FILHOS DE BUDDHA - epíteto dos Bodhisattvas.


FILHOS DOS LEÕES - epíteto dos Bodhisattvas.


FÓRMULA MÁGICA - veja Siddhavidya.





-G-



GAMPOPA (sgam po pa) (1079 – 1153) – Principal discípulo de Milarepa, possuidor tanto de realização suprema quanto de grande sabedoria escolástica. Autor de “A Jóia Ornamental da Libertação”. Depois de estudar e praticar os ensinamentos Kadampa, com a idade de 32 anos, ele encontrou Jetsun Milarepa, de quem se tornou o principal discípulo. Dentre seus principais discípulos constavam o primeiro Karmapa Dusum Khyenpa e Phagmo Drubpa. O grande pai de todas as linhagens Kagyu.



GELUG (dge lugs) – A escola tibetana de budismo fundada pelo Senhor Tsongkhapa e uma reforma da tradição Kadam, de Atisha Dipamkara. O líder actual é Sua Santidade o Décimo Quarto Dalai Lama.



GNOSIS (S: jñana; conhecimento em sí; T: ye-shes; sabedoria primordial) – É o conhecimento directo e não dualista, inerente, desde sempre, à essência absoluta da mente.



GUESHE (T: abreviação de dge-ba'i-bshes-gñen; amigo espiritual) - Título indicativo de mestre no conhecimento do Dharma.



GURU (S: o respeitável; T: bla-ma; elevado e maternal) - Sinónimo de mestre espiritual. Um Guru é alguém que recebeu a transmissão de uma linhagem e que possui uma experiencia e umas qualidades que o capacitam a transmitir os ensinamentos a outros. Para poder praticar Vajrayana ou reconhecer a essência da mente é necessário receber instrucções por parte de um Guru qualificado. Como transmissor dos ensinamentos de Buda, o Guru é o seu representante no mundo. Assím, para o discípulo nada é mais digno de veneração que o seu próprio Guru. O Guru actua como uma lente de aumentar que concentra a luz do sol sobre o discípulo. Quando este chega a vê-lo realmente como a um Buda, deixa de necessitar ter uma relação directa con ele, pois a essência do Guru-Buda é a essência da sua própria mente.



GARAB DORJE – o antepassado da linhagem Dzogchen que recebeu a transmissão de Vajrasattva.



GARUDA – a ave mitológica, capaz de viajar de uma ponta à outra do universo com um simples movimento das asas.



GATHERING ACCUMULATIONS – as práticas virtuosas de aperfeiçoar as “duas acumulações” de mérito e sabedoria.



GENERAL OUTER PRELIMINARIES (preliminares exteriores gerais) – as quatro contemplações no precioso corpo humano, na impermanencia e morte, nas causas e efeitos do karma, e nos defeitos do samsara.



GESHE – um mestre espiritual de acordo com os ensinamentos Mahayana; um professor de acordo com as tradições Kadam e Gelug.



GIVING AND TAKING (dar e receber) – uma prática bodhichitta de dar as suas virtudes e felicidades aos outros e ficar com os sofrimentos e erros deles.



GOTSANGPA – literalmente “Morador no Ninho do Abutre”. Ele foi um grande mestre da linhagem Drukpa Kagyu.



GREAT COMPASSIONATE ONE (o Grande Compassivo) – também conhecido como Avalokiteshvara.



GREAT PERFECTION (grande perfeição) – o terceiro dos três tantras interiores.



GROUND WISDOM – o estado desperto inato presente em todos os seres sensientes.



GURU YOGA – a prática de suplicar pelas benções e misturar a mente de um mestre iluminado com a nossa própria mente. Uma das preliminares internas especiais.



GURU, YIDAM AND DAKINI – as três raizes do Vajrayana: o Guru é a raiz das benções, o Yidam a raiz da realização, e o dakini a raiz das actividades.



GAGANAGANJA - nome de um Bodhisattva.


GRANDE VEÍCULO
- veja Mahayana.



GURU PADMASAMBHAVA – o Mestre Nascido do Lótus, originário de Oddiyana, que propagou os ensinamentos no Tibete. Venerado como o “Segundo Buda”, a sua vinda tinha sido profetizada pelo Buda Shakyamuni.





-H-



HINAYANA (theg pa dman pa) – Os veículos que focalizam na contemplação das quatro nobres verdades e nos doze elos de origem interdependente para a libertação individual. Pequeno Veículo, fundado sobre a renúncia, dirige-se aos que procuram a libertação individual a fim de pôr um termo aos seus próprios sofrimentos. Veículo dos Shravakas, dos Pratyekabuddhas e dos Arhats.



HEROE (S: vira; T: dpa'-bo). Aplica-se, no sentido geral, a qualquer Yidam masculino. Tambem como consorte masculina da dakini.



HABITUAL PATTERNS (padrões habituais) – inclinações subtis imprimidas na consciência do All-ground.



HEALING CEREMONIES (cerimónias curativas) – rituais para afastar os obstáculos para a prática espiritual, para a saúde e vida.



HERUKA – literalmente “bebedor de sangue”.Uma divindade irada que bebe o sangue do “agarrar-se ao ego”. Neste contexto “heruka” refere-se às divindades masculinas iradas ou semi-iradas que aparecem no bardo do dharmata.



HEVAJRA – uma divindade e o nome de um tantra.



HIGHER RAELMS (reinos superiores) – os três reinos superiores dos humanos, semi deuses e deuses.



HUNGRY GHOSTS (fantasmas esfomeados) – uma das seis classes de seres sensientes. Estes seres são atormentados pelas suas próprias percepções impuras kármicas, causando-lhes grandes sofrimentos como desejo ardente, fome e sede.





-I-



IGNORÂNCIA (ma rig pa) – Ignorância de que feitos bons e ruins nos causam renascimento num dos três reinos do samsara. A ignorância da verdade última é a principal causa da existência samsárica.



IGNORÂNCIA CONCEPTUAL (kun tu brtags pa’i ma rig pa) – No Vajrayana, a ignorância de conceptualizarem-se um sujeito e um objecto; pensamento conceptual. No sistema do sutra, ignorância conceptual significa ter visões erróneas, super impostas ou “aprendidas”; crenças gerais grosseiras que obscurecem a natureza das coisas.



INICIAÇÃO (dbang) (S: abhiseka; ablución, unción; T: dbang-skur; transferencia de poder) – Conferir o poder ou autorização para praticar os ensinamentos Vajrayana, a porta de entrada indispensável à prática tântrica. Iniciação que dá o controle sobre o corpo, fala e mente vajra inatos, e a autorização de verem-se as formas como divindades, os sons como mantras e os pensamentos como sabedoria. Uma iniciação completa tem quatro fases:

1- Iniciação do vaso. Cerimónia de ablución que capacita para praticar a fase de visualização da divindade. Através desta prática purifica-se o corpo (nadis) e a percepção ordinária das aparências, e criam-se conexões de interdependencia para realizar o Nirmanakaya ou a perfeita pureza da manifestação.

2- Iniciação secreta. Consiste em beber elixir consagrado, e capacita para realizar práticas yóguis através das quais se purificam os ventos subtis (prana) que vinculam a mente com o corpo, até realizar o Sambhogakaya ou a perfeita pureza da fala.

3- Iniciação da sabedoría e gnosis, na qual, mediante um símbolo de união sagrada com uma consorte, o discípulo fica capacitado para meditar na união das energias essenciais (bindu) da mente. Através desta prática realiza-se o Dharmakaya ou a perfeita pureza da mente. As práticas correspondentes às fases 2 e 3 são as que se realizam nos seis yogas de Naropa.

4- Quarta iniciação ou iniciação da palavra. Consiste num símbolo ou breve instrucção que mostra directamente a natureza essencial da mente e capacita para praticar a meditação Mahamudra. Por intermédio desta prática realiza-se o Svabhavikakaya ou vacuidade da mente, que abarca em sí mesmo os outros três kayas. As práticas relacionadas com as três primeiras iniciações correspondem ao caminho do método, e a relativa à quarta iniciação é o caminho da libertação. Na prática de Vajrayana é essencial conciliar ambos os aspectos para obter o resultado supremo.



INSTRUÇÕES QUE APONTAM (ngo sprod) – A introdução directa à natureza da mente.



ILUMINAÇÃO (S: bodhi; conhecimento iluminado; T: byang-chub; purificado e aperfeiçoado) - Objectivo equivalente ao estado de Buda. Um Buda é o que chegou à iluminação. A realização última da prática espiritual; sinônimo de estado búddhico.



INCARNETED NIRMANAKAYA – Buddhas e bodhisattvas que aparecem para ajudar os outros: como humanos aos seres humanos, como animais aos animais, e por ai adiante.



INDRA – O Deus chefe no reino do desejo. Ele reside no cume do Monte Sumeru no palácio da Vitória Completa e também é conhecido como Shakra, o soberano dos deuses. O monarca de um dos mundos celestes, chamado o Céu dos Trinta e Três [Deuses].



INNATE WAKEFULNESS (estado desperto inato) – A intrínseca e inamovível capacidade da mente para não conceptualizar coisas. Também conhecida como sabedoria.



INSTANTANEOUS RECOLLECTION (recordação instantânea) – O tipo de estádio de desenvolvimento no qual a imagem visual de uma divindade é vista num preciso momento.



INTERDEPENDÊNCIA, ELOS DA INTERDEPENDÊNCIA - Encadeamento de causas e de efeitos que mantém os seres no Samsara e que perpetua o seu sofrimento. São em número de doze: [1] a ignorância conduz às [2] formações mentais, que engendram [3] a consciência, a qual cria [4] o nome e a forma, que estão na origem dos [5] seis sentidos. Estes dão lugar ao [6] contato e o contato à [7] sensação. Esta provoca [8] o desejo que se transforma em [9] apego. Esta atitude de apego torna-se o [10] impulso para a existência que conduz ao [11] nascimento e depois à [12] velhice e à morte.




-J-



JAMYANG KHYENTSE WANGPO (‘jam dbyangs mkhyen brtse’i dbang po, 1820 a 1892) – Um grande mestre do último século, foi o grande mestre do século XIX, o último dos Cinco Grandes Tertons, era visto como uma encarnação combinada de Vimalamitra e do Rei Trisong Deutsen; tornou-se o mestre e o professor de todas as escolas budistas do Tibete e o fundador do movimento Rimey. Existem dez volumes de seus trabalhos além de suas termas.



JÓIA DOS DESEJOS (S: cintamani; T: yid-bzhin-nor-bu) - Na mitología indiana, são jóias que satisfazem todos os desejos de quem as possui e que habitualmente estão protegidas por nagas nas profundidades marinhas, ou serem propriedade de um monarca universal.



JAMBUDVIPA - O nosso mundo, ao sul do Monte Meru.


JARRA DO TESOURO INESGOTÁVEL - Veja Bhadraghata.


JINA - vitorioso, vencedor, conquistador; epíteto do Buddha.


JÓIAS DO DHARMA - Doze tipos de textos sagrados; os ensinamentos orais do Buddha (sutram), os cantos versificados (geuam), as profecias (vyakaranam), os poemas sagrados (gatha), as instruções enunciadas pelo Buddha sem que tenha sido solicitado (udanam), as explicações preliminares aos ensinamentos (nidanam), as parábolas (avadanam), as histórias e as lendas (itivrittakam), as histórias sobre as vidas anteriores do Buddha (jatakam), as explicações detalhadas (vaipulyam), os ensinamentos extraordinários (adbhuta-dharma), os ensinamentos essenciais e concludentes (upadesha).





-K-



KAGYÜ (bka’brgyud) – A linhagem dos ensinamentos trazidos do Tibete pelo Senhor Marpa, recebidos do buda dharmakaya Vajradara pelo sidha indiano Tilopa, por Saraha e outros. Transmitida por Naropa e Maitripa ao tradutor tibetano Marpa, a linhagem foi passada para Milarepa, Gampopa, Karmapa e outros. A principal ênfase é para os caminhos dos meios, que consistem nas Seis Doutrinas de Naropa, e para o caminho da libertação, que são as instruções de Mahamudra de Maitripa. A “transmissão de ensinamentos”. Uma das oito linhagens práticas, originária de Lord Marpa.



KAMA (bka’ma) – A Linhagem Oral da Escola Nyingma, o corpo dos ensinamentos traduzidos, principalmente, durante o período da estada de Guru Rinpoche no Tibete e transmitido de mestre a discípulo até aos dias de hoje.



KEMPO (mkhan po) – Um título para quem completou o corpo principal de estudos, consta de mais ou menos dez anos de duração, dos ramos tradicionais de filosofia budista, lógica, vinaya e assim por diante. Também pode referir-se ao abade de um mosteiro ou ao preceptor de quem se recebe ordenação.



KONGTRÜL LODRÖ THAYE (1813 -1899) – Também conhecido como Jamgon Kontrül Lodrö Thaye e por seu nome de terton Chimey Yungdrung Lingpa. Estava à frente do movimento Rimey, do século XIX. Renomeado como um mestre realizado, um escolástico e um escritor, foi autor de mais de cem volumes de obras. As mais conhecidas são seus “Cinco Tesouros”, dentre os quais estão os sessenta e três volumes do “Rinchen Terdzo”, a literatura das termas dos cem grandes tertons.



KANGYUR (T: bka'-'gyur; o que se converteu em preceptor) - Ver DHARMA. “Palavras traduzidas” do Buda Shakyamuni. A primeira parte do canone do budismo tibetano. Compõe-se de mais de cem volumes de escrituras.



KARMA (T: las; acción) - A lei que governa o decorrer da existência e segundo a qual o estado presente é o resultado de acções anteriores, e as acções realizadas no presente condicionam o estado de existência futuro. Esta lei de causa e efeito governa com absoluta precisão o futuro de todas as coisas e dos seres, tanto individualmente como colectivamente. A lei infalível em que acções virtuosas trazem resultados virtuosos, etc. O fado dos seres, as suas alegrias e sofrimentos e a maneira como apercebem o universo não se deve ao acaso, nem à vontade de uma entidade toda-poderosa; é o resultado das suas acções passadas. Da mesma maneira, o futuro dos seres é determinado pela qualidade, positiva ou negativa, das suas ações presentes.



KAYA (T: sku; corpo) - “Corpo” no sentido de um corpo ou encarnação de numerosas qualidades. Básicamente Buda tem dois aspectos: um principio manifesto (rupakaya ou corpo com forma) e um principio absoluto intangível (dharmakaya ou corpo da verdade). Quando alguem se converte em Buda, o seu corpo, fala e mente transmutam-se nos seus respectivos estados de perfeita pureza que chamamos os três kayas:

O Dharmakaya é a mente búdica, sabedoría primordial incrementada e inesgotável, cuja essência é vacuidade.

O Sambhogakaya é a fala búdica, e tem cinco "certezas": os seus contornos são os reinos búdicos; manifesta-se em formas puras e radiantes; o seu ensino é exclusivamente o Mahayana; os seus discípulos são os Bodhisattvas nos dez niveis de iluminação; e a sua manifestação perdura enquanto dura o samsara. A essência de Sambhogakaya é claridade, a capacidade da mente para conhecer e experimentar.

O Nirmanakaya é o corpo búdico, apresentado aos seres em três formas possíveis: na forma de um Buda totalmente iluminado, como é o caso do Buda Shakyamuni; nascendo em qualquer plano de existencia, desde animais até grandes mestres realizados, para beneficiar os seres; e como pessoas de talento artístico, podendo assím atrair e instruir a todos. A essência do Nirmanakaya é o dinamismo desobstruído da mente. O Dharmakaya é o princípio absoluto e os outros dois kayas constituem o rupakaya. Às vezes tem-se em conta outro aspecto, o Svabhavikakaya o principio da essência, que indica o carácter inseparável dos três anteriores, no sentido de que constituem, na realidade, uma só essência indiferenciável.



KADAMPA – A linhagem de ensinamentos trazida para o Tibete pelo grande mestre indiano Atisha. Primeira das novas escolas do budismo tibetano, que enfatiza a disciplina monástica, a compaixão e o estudo.



KING INDRABODHI – Um rei indiano da época de Buda que se tornou um grande mestre que atingiu a realização. Ele simboliza a pessoa de mais elevado calibre que pode utilizar os prazeres dos sentidos como o caminho para a prática.



KLESHA – Distracções. Normalmente os cinco venenos conhecidos como desejo, fúria, ilusão, orgulho e inveja. Emoção negativa ou criadora de obscurecimentos; todo acontecimento mental que perturba e obscurece a nossa mente, que nos faz perder o controle. Estes "venenos interiores" são a causa de todos os sofrimentos. A palavra klesha também é traduzida como "emoções conflituosas" ou "emoções que obscurecem".



KRIYA YOGA – O primeiro dos três tantras exteriores que coloca a ênfase na conduta pura e limpa.



KALPA - Segundo a cosmologia budista, os mundos (chakravala) estão submetidos a um processo alternativo de formação e dissolução. O período que decorre entre o início de um mundo e a formação do mundo seguinte é chamado de mahakalpa (grande ciclo); este é formado por quatro períodos incomensuráveis (asankhyeya-kalpa) que correspondem às fases de formação, duração e dissolução do mundo, mais o período intermediário de caos que precede a formação de um novo mundo. Cada asankhyeya-kalpa contém vinte antara-kalpas. Um antara-kalpa é o período durante o qual a duração da vida humana, que é de dez anos à partida, cresce até atingir a duração de um asankyeya-kalpa e de novo decresce até dez anos. O fim de cada antara-kalpa é marcado por sete dias de guerra, sete meses de epidemias e sete anos de fome.


KALPADRUMA - Árvores dos desejos; cinco árvores celestiais que dão como fruto tudo aquilo que desejamos.


KSHITIGARBHA - Nome de um Bodhisattva.


KUTASHALMADI - Gigantesca árvore nos infernos; os adúlteros sentem um impulso irresistível de subir nesta árvore, onde mulheres com dentes de ferro os agarram em abraços que os despedaçam.





-L-



LUMINOSIDADE (‘od gsal) – Um termo-chave na filosofia Vajrayana, que significa uma quebra na ênfase excessiva do Mahayana na vacuidade que pode levar ao niilismo. De acordo com Mipham Rinpoche, “luminosidade” significa “livre da escuridão do não-saber e dotada da habilidade de conhecer.” Literalmente “livre da escuridão da ignorância e contendo a habilidade da cognição”. Os dois aspectos são “ luminosidade vazia”, como um céu aberto e limpo; e “luminosidade manifesta”, como as cinco luzes coloridas, imagens, e etc.



LUMINOSIDADE BASE (gzhi’i ’od gsal) – Sinónimo de luminosidade mãe, dharmakaya.



LUMINOSIDADE BASE DO PLENO ALCANÇAR (nyer thob gzhi’i’ od gsal) – A luminosidade do dharmakaya que surge logo após os três estágios de dissolução subtil de brancura, vermelhidão e negrume.



LAMA (S: guru; respeitável; T: bla-ma; elevado e maternal) - Nos países ocidentais tende-se, às vezes, a utilizar esta palavra num sentido mais geral que o seu equivalente sanscrito, onde se utiliza Guru para referir-se específicamente ao mestre.



LAMDREY – Caminho e resultado. O ensinamento principal da escola Sakya.



LINGJE REPA – Um grande mestre da linhagem da escola Drukpa Kagyu.



LISTENING (escutar) – No contexto de aprender, contemplar e meditar, significa receber ensinamentos orais e estudar as escrituras de modo a limpar a ignorância e os pontos de vista errados.



LORD OF DEATH (Senhor da Morte) - Uma personificação da impermanencia e da inquestionável lei da causa e efeito.



LOVING KINDNESS (bondade) – A atitude de desejar que todos os outros seres possam ser felizes.



LOKESHVARA - Outro nome do Bodhisattva Avalokiteshvara.

LUZ - As luzes comuns, como a luz do dia, caracterizam-se por ser o aspecto puro dos elementos densos - Natsok Rangtrol (130a/3} "O [aspecto] puro dos elementos densos são os raios de luz, como as luzes e raios do sol e os raios luminosos de um cristal."



LUZ ABSOLUTA: De acordo com Longchenpa (45a-49b), os cinco constituintes mente-corpo da concepção mundana são os cinco corpos de Buda, na Condição de Buda. Os cinco padecimentos emocionais são as cinco sabedorias primordiais, e os cinco elementos físicos são as cinco luzes puras, e assim por diante. Na Condição de Buda, elas estão presentes na natureza da unicidade, ou união, paz e júbilo, mas na concepção mundana a mente e seus objectos são percebidos, apreendidos e vividos na forma dos cinco constituintes mente corpo.





-M-



MADHYAMICA (dbu ma) – O Caminho do Meio. A mais alta das Quatro Escolas Filosóficas budistas. O Caminho do Meio significa não se manter nenhuma visão extrema, nem no niilismo (negação da realidade dos fenômenos) nem no eternalismo (crença na realidade intrínseca dos fenômenos).



MAHAMUDRA (phyag rgya chen po) – Literalmente o “grande selo”, a prática mais directa para realizar-se a própria natureza búdica. O sistema de ensinamentos que é em si a visão básica da prática Vajrayana, de acordo com as escolas Sarma ou Novas: Kagyu, Gelug e Sakya.



MAHAYANA (theg pa chen po) – “Veículo Maior”, quando usamos o termo “Veículos Maior e Menor” (Mahayana e Hinayana), Mahayana inclui os veículos tântricos, enquanto que Hinayana compreende os ensinamentos para os shravakas e para os pratiekabudas. A conotação de “maior” ou “menor” refere-se ao escopo da aspiração, aos métodos aplicados e à profundidade do “insight”. Grande veículo, fundado sobre a compaixão, é o veículo dos Bodhisattvas que desejam atingir a iluminação para poder libertar a infinidade dos seres.



MANDALA (dkyil’khor) – “Centro e arredores”. Em geral uma representação gráfica simbólica de um reino de existência de uma divindade tântrica. Um oferecimento visualizado como o universo inteiro, assim como o arranjo do altar de um ritual tântrico. Disco de metal que representa a base do mundo e sobre a qual se colocam pequenos montes de arroz ao se praticar a oferenda do universo. Uma mandala é um universo, ou seja uma estrutura na qual se agrupam um conjunto de elementos à volta do centro, numa unidade organica. Nas práticas de Vajrayana um mandala consiste básicamente num palacio e numa divindade central, que personificam, respectivamente, a pureza do mundo externo e a pureza do perceptor, ou seja do meditador que se identifica com a divindade.



MANTRA (sngags) – Um sinónimo para Vajrayana. Uma combinação particular de som, que simboliza e comunica a natureza da divindade, que leva à purificação e à realização; por exemplo, OM MANI PADME HUNG. Existem três tipos principais de mantras: guhya mantra, vidia mantra e darani mantra. Sequência de sílabas geralmente contendo o nome de um Buda; como indica a sua etimologia, "protege a mente" das manifestações da ignorância. Uma palavra, uma frase ou algumas frases esotéricas poderosas em sânscrito, que incorporam a natureza absoluta do som, da fala, da expressão e do poder. É também a expressão ou manifestação da sabedoria e do poder quintessenciais de uma divindade, de um Buda ou do Buda. Quando se está praticando, pode ser recitado como meditação, prece ou recurso de expressão ou acção espirituais.



MARPA (mar pa) – O grande ancestral da linhagem Kagyu. Marpa o tradutor – o grande antepassado da linhagem Kagyu.



MEDITAÇÃO (sgom pa) – No contexto da prática de Mahamudra ou do Dzogchen, meditação é o acto de habituar-se à continuidade do reconhecimento da nossa natureza búdica tal qual ela é apontada por um mestre qualificado ou de sustentá-la. No contexto de estudo, contemplação e meditação significam o acto de assimilar os ensinamentos na nossa própria experiência pessoal e de habituar-mo-nos com eles através da prática.



MENTE COMUM (tha mal gyi shes pa) – Não o estado comum de mente numa pessoa não-iluminada, mas “comum” no sentido do estado desperto presente não ser fabricado, alterado ou corrigido de nenhuma forma.



MESTRE-RAIZ (rtsa ba’i bla ma) – Um praticante de Vajrayana pode ter vários tipos de guru-raiz: o mestre vajra que concede iniciações, que confere transmissões lidas ou que explica o sentido dos tantras. O guru-raiz último é o mestre que dá as “instruções que apontam” através das quais se reconhece a natureza da mente.



MILAREPA (1040 - 1123) – Um dos mais famosos iogues e poetas da história religiosa tibetana. Muitos dos ensinamentos das escolas karma Kagyu vieram dele.



MAHAKALA (T: nag-po chen-po; el gran negro) - O principal Protector da escola Kagyupa.



MANTRAYANA (T: gsang-sngags; mantra secreto) - Sinónimo de Vajrayana.



MARA (S: morte; T: bdud; o senhor da morte, o diabo) - Mara é a personificação do mal. Contudo, no budismo não se entende o mal como um princípio ou uma entidade com existencia real, mas sim como o conjunto de factores que criam obstáculos à realização da sabedoria primordial. Segundo Situ Rimpoché o mal tem três aspectos:

Externo - é a motivação errada, uma atitude fundamentalmente egoísta, assím como todas as acções derivadas dela, por perfeitas ou eficazes que pareçam ser. E tambem a manifestação externa da dita motivação, por exemplo na forma de armas ou objectos danosos.

Interno - tem quatro aspectos, que costumam chamar-se "os quatro maras":

1) As emoções perturbadoras -básicamente a ignorância, o desejo e a cólera - que são a raíz do karma e de todo o sofrimento.

2) Os cinco agregados psico-físicos - que são como uma prisão que limita a nossa essência absoluta.

3) A morte, ou melhor dizendo, o medo da morte, que alimenta a noção errada de identidade com o corpo - e como consequência a sede de existência - que é a origem de todo o temor.

4) A seducção do prazer – que significa a insatisfação, a tendência para querer que as coisas sejam sempre algo melhor do que são, o que impede a equanimidade e o contentamento necessários para aprofundar a verdadeira essência.

Secreto - A essência e origem de todo o mal: não dar-se conta de que o mundo externo não é mais do que um reflexo do "eu", e que a distinção dualista entre "eu" e "os outros" é uma noção falsa.



MONARCA UNIVERSAL (S: cakravartin; T: 'khor-los sgyur-ba; o que faz girar a roda) - Na antiga tradição védica e budista o chakravartin era um rei que governava um mundo inteiro com sabedoria e virtude.



MAHA ATI – O terceiro dos três tantras internos.



MAHAKALPA – Um grande aeon durante o qual o universo inteiro é formado, mantém-se, desintegra-se e torna-se vazio.



MAHAKARUNIKAYA – A “encarnação da grande compaixão”, Avalokiteshvara.



MAHASANDHI – O mesmo que Dzogchen. Literalmente significa “grande perfeição”, a prática mais directa para atingir a natureza de Buda, de acordo com a escola Nyingma ou escola antiga.



MAHAYOGA – O primeiro dos três tantras interiores. Enfatiza o estádio do desenvolvimento.



MAIN PART OF PRATICE (parte principal da prática) – Refere-se à prática que segue as preliminares. De acordo com Jigmey Lingpa “parte principal” literalmente significa “fundamentos actuais” no sentido de que “fundamentos” significa ter uma compreensão intelectual completa da prática e “actual” significa ter noção exacta do que isso significa.



MAITREYA – O do Amor. O bodhisattva regente do Buda Shakyamuni, presentemente que vive no céu Tushita até voltar a ser o quinto buda deste kalpa.



MANJUSHRI – Um dos oito principais bodhisattvas. Personifica a perfeição do conhecimento transcendental. Bodhisattva que corporifica a perfeita sabedoria.



MANJUSHRIMITRA – Um mestre indiano da linhagem Dzogchen e discipulo de Garab Dorje.



MANTRA MAHAMUDRA – A prática Mahamudra ligada às Seis Doutrinas de Naropa.

MEANS AND KNOWLEDGE (meios e conhecimentos) – Geralmente, o estado de buddhahood é atingido pela unidade dos meios e conhecimentos; no Mahayana, compaixão e vacuidade; o Vajrayana, os estádios de desenvolvimento e conclusão. De acordo com as escolas Kagyu em particular, estes dois aspectos são “ o caminho dos meios”, referindo-se às Seis Doutrinas e o “caminho da libertação”, referindo-se à actual prática do Mahamudra.



MEDITATING (meditar) – No contexto de aprender, contemplar e meditar, significa o acto de assimilar os ensinamentos e trazê-los para a nossa experiência e vida diária.



MIND ESSENCE (natureza da mente) – Um sinónimo para a natureza de buda.



MIND ONLY SCHOOL (Escola da Só Mente) – Fundada no Sutra Lankavatara, a escola filosófica Mahayana defende o ponto de vista de que todos os fenómenos são “apenas” representações da mente, ou seja, percepções mentais que aparecem no all-ground da consciência devido às tendências habituais.



MIND, SPACE AND INSTRUCTION SECTIONS – Depois de Garab Dorje estabelecer os seis milhões e quatrocentos mil tantras do Dzogchen no mundo humano, o seu discípulo chefe , Manjushrimitra, arranjou esses tantras em três categorias: a Secção da Mente enfatiza a luminosidade; a Secção do Espaço enfatiza a vacuidade; e a Secção das Instruções enfatiza a inseparabilidade daquelas duas.



MISDEEDS – Esta palavra refere-se à dez acções não virtuosas.



MOMENTARY DEFILEMENT – Os obscurecimentos que não são intrísecos à natureza de buda, tal como as nuvens não são inerentes no céu.



MOUNT SUMERU – A montanha no centro do mundo rodeada pelos quatro continentes.



MUDRA – Pode significar quer “gesto de mão” , consorte espiritual, ou forma corporal de uma divindade.



MUDRA OF EQUANIMITY – As mãos postas na posição de meditação tal como o Buda Amitabha.



MAHA-USHADI - Planta que cura, um remédio universal.


MAITREYA - Nome de um Bodhisattva, também conhecido como Ajita, que será o Buddha do futuro.


MANDAKINI - Um rio do céu.


MENTE - Para o budismo, a mente não é uma entidade real, mas uma sucessão de instantes de consciência que lhe dão uma aparente continuidade. A natureza última da mente tem dois aspectos indissociáveis: a vacuidade e a luminosidade, que é a sua faculdade cognitiva.


MENTE DA ILUMINAÇÃO - Veja Bodhichitta.


MERU, SUMERU - Montanha axial do Universo, feita de puro cristal no leste, de safira no sul, de rubi no oeste e de ouro no norte.


MESTRE - Epíteto do Buda.


MIMAMSAKAS - Hindus partidários da eternidade do átomo.



MISERICORDIOSO - Epíteto do Buda.


MONTANHAS QUE ESMAGAM - Montanhas do inferno que, aproximando-se entre si, esmagam os danados.



MANTRA DO BUDA DA COMPAIXÃO - Nos textos canônicos budistas, o mantra tem apenas seis sílabas, mas na maioria dos textos descobertos (terma), ele tem sete sílabas, com o acréscimo de HRI, que é a sílaba-do-coração de Avalokiteshvara. Nesse mantra, HRI é a sílaba-do-coração do Buda a ser invoca e as outras seis são os meios para invocá-la. OM: A + O + M = OM - simboliza o corpo, a fala e a mente dos Budas, personificados por Avalokiteshvara.

MANI: Jóia - simboliza a realização dos desejos, os meios eficazes.

PADME: Lótus - simboliza a pureza e a sabedoria imaculadas. O treinamento nos meios eficazes e na sabedoria é o caminho espiritual budista, e a sua perfeição são os meios eficazes e a sabedoria da Condição de Buda.

HUNG: União, invocação ou acto de unir-se - representa a união entre os meios eficazes e a sabedoria. Invoca o Buda que derrama sobre a pessoa os meios eficazes, a sabedoria e todas as bênçãos. Alternativamente, HUNG une a pessoa, de modo inseparável, com (o Corpo, a Fala e a Mente do) Buda.

HRI: Sílaba-do-coração - representa a essência do coração do Buda da Compaixão a ser invocada e com a qual a pessoa quer unir-se. Significado simples: "Ó Buda que trazes a jóia e o lótus [compaixão e sabedoria), derrama, por favor, tuas bênçãos sobre nós."



MANTRA DO GURU RINPOCHE -

OM: Sílaba seminal do Corpo do Buda

AH: Sílaba seminal da Fala do Buda

HUM: Sílaba seminal da Mente do Buda

VAJRA: Diamante (adamantino), Dharmakaya (a natureza absoluta do Buda)

GURU: Mestre (prosperidade), Sambhogakaya (forma pura do Buda)

PADMA: Lótus (pureza), Nirmanakaya (o corpo do Buda como o percebem os seres comuns)

SIDI: Obtenção de resultados comuns e incomuns

HUM: Conceda, por favor; Que assim possa ser (súplica)



MALA - rosário geralmente com 108 contas, usado para contar a recitação de mantras.





-N-



NADI (rtsa) – Os canais do corpo Vajra nos quais as correntes de energia se movem. Os canais no corpo vajra através dos quais o vento circula. Os canais, energias ou ventos, e essências do corpo físico.



NALANDA (Sânscrito) – O grande centro monástico de estudos budistas que floresceu na Índia antiga, situado no estado indiano actual de Bihar.



NÃO-PENSAMENTO (mi rtog) – Um estado no qual o pensamento conceptual está ausente. Pode referir-se ao estado desperto não-conceptual, mas, em geral, refere-se a uma das três experiências meditativas temporárias (bem-aventurança, claridade e não-pensamento), que, normalmente, são tingidas por fascinação subtil e apego.



NAROPA (na ro pa) – O grande mahasida da Índia, principal discípulo de Tilopa e o guru de Marpa, na linhagem Kagyu.



NEGRUME (nag lam) – Uma experiência de escuridão total que é o terceiro estágio de: aparência, aumento e alcançar.



NGÖNDRO (sngon ’gro) – Veja “Preliminares”.



NIRMANAKAYA (sprul sku) – “Corpo de emanação”, “forma de aparência mágica”. O terceiro dos três kayas. O aspecto da iluminação que pode ser percebido por seres comuns. Um dos três corpos do Buddha. Veja também: Dharmakaya.



NAGA (T: klu; serpente) - Um tipo de espirito com corpo humano e parte inferior de serpente, que habita os lagos, mares e outras zonas aquáticas. Às vezes também se consideram como guardiões da sabedoría e dos tesouros subaquáticos.



NIRVANA (S: extinção, cessação; T: mya-ngan las 'das-pa; trascendência do sofrimento) - O nirvana do Hinayana é o estado de paz que resulta da cessação da ignorância e das emoções perturbadoras. Para o Mahayana este é um estado temporal, ao qual falta desenvolver a compaixão e os meios hábeis para obter a verdadeira iluminação. Nirvana pode referir-se à paz hinayana ou à perfeita iluminação. O nirvana menor refere-se à libertação do ciclo das existências esperado por um praticante do Hinayana. Quando se refere a um Buda, nirvana é o grande estado de iluminação que não cai nem no extremo da existência samsárica, nem no estado passivo de cessação esperado por um arhat. O estado para além do sofrimento, o facto de se libertar do sofrimento e do Samsara. Não é a realização última do estado búddhico.



NAMO – Quer dizer “eu presto homenagem”.



NILISMO – Literalmente “a perspectiva da descontinuidade”. O ponto de vista extremo de não existência: não renascimento ou efeitos kármicos, e não existência de uma mente depois da morte.



NINE ATTRIBUTES OF A LEARNED PERSON (nove atributos de uma pessoa instruída) – Ser letrado, virtuoso e nobre; ser especialista em expor, debater e compor; possuir as três qualidades de estudar, praticar e agir para o benefício dos outros.



NINE VEHICLES (nove veículos) – Os nove veículos graduais : Shravaka, Pratyekabuddha, Bodhisattva, Kriya, Upa, Yoga, Maha, Anu e Ati.



NONARISING – Nos aspectos da verdade última, todos os fenómenos são destituídos de uma identidade independente e concreta, e não tem portanto bases para possuir atributos tais como “aparecer, existir ou cessar”.



NONCOMPOUND (não-composto) – Um fenómeno que está para além do aparecer, existir e cessar.



NONCONCEPTUAL WAKEFULNESS – O estado básico da mente que é apontado pelo guru de raiz; livre de pensamentos e no entanto reconhecendo tudo o que está presente.



NONFABRICATION (não-fabricado) – O mais importante ponto chave na meditação do Mahamudra e do Dzogchen; de que o estado desperto inato não é criado através de um esforço intelectual.



NONMEDITATION (não-meditação) – O estado de não nos agarrar-mos quer ao objecto da meditação quer ao sujeito que está a meditar. Também se refere ao quarto estádio de Mahamudra no qual nada mais precisa “meditar-se sobre” ou “cultivado”.



NONTHOUGHT (sem pensamento) – Um estado em que todas as coisas conceptuais estão ausentes.



NYINGMA SCHOOL – Os ensinamentos trazidos para o Tibete e traduzidos durante o reinado do rei Trisong Deutsen e no período subsequente , por Rinchen Sangpo.



NAGARJUNA - Importante mestre espiritual indiano e grande filósofo, cujos notáveis comentários sobre a verdade relativa e a verdade absoluta estão na origem das escolas agrupadas sob o nome de Madhyamika. As opiniões diferem quanto à data do seu nascimento: 482 ou 212 d.C.


NAIYAYIKAS - Hindus que dizem que o atman é imutável e inanimado, que está presente em cada ser como o espaço; no entanto, dizem que ele é capaz de perceber os fenômenos e de se lançar na acção quando se associa a uma consciência.


NATUREZA VERDADEIRA - Também denominada natureza de Buda, natureza última, verdade absoluta, natureza iluminada ou Mente de Buda.





-O-



OBSCURECIMENTO (sgrib pa) – Os dois véus das emoções perturbadoras e da sabedoria dualista que cobrem a natureza de buda.



OBSCURECIMENTO DA SABEDORIA DUALISTA (shes bya’i sgrib pa) – O obscurecimento subtil de manterem-se os conceitos de sujeito, objecto e acção.



OBSCURECIMENTO DE EMOÇÕES PERTURBADORAS (nyon mongs pa’i sgrib pa) – As emoções dos cinco venenos: raiva, desejo, estupidez, orgulho e inveja.



OFERECIMENTO DE FESTIM (tshogs kyi ’khor lo) – Uma assembleia festiva de praticantes Vajrayana feita para acumular mérito e purificar os compromissos sagrados.



OITO GRANDES CARRUAGENS DA LINHAGEM PRÁTICA (sgrub brgyud shing rta brgyad) – As oito escolas independentes de budismo que floresceram no Tibete: Nyingma, Kadam, Marpa Kagyü, Shangpa Kagyü, Sakya, Jordruk, Nyendrub, Shije e Chö. Hoje em dia, apenas as primeiras cinco sobrevivem como linhagens independentes.



OITO LINHAGENS PRÁTICAS (sgrub brgyud brgyad) – Veja acima.



OITO PREOCUPAÇÕES MUNDANAS (‘jig rten chos brgyad) – Apego ao ganho, prazer, elogio e fama, e aversão à perda, dor, ser culpado por um mal feito e má reputação.



ORIGINAÇÃO INTERDEPENDENTE (rten cing ’brel bar ’byung ba) – A lei natural de que todos os fenómenos surgem “em dependência” das suas próprias causas, “em conexão” com as suas condições individuais. O facto de que nenhum fenómeno aparece sem uma causa e nenhum é feito por um criador não-causado. Tudo surge exclusivamente em dependência da coincidência de causas e condições, sem as quais eles não poderiam possivelmente aparecer.



OS VITORIOSOS (rgyal ba, jina) – O mesmo que budas.



Obscuration of habitual tendencies (obscurecimento das tendências habituais) – A propensão para apreender atributos que ocorrem na mente mesmo dos mais elevados e desenvolvidos bodhisattvas.



OCCURRENCE – O período quando os pensamentos chegam à mente.



ONE TASTE – O terceiro estádio na prática do Mahamudra.



ONE-POINTEDNESS – O primeiro estádio na prática do Mahamudra.



ORAL INSTRUCTIONS (instruções orais) – Em oposição à tradição escolástica, as instruções orais da Linhagem Prática, são concisas para que possam estar sempre presentes na mente; são práticas e dirigidas para que possam ser meios efectivos para lidar directamente com a prática.



ORDINARY MIND (mente original)– não quer dizer o estado ordinário da mente numa pessoa não-iluminada, mas sim “ordinário” no sentido de que não foi fabricada, alterada ou corrigida de forma alguma.



OITO LIBERDADES - Juntamente com as dez condições favoráveis, são indispensáveis se quisermos progredir para a iluminação: [1] não ter nascido nos infernos; [2] no mundo dos fantasmas famintos; [3] no reino animal; [4] entre os semideuses; [5] entre os deuses de longa vida; [6] entre os homens com visões errôneas; [7] em uma época obscura durante a qual nenhum Buddha tenha aparecido; [8] ou com uma deficiência mental que impeça a compreensão do sentido do Dharma.


ONISCIENTE - Epíteto do Buddha.


OUVIDORES - Veja Shravaka.



OITENTA E QUATRO MIL ENSINAMENTOS - 21.000 em cada um : Vinaya, Sutra, Abhidharma e as suas combinações. O seu propósito é eliminar os 84.000 diferentes tipos de distracções existentes na nossa mente.

-P-



PANDITA (mkhas pa) – Um erudito, um escolástico ou professor de filosofia budista.



POWA (‘pho ba) – Ejecção da consciência para um campo de buda no momento da morte.



PRAJNA E UPAIA (tabs dang shes rab) – Prajna é sabedoria e inteligência, em particular a sabedoria que realiza a ausência do eu. Upaia é o método ou a técnica que traz essa realização.



PRAJNAPARAMITA (shes rab kyi pha rol tu phyin pa) – “Sabedoria Transcendente”. Os ensinamentos Mahayana do “insight” na vacuidade que transcendem a fixação em sujeito, objecto e acção. Associada com o Segundo Girar da Roda do Dharma. Um dos principais sutras do Mahayana, que expõe a visão da vacuidade.



PRELIMINARES (sngon ’gro) – As preliminares externas gerais são os Quatro Pensamentos que Transformam a Mente; as preliminares internas especiais são: As Práticas das Quatro Vezes Cem Mil de refúgio e bodhichita, recitação de Vajrasatva, oferecimento de mandala e Guru Yoga. As preliminares exteriores gerais são as “quatro mudanças mentais”; as preliminares interiores especiais são “as quatrocentas mil práticas de refúgio e voto em Bodhichitta, a recitação de Vajrasattva, a oferta do mandala, e o Guru Yoga”.



PUREZA PRIMORDIAL (ka dag) – A natureza básica dos seres com consciência que é originalmente não-maculada por defeitos, e além da confusão e da libertação.



PRATYEKABUDA (S: pratyekabuddha; T: rang-sangs-rgyas; Buda solitário) - Alguém que consegue a libertação do ciclo da existência sem a ajuda de um mestre, e que não ensina aos outros. É digno de veneração por seguir o ensinamento de Buda até obter a libertação; não obstante, a sua realização é incompleta e inferior, por não estar baseada na compaixão universal. O que atingiu a perfeição no segundo veiculo do Hinayana principalmente através da contemplação nas doze ligações da origem dependente em sentido contrário. Aquele que atinge o Nirvana sem precisar ouvir os ensinamentos de um Buddha. Aquele que estuda, sem a ajuda de um mestre, a natureza dos elos interdependentes. Realizando a ausência de existência própria do eu e, parcialmente, a dos fenómenos, põe termo ao samsara mas não atinge o Estado de Buda.



PROTECTORES DO DHARMA (S: dharmapala; T: chos-skyong) - Divindades que são consideradas emanações de Bodhisattvas ou poderosos espíritos vinculados ao Dharma. Protegem os praticantes dos obstáculos -internos e externos- que podem desimpedir o caminho, e cuidam da preservação dos ensinamentos. Alguns Protetores podem considerar-se como Yidams, manifestações de Sambhogakaya.



PADMASAMBHAVA – “Proveniente de um Lotus”.



PARAMITA – Literalmente “paramita” quer dizer “chegar à outra margem”. Particularmente quer dizer transcender os conceitos de sujeito, objecto e acção. Perfeições; as principais são a generosidade, a disciplina, a paciência, a perseverança, a concentração e o conhecimento transcendente. São ditas transcendentes quando associadas à realização da vacuidade e realizadas sem os conceitos de sujeito, objecto e acção. As seis Perfeições Transcendentes que são a prática da Via dos Bodhisattvas: generosidade, disciplina moral, paciência, entusiasmo, meditação e sabedoria.



PATH MAHAMUDRA – A fase de aproximar o reconhecimento da natureza de buda com o aplicar esse reconhecimento na nossa própria prática.



PATH OF LIBERATION (caminho da libertação) – O caminho da prática do Mahamudra.



PATH OF MEANS (caminho dos meios) – Refere-se às Seis Doutrinas de Naropa bem como aos estádios de desenvolvimento e conclusão com atributos.



PATH WISDOM (caminho da sabedoria) – A experiência do estado desperto inato apontada por um mestre no qual a estabilidade completa não foi atingida.

PEACEFUL AND WRATHFUL DEITIES (divindades pacificas e iradas) – As 42 pacificas e 58 iradas divindades.



PHENOMENA (fenómenos) – Tudo o que pode ser experimentado, pensado ou conhecido.



POINTING-OUT INSTRUCTION – A apresentação directa à natureza da mente.



PRANA – Os ventos ou correntes-energéticas do corpo vajra.



PRECIOUS HUMAN BODY – A previligiada existência humana contendo as “oito liberdades” e as “dez riquezas”.



PUJA – É um ritual, adoração ou cerimónia.



PURE PERCEPTION – Encarar o mundo que nos rodeia como um campo de buda, nós e os outros como divindades, os sons como mantras, e os pensamentos como o estado desperto original.



PURIFYING THE OBSCURATIONS – A prática espiritual de limpar o que obscurece a natureza de buda; por exemplo, a meditação e recitação de Vajrasattva de acordo com as “preliminares especiais”.



PADMAPANI - Aquele que segura o lótus; um dos dos nomes do Bodhisattva Avalokiteshvara.

PEDRA DO MILAGRE - Veja Chintamani.



PENSAMENTO DA ILUMINAÇÃO - Veja Bodhichitta.


PEQUENO VEÍCULO - Veja Hinayana.


PERFEIÇÕES - Veja Paramitas.



PLANTA QUE CURA - Veja Maha-ushadi.


PRETA - Fantasmas famintos; sofrem constantemente de fome e de sede.


PROTECTOR DO MUNDO - Epíteto do Buddha.



PROTECTORES DAS TRÊS FAMÍLIAS - Os Bodhisattvas Avalokiteshvara, Manjushri e Varjapani.


POSTURA DO LÓTUS - Trata-se de uma das mais populares posturas orientais de meditação. Consiste em: a) sentar-se com as pernas cruzadas, ou seja, na postura do lótus; b) colocar as mãos no colo no gesto característico da meditação; c) manter a coluna recta; d) inclinar ligeiramente o pescoço na direcção do queixo; e) abrir os braços como asas, ou como uma canga; f) focalizar os olhos num ponto cerca de 90 cm a 1,30 m à frente, no nível da ponta do nariz; e g) encostar a ponta da língua na parte superior do palato.



PRÁTICAS ESOTÉRICAS DE RESPIRAÇÃO - No Budismo tibetano, há inúmeros treinos esotéricos (tântricos) da energia, ou ar, tais como os de Lung (rLung) ou Tsalung (rTsarLung). Esses treinos empregam as energias do corpo como um poderoso recurso de geração de energia que, por sua vez, traz a percepção da união entre a grande bênção e a receptividade, a verdade última. Como resultado disso, quem faz treino esotérico vive com o calor interior, sem precisar de roupas para se aquecer, voa no céu como os pássaros, alimenta-se de energia, em vez de comida pesada e goza do frescor da juventude e de longevidade. Do mesmo modo, uma das melhores maneiras de firmar as nossas energias e a nossa mente é dirigi-las para um determinado ponto abaixo do umbigo.



PRATIMOKSHA – Libertação individual, votos e preceitos destinados aos leigos e aos monges budistas.



PAIXÕES – Emoções negativas ou criadoras de obscurecimentos – todo o acontecimento mental que perturba e obscurece o nosso espírito, que nos faz perder o controlo. Estes “venenos interiores” são a causa de todos os nossos sofrimentos. São principalmente o desejo, o ódio, a ignorância, o orgulho e a inveja





-Q-



QUATRO ESCOLAS FILOSÓFICAS (grub mtha’ bzhi) – Veja “Escolas Filosóficas”.



QUATRO INICIAÇÕES (dbang bzhi) – As iniciações do vaso, a secreta, a da sabedoria e a da palavra preciosa. Padmasambava diz no “Lamrim Yeshe Nyingpo”: “A iniciação do vaso que purifica o corpo e os nadis é a semente do corpo vajra e do nirmanakaya. A iniciação secreta que purifica a fala e os pranas é a semente da fala vajra e do sambogakaya. A iniciação ponia que purifica a mente e as essências é a semente da mente vajra e do dharmakaya. A iniciação última que purifica os padrões habituais da base de tudo é a semente da sabedoria vajra e do svabavikakaya.”



QUATRO NOBRES VERDADES (phags pa’i bden pa bzhi) – As quatro nobres verdades são: a verdade do sofrimento, da origem, da cessação e do caminho. A verdade do sofrimento refere-se ao mundo e aos seres. A verdade da origem refere-se às acções kármicas e às emoções. A verdade da cessação é o estado de terem-se abandonado tanto os karmas quanto as emoções perturbadoras, assim como seus efeitos. A verdade do caminho são os caminhos e níveis do budismo, a solução última para o sofrimento. A verdade do sofrimento é como ter-se uma doença, a verdade da origem é a causa da doença, a verdade da cessação é como se ter recuperado da doença, e a verdade do caminho é como se seguir a cura para a doença. Essas quatro verdades podem ser compreendidas em níveis cada vez mais profundos à medida que o praticante progride através dos três veículos.



QUALIFIED TEACHER – Alguém que tem a visão correcta e uma compaixão genuína.





-R-



RANGTONG (rang stong) – Um aspecto da escola Madhyamica, no Tibete, que focaliza na vacuidade desprovida de existência inerente. Compare com Shengtong.



reino puro (zhing khams, dag pa’i zhing) – Um reino habitado inteiramente por bodhisattvas iluminados onde um buda ensina em sua forma SAMBOGAKAYA.



RAROS E SUPREMOS, TRÊS (S: triratna; três joias; T: dkon-mchog gsum; três raros e supremos) - Buda, Dharma e Sangha. No Vajrayana utilizam-se também num sentido mais geral para incluir Gurus, Yidams e Protectores.



RAÍZES, TRÊS (T: tsa-ba gsum) - O Guru, raíz da graça; o Yidam, raíz do objectivo espíritual; e os Protectores e Dakinis, raíz da actividade búdica. A benção do Guru capacita o aspirante a praticar a sadhana de um Yidam, que lhe permitirá obter os dois objectivos espirituais, ajudado pela actividade dos Protectores que, por sua vez, permite-lhe praticar sem obstáculos.



REINOS, TRÊS OU SEIS - A totalidade da existência condicionada tem lugar em três grandes planos de experiencia, que são a contrapartida impura dos três kayas: O Plano do Desejo consiste nos seis reinos. Em cada um deles tem-se uma determinada experiencia psico-física da existencia, baseada numa emoção predominante: deuses - orgulho; semi deuses - inveja; humanos - paixão, ou as cinco emoções combinadas; animais - ignorância; espíritos ávidos - desejo; infernos – cólera e agressividade. Os três últimos são chamados reinos inferiores. Os seres dos cinco reinos não humanos estão totalmente embrenhados pelas suas respectivas sensações e não podem fazer mais que experimentá-las passivamente, até que se esgote o karma que as produziu. Assim, os humanos encontram-se numa situação mais equilibrada, que os capacita para actuar voluntariamente e criar as causas das suas futuras existências. O Plano da Forma é um estado de existência divino mais subtil que os anteriores, dividido em quatro níveis de absorção contemplativa (S: dhyana). O Plano sem Forma é um estado de existência puramente mental, de duração incrivelmente larga, e tem quatro niveis, segundo se permaneça absorvido na infinitude do espaço, na infinitude da consciência, no vazio, ou na ausência de sensação e de não sensação.



RINPOCHÉ (T: precioso) - Termo honorífico tibetano para um mestre o um Guru.



RAIN OF WISDOM – Uma colecção de canções dos mestres da Linhagem Kagyu.



RAINBOW BODY – Na altura da morte de um praticante que atingiu a exaustão de todos os apegos e fixações através da prática do Dzogchen de Togal, os cinco elementos grosseiros que formam o corpo físico, dissolvem-se nas suas essências, nas cinco luzes coloridas. Algumas vezes só o cabelo e as unhas são deixadas para trás.



RANGJUNG DORJE – O terceiro Karmapa.



READING TRANSMISSION – A transmissão que autoriza a estudar as escrituras, através de escutá-las enquanto se lêem em voz alta.



REALIZATION – O terceiro passo na sequência de perceber, experimentar e realizar.



RECOGNITION – Neste contexto significa “reconhecer a natureza da nossa própria mente”.



RELATIVE TRUTH – Um sinónimo para “verdade convencional”.



RELIC PILLS – Minúsculas pílulas de substâncias sagradas encontradas nas cinzas depois da cremação de um praticante que atingiu um certo nível de realização.



RESULT OF RIPENING – O amadurecimento kármico que decide o renascimento num dos seis reinos do samsara.



REVULSION – Um sinónimo para “renúncia”. Quando compreendemos as consequências das acções negativas e a futilidade dos bens mundanos, sente-se um natural desgosto por continuarmos na existência samsarica como uma pessoa comum.



RIPENING AND LIBERATION – Amadurecimento através das iniciações e libertação através de instruções orais.



RIPENING EMPOWERMENTS – As iniciações Vajrayana que amadurecem alguém com a capacidade para realizar os quatro kayas.



ROOT GURU – Um praticante do Vajrayana pode ter vários tipos de root guru: o mestre vajra que confere iniciações , que dá benções através de transmissões lidas, ou que explica o sentido dos tantras. O root guru último é o mestre que dá “as instruções focadas/dirigidas” para que possamos reconhecer a natureza da mente.



RUMTEK – O lugar chefe da linhagem Karma Kagyu estabelecido em Sikkim, India, por sua santidade o 16º Karmapa.



RUPAKAYA – Um termo colectivo para ambos sambhogakaya e nirmanakaya.



RISHIS - Segundo a tradição hindu, são os sábios inspirados que ouviram a palavra dos Vedas e a transmitiram ao mundo; formariam uma classe distinta entre os deuses e os homens.



RESPIRAÇÃO OM AH HUNG - OM é a força e a beleza imutáveis da verdadeira natureza que todos nós temos, o corpo do Buda. AH é a expressão incessante e a energia prevalecente da realidade, a fala do Buda. HUNG é a perfeição permanente da receptividade primordial da realidade, a mente do Buda. Há também práticas nas quais se expira com OM, se inspira com HUNG e se retém o ar com AH, ou então se expira com OM, se inspira com AH e se retém o ar com HUNG.



RODA DO DHARMA – Símbolo do ensinamento do Buda. O Dharma divide-se em três categorias principais, tradicionalmente conhecidas por “Três Movimentos da Roda do Dharma”. A primeira vez que o Buda pôs em movimento a Roda do Dharma corresponde ao seu primeiro ensinamento: as Quatro Nobre Verdades do sofrimento e da libertação do sofrimento. A segunda corresponde aos ensinamentos sobre a vacuidade, a doutrina de que todos os fenómenos são desprovidos de identidade própria e de existência verdadeira. A terceira corresponde aos ensinamentos sobre o Tathagatagarbha, ou Natureza de Buda, inerente ao espirito de todos os seres sensíveis.





-S-



SABEDORIA DE PERCEBER TUDO O QUE EXISTE (shes bya ji snyed pa gzigs pa’i ye shes) – A sabedoria que conhece os fenómenos convencionais.



SABEDORIA DE SABER A NATUREZA TAL QUAL (gnas lugs ji lta ba mkhyen pa’ ye shes) – A sabedoria que conhece a natureza dos fenómenos.



SABEDORIA DUALISTA (gnyis snang gi shes pa) – Experiência estruturada em “percebedor” e “objecto percebido”.



SABEDORIA TRANSCENDENTE (shes rab kyi pha rol tu phyin pa, Prajnaparamita) – Inteligência que transcende o pensamento conceptual. “Transcendente” literalmente significa ‘ida para a outra margem’, no sentido de ter partido desta margem de conceitos dualistas.



SAKYA (as skya) – Uma das quatro maiores escolas do budismo tibetano. Foi estabelecida no século XI por Drogmi Lotsawa (‘brog mi lo tsa ba), um discípulo do mestre indiano Virupa.



SAMADI (ting nge ’dzin) – “Aderindo à continuidade do inalterável”; um estado de concentração não-distraída, ou de absorção meditativa, que, no contexto do Vajrayana, pode referir-se tanto ao estágio do desenvolvimento quanto ao estágio da consumação.



SAMAIA (dam tshig) – Promessas sagradas, preceitos ou compromissos da prática Vajrayana. Samaias essencialmente consistem em, externamente, manter relações harmoniosas com o mestre vajra e com seus amigos do Dharma e, internamente, não sair da continuidade da prática. Muitos detalhes existem, mas o essencial das samayas consiste, exteriormente, manter uma relação harmoniosa com o mestre vajra e os amigos do Dharma e, interiormente, não nos distrairmos de praticar continuadamente.



SAMBOGAKAYA (longs pyod rdzogs pa’i sku) – O “corpo de gozo perfeito”. No contexto dos “cinco kayas da fruição”, SAMBOGAKAIA é a forma semi-manifesta dos budas, dotada das “cinco perfeições”: do mestre, séquito, lugar, ensinamento e tempo, forma esta percebida apenas por bodhisattvas dos dez níveis. O Corpo de Fruição, a forma trans-humana pela qual um Buda se pode manifestar, apenas apercebida directamente por seres altamente realizados. Um dos três corpos do Buddha. Dos cinco kayas da fruição, este é a forma semi-manifesta dos budas dotados com as “cinco perfeições” de mestre, séquito, local, ensinamentos e momento perfeitos que só é perceptível aos bodhisattvas que atingiram os dez bhumis.



SAMSARA (khor ba) –“Existência cíclica”. “Círculo vicioso” ou “roda” do nascimento e morte e renascimento dentro dos seis reinos de existência, caracterizada por sofrimento, impermanência e ignorância. O estado de ser dos seres com consciência comuns atados pela ignorância e percepção dualista, pelo karma e pelas emoções perturbadoras. Realidade comum, um ciclo sem fim de frustração e sofrimento, gerado como resultado do karma. Ciclo das existências onde reina o sofrimento e a frustação provocadas pela ignorância e pelas emoções negativas que dela resultam. A experiência dos seres no samsara é tradicionalmente esquematizada em seis categorias, referidas como “mundos” ou “reinos”, onde o espirito subsiste como resultado das acções prévias, ou karma: os três mundos inferiores –dos infernos, dos espíritos ávidos e dos animais- e os três mundos superiores –dos homens, dos semi deuses e dos deuses –nenhum dos quais é satisfatório, apesar do grau de sofrimento neles experimentado variar de mundo para mundo. A qualificação destes mundos, em superiores e inferiores, não é feita através de um julgamento de valor mas em função da intensidade do sofrimento que neles reina. De acordo com uma segunda classificação, o samsara tem três esferas de existência: a esfera do desejo, que corresponde aos seis mundos; a esfera da forma e a esfera do sem-forma, que corresponde a certas classes de deuses.



SANGHA (dge ’dun) – A comunidade de praticantes, em geral monges e monjas totalmente ordenados. A Nobre Sangha significa aqueles que alcançaram o caminho da visão dentre os cinco caminhos e que, portanto, estão libertos do samsara. No sentido estrito, a colectividade de monjes e monjas que seguem os ensinamentos de Buda. De forma mais ampla inclui também todos os budistas laicos. Num nível mais elevado, que é o que se tem em conta ao procurar o refúgio, a Sangha consiste nos seres dotados de algum grau de realização - e em especial os Bodhisattvas - e, por eles, capazes de guiar os outros. Refugiar-se na Sangha significa tomar como guía quem tem uma profunda experiencia do caminho, e converter-se ele mesmo num membro activo dessa comunidade.



SARAHA (as ra ha) – Um dos mahasidas da Índia e um mestre da linhagem Mahamudra.



SEIS LEMBRANÇAS (rjes dran drug) – Existem diferentes listas dentre as quais a mais apropriada é: lembrança da divindade yidam, do caminho, do local de renascimento, do estado meditativo, das instruções orais do mestre e da visão. No “Grande Instrução Que Aponta Dos Quatro Estados Do Bardo”, Padmasambava menciona três lembranças: “Ao lembrar a divindade yidam, mantém o compromisso com as divindades pacíficas e iradas dos três kayas. Ao lembrar o caminho, ganha mestria sobre a natureza inata no bardo. Ao lembrar o local de renascimento, renascerá num reino nirmanakaya, mesmo que tenha sido alguém com capacidade inferior. Ao lembrar o estado meditativo, permanece em meditação por cinco dias. Ao lembrar as instruções orais do mestre, realiza que a sua experiência pessoal é o estado desperto sem impedimento. Ao lembrar a visão, realiza que a presença espontânea é a mandala do sambogakaya. Como ao reencontrar-se alguém que já conhecia, reconhece a sua face natural.”



SEIS PARAMITAS (phar phyin drug) – As seis acções transcendentes de: generosidade, disciplina, paciência, diligência, concentração e sabedoria discriminativa.



SEIS REINOS (rigs drug gi gnas) – Os reinos dos deuses, semideuses, humanos, animais, fantasmas famintos e seres infernais.



SEMI-DEUS (lha ma yin) – Uma das seis classes de seres que mentalmente são dominados por competitividade e disputas.



SECÇÃO DA MENTE (sems sde) – A primeira das três secções do Dzogchen.



SECÇÃO DAS INSTRUÇÕES (man ngag sde) – A terceira das três secções do Dzogchen, compilada por Manjushrimitra e que enfatiza os pontos-chave especiais.



SECÇÃO DO ESPAÇO (klong sde) – Uma divisão do Dzogchen que enfatiza a vacuidade.



SHAMATA (zhy gnas) – “Permanecer tranquilo” ou “permanecer em aquiescência” depois que a actividade do pensamento subsistiu; ou a prática meditativa de acalmar a mente para permanecer livre das perturbações do pensamento. Calma mental; estado de concentração no qual a mente não é distraído pelas percepções e permanece sem vacilar sobre o objeto da sua meditação. É o fundamento de toda a concentração.



SHARIPUTRA (sha ri’i bu) – Um dos dois principais discípulos do Buda, dito ser excelente em sabedoria.



SHENTONG (gzhan stong) – Um aspecto da escola Madhyamica no Tibete, que focaliza na vacuidade indivisível da luminosidade, cuja assertiva é que os kayas e sabedorias da budeidade estão naturalmente presentes dentro da essência sughatha.



SHRAVAKA (nyan thos) – “Ouvinte” ou “o que escuta”. Praticante Hinayana da Primeira Volta da Roda do Dharma, que pratica as quatro nobres verdades, que realiza o sofrimento inerente do samsara e focaliza na compreensão de que não há um eu independente. Ao conquistar as emoções perturbadoras, ele liberta-se, alcança primeiro o estágio de alguém que “Entra na Corrente”, no caminho da visão, seguido pelo estágio do “Que Retorna Uma Vez”, que renascerá apenas uma vez mais, e o estágio do “Que não Retorna”, que não mais renascerá no samsara. O objectivo final é tornar-se um Arhant. Esses quatro estágios são também conhecidos como “os quatro resultados da prática espiritual”. Indica o primeiro nivel da prática hinayana, baseada na disciplina monástica e em métodos básicos de meditação. Praticantes que escutam, praticam e transmitem os ensinamentos. Discípulo do Hinayana ou Pequeno Veiculo, visa a libertação individual e, por consequência, não atinge a Budeidade.



SHRI SINGHA (sânscrito) – O principal discípulo e sucessor de Manjushrimitra na linhagem dos ensinamentos do Dzogchen. Ele nasceu na cidade de Shokyam em Khotan e estudou com os mestres Hatibhala e Bhelakirti. Dentre os discípulos de Shri Singha estão quatro mestres insuperáveis: Jnanasutra, Vimalamitra, Padmasambava e o tradutor tibetano Vairochana.



SUGATAGARBA (bde bar gshegs pa’i snying po) – “Essência Sugata”, o termo sânscrito mais comum para o que, no ocidente, é conhecido como “natureza de buda”.



SUTRA (mdo, mdo sde) – Um discurso falado ou inspirado pelo Buda. Uma escritura do Sutra Pitaka dentro do Triptaka. Todos os ensinamentos esotéricos budistas que pertencem ao Hinayana e ao Mahayana, os ensinamentos causais que vêem o caminho como a causa da iluminação, opostos aos ensinamentos tântricos, esotéricos. Textos do canone budista baseados geralmente num diálogo entre Buda e os seus discípulos, e nos que se tratam temas diversos do Dharma.



SABEDORIA (S: prajña; discernimento; T: shes-rab; o conhecimento mais excelente) - A sexta virtude trascendente. Prajña pode ser de dois tipos: mundana, sabedoria científica ou prática de qualquer tipo; e espiritual, sabeduria acerca da verdadeira natureza das aparências e da mente. O cultivo desta sabedoría espiritual - equivalente a vipashyana ou visão superior - mediante a prática da meditação constante - shamata ou estado de serenidade- conduz à gnosis ou sabedoría primordial.



SADHANA (S: sadhana; T: sgrub-thabs; método de prática) - Toda a prática ritual de Vajrayana, assim como o texto litúrgico em que se baseia. Pode-se considerar os quatro preliminares especiais como sadhana, apesar desta palavra se aplicar própriamente à prática de um Yidam. Texto que descreve as diferentes etapas de uma prática e contém o texto a recitar, suporte da meditação.



SATSA - Pequenas figuras representando stupas ou imagens de Budas, moldadas normalmente em argila e utilizadas como oferenda.



SHRIDEVI (S: sri devi; T: dpal-ldan lha-mo; gloriosa deusa) - Epíteto de Mahakali, a principal Protectora da escola Kagyu e consorte de Mahakala.



SIDDHA (S: siddha; T: grub-thob; individuo realizado) - Denomina quem obteve a realização através dos métodos de Vajrayana. O equivalente tántrico de Bodhisattva.



STUPA (S: monumento comemorativo; T: mchodrten; receptáculo de oferendas) - Originalmente monumentos comemorativos contendo reliquias de Buda. Simbolizam a mente de Buda e podem conter reliquias de outros seres iluminados, asím como objectos sagrados. Edifício que representa, segundo uma arquitectura simbólica, o Corpo Absoluto dos Budas.



SUKHAVATI (S: sukhavati; T: bde-ba-can; que tem felicidade) - O plano búdico presidido por Amitabha. Os reinos búdicos são o espaço de experiencia dos Bodhisattvas que percebem o Sambhogakaya. Não indicam os lugares específicos no mundo externo, mas sim o estado de bem-aventurança e de pureza de percepção de quem se encontra nos niveis de iluminação.



SVABHAVIKAKAYA (S: svabhavikakaya; T: ngo-bo-ñid kyi sku; corpo de essência) - Ver KAYA. O “corpo essência”. Algumas vezes referido como o quarto kaya, a unidade dos três primeiros. Considerado como um quarto Corpo, não constitui um aspecto distinto dos três primeiros, dos quais representa a sua inseparabilidade.



SELF-ENTITY – Uma existência inerente e uma identidade independente da pessoa ou do fenómeno.



SELF-EXISTING WAKEFULNESS – O estado desperto básico que é independente de construções intelectuais.



SELF-NATURE – Uma existência inerente e uma substância independente do indivíduo ou do fenómeno. Algo que pode servir como uma base válida para os atributos individuais.



SENTIENT BEING – Qualquer ser vivo existente num dos seis reinos que não atingiu a libertação.



SERENITY OF CESSATION – O estado meditativo passado por um arhat depois de todos os distúrbios terem cessado. Não é considerado o último objectivo pelas escolas Mahayanas.



SEVENFOLD POSTURE OF VAIROCHANA – Uma certa postura meditativa para ser aprendida através de instruções orais.



SHAMATHA WITH SUPPORT – A prática de acalmar a mente usando um objecto para concentração, material ou mental, ou simplesmente a respiração.



SHAMATHA WITHOUT SUPPORT – O acto de acalmar a mente sem nenhum objecto em particular, restando sem distracções. A prática funciona como prelúdio para o Mahamudra e não deve ser confundida com a “mente ordinária” ou a visão de Trekcho.



SHIJEY – pacificando, uma das Oito linhagens Práticas trazidas para o Tibete pelo Phadampa Sangye.



SIDDHI – “Realização”. Normalmente refere-se ao “supremo siddhi” da iluminação completa, mas também pode significar “siddhis comuns”, as oito realizações mundanas.



SIMPLICITY – A ausência de criar construções mentais ou formulações conceptuais acerca da natureza das coisas. É o segundo passo na prática do Mahamudra.



SINGLE SPHERE OF DHARMAKAYA – Uma descrição simbólica do dharmakaya ser como uma esfera singular porque é destituído de dualidade e limitações e desafia todos os “fios” das construções conceptuais que podem ser feitas acerca disto.



SIX DOCTRINES OF NAROPA – Tummo, corpo ilusório, sonho, luminosidade, bardo e phawa.



SIX KLESHAS – Desejo, ódio e ilusão em adição a orgulha, inveja e avareza.



SIX LIMITS ANF FOUR MODES – As chaves indispensáveis para destrancar o significado dos tantras. Os seis limites são as visões do significado expedito, significado definitivo, o implícito, o não implícito, o literal, e o não literal. Os quatro modos são o literal, geral, escondido e o último.



SIX PARAMITAS – As seis acções transcendentais de generosidade, disciplina, paciência, diligência, concentração e conhecimento descriminado.



SIX SENSE COGNITIONS – Um sinónimo para “as seis percepções sensoriais.



SIX SENSE PERCEPTIONS – As experiências da visão, sons, cheiros, gostos, texturas e objectos mentais.



SIX SYLLABLES – O mantra de Avalokiteshvara: OM MANI PADME HUNG.



SIX TANTRA SECTIONS – Os três tantras exteriores de Kriya, Upa e Yoga e os três tantras interiores de Maha, Anu e Ati.



SKILLFUL MEANS – Ingenuidade na aplicação.



SPECIAL PRELIMINARIES – Tomar refúgio, despertar bodhicitta, recitação e meditação de Vajrasattva, oferta de mandala, e guru yoga.



SPONTANEOUS PRESENCE – Um dos dois aspectos principais dos ensinamentos de Dzogcheno outro ser de “pureza primordial”.



STILLNESS – Ausência de actividade de pensamentos e distracções, mas com uma subtil fixação nesta Stillness.



STILNESS, OCCURRENCE AND AWARENESS – A prática meditativa preparatória de desenvolver uma mente calma: constatar se os pensamentos chegam ou não.



SUKHAVATI – O reino puro do Buda Amitabha.



SUPERKNOWLEDGES – Usualmente refere-se às cinco ou seis “percepções elevadas” incluindo a clarividência, conhecimento de outras mentes, recordar vidas passadas, etc.



SUPREME AND COMMON SIDDHIS – Realização iluminada e mundana.



SUPREME NIRMANAKAYA – Uma emanação para aparecer como um buda perfeitamente iluminado representando as doze escrituras.



SUSTAIN THE ESSENCE – Uma expressão usada nos ensinamentos do Mahamudra e do Trekcho como um substituto da “meditação”.



SUTRA AND TANTRA – Sutra refere-se aos ensinamentos quer do Hinayana quer do Mahayana. Tantra refere-se ao Vajrayana. Sutra significa assumir a causa como o caminho. Tantra significa assumir o resultado como o caminho.



SUTRA MAHAMUDRA – O sistema Mahamudra baseado nas escrituras prajna-paramita que enfatizam shamatha e vipashyana e a jornada progressiva através dos cinco caminhos e dos dez bhumis bodhisattva.



SALVADORES ANCESTRAIS - Epíteto dos Bodhisattvas.



SAMANTABHADRA - O Bodhisattva que simboliza a oração e a oferenda sem limites.

SAMKHYAS - Hindus que concebem o "eu" (atman) como uma entidade consciente e permanente que tem o potencial de aperceber os cinco objetos dos sentidos (cores, sons, odores, sabores e formas). Segundo eles, as verdades últimas são permanentes. No sistema Samkhya, tudo pode ser relacionado ao "eu" consciente (atman) e à matéria primitiva inanimada (prakriti). Atman não seria nem causa nem efeito. A matéria primitiva seria [1] permanente, [2] inanimada, [3] indivisível, [4] não-manifestada e [5] fonte de toda a manifestação. Ela seria a causa, a faculdade criadora do mundo, um estado de equilíbrio de três qualidades ou gunas. Estas três qualidades seriam sattva (a pureza ou luz, associada à equanimidade), rajas (a atividade, associada ao prazer) e tamas (a obscuridade, associada à dor). O mundo proviria da ruptura do equilíbrio destas três gunas.

SEMIDEUS - Veja Asura.



SENHOR DA MORTE - Veja Yama Dharmaraja.


SHIKSASAMUCCHAYA - Compêndio das Instruções; obra de Shantideva.


SHRISAMBHAVA VIMOKSHA - Biografia do Glorioso Sambhava; capítulo do Gandavyuha



SUTRA EM QUE ESTÁ ESCRITO - "Para honrar o mestre espiritual, a nossa mente deve ser como a terra que nunca se desencoraja de suportar todas as coisas, como um diamante indestrutível na sua intenção, como uma muralha onde o sofrimento não consegue abrir brechas, como um escravo que nunca se queixa por ter de fazer tudo, como um animal fiel que nunca se irrita, como uma barca que nunca se importa de ir e vir, como um filho exemplar que bebe com os olhos a face do seu pai espiritual. Oh nobre criança, considera-te como um doente, considera o amigo espiritual como um médico, os seus ensinamentos como um remédio e a prática sincera como o caminho para a cura."


SHUNYATA - Vacuidade, vazio, a não-realidade do indivíduo e dos fenômenos; não se deve associar esta noção de vacuidade a um nada, deve-se compreender exatamente que se trata da natureza dos fenômenos.


SIDDHAVIDYA - Fórmula mágica, permite ter êxito em todos os empreendimentos.

SUBAHUPARIPRICCHA SUTRA - Discurso das Questões de Subahu; o original sânscrito perdeu-se e foi retraduzido do chinês. É dito neste discurso que, se o voto de libertar os seres impregnar totalmente a nossa mente, os nossos méritos não param de aumentar, mesmo durante o sono ou quando estamos distraídos.




SUGATA - Chegado à felicidade; epíteto do Buddha.



SUPUSHACHANDRA - Bodhisattva que, por ter ensinado o Dharma foi martirizado, pelo rei Viradatta; sua história está resumida no comentário de Prajnakaramati segundo o Samadhiraja Sutra.


SUTRASAMUCCHAYA - Compêndio dos Sutras; obra perdida de Shantideva.





-T-



TALIDADE (de bzhin nyid) – A natureza dos fenómenos e da mente.



TANTRA (rgyud) – Os ensinamentos Vajrayana dados pelo Buda em sua forma sambogakaya. O sentido real de tantra é “continuidade”, a natureza de buda inata, que é conhecida como “o tantra do sentido expresso”. O sentido geral de tantra são as escrituras tântricas extraordinárias, também conhecidas como “o tantra das palavras expressas”. Também pode referir-se a todos os ensinamentos resultantes do Vajrayana como um todo. Os "quatro tantras" são Kriya, Upa, Yoga e Anutara, quatro niveis nas práticas de Vajrayana. Ver YANA. Geralmente as escrituras tantricas extraordinárias que são mais exaltadas que os sutras, o “tantra das palavras expressas”. Também se pode referir a todos os ensinamentos resultantes que assumem o resultado como o caminho, como um todo.



TATHAGATA (de bzhin gshegs pa) – “O ido além”. O mesmo que um buda totalmente iluminado. Sinónimo de Buda, o que alcançou a talidade, o estado da mente tal como é.



TENDÊNCIAS HABITUAIS (bag chags) – Inclinações subtis impressas na consciência da base de tudo.



TERMA (gter ma) – “Tesouro”. A transmissão através dos tesouros escondidos, principalmente por Guru Rinpoche e Yeshe Tsogyal, a serem descobertos em tempo apropriado por um “terton”, um revelador de tesouros, para o benefício de discípulos futuros. É uma das duas principais tradições da escola Nyingma, a outra é a “Kama”. É dito que essa tradição irá continuar mesmo muito após a tradição Vinaya do Buda ter desaparecido. Tesouros escondidos de muitos tipos diferentes incluindo textos, objectos rituais, relíquias e objectos naturais. Ensinamentos e objetos descobertos por meio do poder iluminado.



TILOPA (sânscrito) – Mahasida indiano, o guru de Naropa e o patriarca da linhagem Kagyu.



TÖGAL (thod rgal) – “Atravessar directo”. O Dzogchen tem duas principais secções): trekchö e tögal. A primeira enfatiza a pureza primordial (ka dag) e a última, a presença espontânea (lhun grub). “Atravessar directamente” ou passar para além”.

TRANSMISSÃO EM VOZ ALTA (lung) – A transmissão da autorização de estudar uma escritura ao escutá-la ser lida em voz alta.



TREKCHÖ (khregs chod) – “Cortando através” da correnteza da delusão do pensamento dos três tempos, ao revelar o estado desperto nu, desprovido de fixação dualística. Reconhecer essa visão através das instruções orais do mestre e sustentá-la ininterruptamente em todos os aspectos da vida, essa é a essência mesma da prática do Dzogchen.



TRÊS KAYAS (sku gsum) – Dharmakaya, Sambogakaya e Nirmanakaya. Os três kayas como base são “essência, natureza e função”; como caminho são “bem-aventurança, claridade e não-pensamento” e como fruição são “três kayas da budeidade”. Os três kayas da budeidade são o dharmakaya, que é livre de construções elaboradas e dotado dos “vinte e um conjuntos de qualidades iluminadas”; o sambogakaya, que é da natureza da luz, e dotado das marcas perfeitas maiores e menores, percebidas apenas por bodhisattvas; e o nirmanakaya, que se manifesta de forma perceptível a seres puros e impuros. Os três tipos de poderes miraculosos, as acções perfeitas de um buda nirmanakaya realizadas através de seu corpo, fala e mente.



TRÊS RAÍZES (rtsa ba gsum) – Guru, Yidam e Dakini. O Guru é a raiz das bênçãos, o Yidam, a raiz da realização e a Dakini é a raiz da actividade.



TRÊS REINOS SUPERIORES (mtho ris gsum) – Os reinos dos seres humanos, semi – deuses ou asuras, e deuses ou devas. Esses reinos são mais prazerosos que os reinos inferiores, o dos animais, dos fantasmas famintos e dos seres infernais, mas mesmo assim não são lugares de felicidade duradoura, uma vez que mesmo os reinos mais altos dos deuses estão ainda dentro do samsara.



TRÊS SAMADIS (ting nge’dzin gsum) – O samadi da talidade, da iluminação e da sílaba semente. Eles formam a moldura para o estágio do desenvolvimento.



TRÊS TIPOS DE PODERES MIRACULOSOS (cho’phrul gsum) – Os três feitos perfeitos de um buda nirmanakaya, realizados através de seu corpo, fala e mente.



TRÊS VENENOS MENTAIS (dug gsum) – Apego, raiva e delusão.



TARA BLANCA (T: sgrol-dkar; libertadora branca) - Divindade feminina considerada emanação de Avalokiteshvara. A sua prática proporciona longevidade e boa saúde.



TATATA (S: tathata; T: de-bzhin-ñid; tal qual) - Palavra que designa a verdadeira essência de todas as coisas.



TENGYUR (T: bstan-'gyur; o que se converteu en explicação) - Ver DHARMA. As Dissertações Traduzidas. Uma colecção de centenas de volumes de escrituras explicando o Kangyur, as Palavras Traduzidas de Buda.



TANTRA MAHAMUDRA – O mesmo que Mantra Mahamudra.



TEMPORARY STAINS – Os obscurecimentos que não são intrínsecos ao sugata-garbha, tal como as nuvens não são inerentes no céu.



TEN BHUMIS – Os dez níveis de bodhisattva: o Alegre, o Sem Mancha, o Radiante, o Brilhante, o Difícil de Conquistar, o Realizado, o Distante de Alcançar, o Inamovível, a Boa Inteligência, e a Nuvem do Dharma.



TEN BODHISATTVA STAGES – Os dez níveis de um nobre bodhisattva que evolui até ser um completo buda iluminado. Em cada nível mais subtil os actos desonrados são purificados e um próximo degrau de qualidades iluminadas são manifestas.



TEN RICHES – As cinco riquezas dos outros são: um buda aparece, ensina o dharma, os ensinamentos permanecem, existem seguidores, e existem mestres com a bondade para ensinar. As cinco riquezas de nós próprios são: ser um humano, nascer num país central, ter as faculdades mentais e fisícas intactas, não ter meios de vida pervertidos, e ter confiança nas Três Jóias.



TEN UNVIRTUOUS ACTIONS – Matar, tirar aquilo que não é dado, conduta sexual errada, mentir, conversas divisionistas, palavras duras, conversas fúteis, covetousness, ill-will, e pontos de vista errados.



THATNESS – A natureza dos fenómenos e da mente.



THIETEEN MAJOR PHILOSOPHICAL TEXTS – Os tratados fundamentais da filosofia budista cobrindo os tópicos do Vinaya, o treino de bodhisattva, os cinco tratados de Maitreya cobrindo o Prajnaparamita etc, bem como o Abhidharma e o Madhyamaka.



THREE INCALCULABLE AEONS – Incalculável refere-se ao número dez seguido de 52 zeros.



THREE DEFECTS OF THE VESSEL – Quando ouvirmos uma conversa referente ao dharma: não prestar atenção, não relembrar, misturá-la com motivações impuras.



THREE INNER TANTRAS – Maha, Anu, e Ati Yoga.



TORMA - Um apetrecho usado nas cerimónias tantricas. Também pode referir-se a uma oferta de comida aos protectores do dharma ou aos espíritos do infortúnio.



THREE KINDS OF IGNORANCE – Ignorância da identidade individual, ignorância coomergente, e ignorância conceptual.



THREE KINDS OF OBSCURATIONS – O obscurecimento das distracções, o obscurecimento cognitivo, e os obscurecimentos das tendências ou hábitos.



THREE OUTER TANTRAS – Kriya, Upa e Yoga



THREE REALMS – Os reinos samsáricos do Desejo, Forma e sem forma.



THREE YANAS – Os três níveis dos ensinamentos budistas – Hinayana, Mahayana e Vajrayana.



THREEFOLD PURITY – Ausência de fixação no sujeito, objecto e acção.



TRANSCENDENT KNOWLEDGE – Inteligência que transcende os pensamentos conceptuais.



TRANSMISSION – Um nome que cobre quer as iniciações quer as transmissões lidas.



TRIPITAKA – As três colecções de ensinamentos – Vinaya, Sutra e Abhidharma.



TRIPLE-VOW VAJRA-HOLDER – Um mestre que consegue manter os votos de cada um dos três veiculos ao mesmo tempo e sem conflito.



TSURPHU – O assento de H.H. o Karmapa em Tolung, no Tibete Central.



TULKU – Pode referir-se a um bodhisattva que reincarnou e que trabalha para o bem estar de todos os seres sensientes, ou então ao nirmanakaya manifestado por um Buda.



TUMMO – Uma das seis doutrinas de Naropa.



TWELVE ASPECTS OF INTERDEPENDENCE – Os doze ciclos das ligações casuais que amarram os seres à existência samsarica e que lhes perpetua o sofrimento: ignorância, formações kármicas, consciências, nome e forma, os seis sentidos básicos, contacto, sensações, desejo ardente, avareza, voltar a ser, nascimento, velhice e morte.



TWO ACCUMULATIONS – A acumulação de méritos com conceitos e de sabedoria para além dos conceitos.



TWO TRUTHS – A verdade relativa e a verdade última. A verdade relativa descreve as aparências, superficiais e aparentes características de todas as coisas. A verdade última descreve as características reais, verdadeiras e sem engano. Estes dois aspectos da realidade são definidas pelas quatro escolas filosóficas bem como pelos tantras do Vajrayana de diferentes maneiras, cada uma progressivamente mais profunda e perto para descrever as coisas tal como elas são.



TWOFOLD KNOWLEDGE – A sabedoria de conhecer a natureza tal qual ela é e a sabedoria de entender que tudo isso existe. Conhecimento dos fenómenos convencionais e últimos.



TERRA PURA - Veja Campos de Buddha. As formas búdicas e as aparências fenomênicas da terra onde os Budas permanecem. Na Condição de Buda, não há distinções objectivas nem subjectivas. Tudo está presente no estado de unicidade: a sabedoria, e o poder da sabedoria com a paz, O júbilo e a beleza. Também traduzido por Campo Puro. Lugar manifestado por um Buda ou por um grande Bodhisattva, graças às virtudes espontâneas da sua realização espiritual. Lugar onde os seres podem progredir para a Iluminação sem jamais caírem nos mundos inferiores.


TERRA DO BODHISATTVA - Veja Bhumi.


TRÊS JÓIAS, TRÍPLICE JÓIA - O Buddha, o que atingiu a iluminação; o Dharma, os seus ensinamentos; a Sangha, a assembleia dos seus discípulos. São os três objectos de refúgio de um praticante budista.



TRÊS MUNDOS - O mundo do desejo (kamadhatu), o mundo da forma (rupadhatu) e o mundo da ausência de forma (arupadhatu).


TRÊS TEMPOS - Presente, passado e futuro.


TRISKANDA SUTRA - Discurso em Três Partes, composto por uma confissão perante os trinta e cinco Buddhas, pela apreciação das virtudes e pela dedicação dos méritos.



TSA BA E GRANG BA - Segundo a medicina tibetana, todas as doenças físicas estão relacionadas com a temperatura tsa ba (quente) ou grang ba (fria). A parte superior do corpo é o centro da tsa ba, e a parte inferior é o centro da grang ba.



TRES CORPOS DE BUDA - Corpo absoluto ou dharmakaya, corpo de manifestação ou nirmanakaya, corpo de fruição ou sambhogakaya.



TATHAGATAGARBHA – A Natureza de Buda, o potencial da Budeidade, presente no espirito de todos os seres sensíveis.



TRÊS TREINOS – A disciplina, a concentração e a sabedoria.



TONGLEN – Literalmente “dar e receber”. Prática da troca da nossa própria felicidade pelo sofrimento dos outros, utilizando como suporte o fluxo e o refluxo da respiração.



TERRAS DOS BODHISATTVAS OU BHUMIS – Os diferentes níveis na progressão do Bodhisattva, desde a primeira Terra, onde realiza o sentido da vacuidade, até à décima, depois da qual se torna um Buda.





-U-



UPAIA (thabs) – Veja “Prajna e Upaia”.



ULTIMATE BODHICHITTA – Igual a prajnaparamita, a unidade de shamatha com vipashyana, o estado desperto de auto existência , etc.

ULTIMATE TRUTH – A natureza absoluta da verdade relativa; de que todos os fenómenos estão para lá do seu aparecimento, existência e cessassão.



UNDERSTANDING, EXPERIENCE AND REALIZATION – Compreensão intelectual, experiência prática e realização imutável.



UNIFIED LEVEL OF VAJRADHARA – Sinónimo de estado de completa iluminação. A palavra “Unified” significa a inseparabilidade dos meios e conhecimentos: vacuidade dotada com o supremo de todos os aspectos e as inalteráveis grandes felicidades.



UPA – O segundo dos três tantras exteriores de acordo com as mais recentes escolas de tradução. Significa “ambos” no sentido de combinar a visão do Tantra Yoga com a conduta do Tantra Kriya.



UTTARAKURU - Um dos quatro continentes (o do norte) que rodeiam o Monte Meru.





-V-



VAIROCHANA (sânscrito; que provem do sol; T:rnam-parsnang-mdsad) – O grande e inigualável tradutor da época do reinado do Rei Trisong Deutsen. Dentre os primeiros sete monges tibetanos, ele foi mandado à Índia para estudar com Shri Singha. Junto com Padmasambava e Vimalamitra, foi um dos três principais mestres a trazer os ensinamentos Dzogchen ao Tibete. Um dos cinco Vitoriosos que personificam as cinco gnosis de Buda. Vairochana personifica a gnosis do Dharmadhatu. A prática desta divindade pertence ao tantra kriya e tem efeitos de purificação.



VAJRA (rdo rje) – “Diamante”, “Rei das Pedras”. Como um adjectivo, significa indestrutível, invencível. O vajra convencional é o implemento ritual de substância material; o vajra último é a vacuidade. Utilizado em práticas de Vajrayana, que simboliza o carácter indestrutivel, invariavel e invencível da gnosis búdica. Antigamente a vajra era o raio possuído por Indra, deus da tormenta. Existem a vajra última da vacuidade, a vajra convencional das substâncias materiais com atributos, e o simbolismo aparente ou da vajra identificada do nome.



VAJRAYANA (rdo rje theg pa) – O “Veículo Vajra”. As práticas de tomar o resultado como caminho. O mesmo que “mantra secreto”.



VERDADE RELATIVA (kun rdzob kyi bden pa) – O aspecto aparente, superficial e enganoso da realidade. É definida de maneira diferente pelas diferentes escolas filosóficas.



VERDADE ÚLTIMA (don dam pa’i bden pa) – A natureza absoluta da verdade relativa; a de que todos os fenómenos estão além do surgir, do permanecer e do cessar.



VERMELHIDÃO (dmar lam) – Segundo estágio dentre os estágios de dissolução subtil de: aparência, aumento e alcançar.



VIDIADARA (rig pa ’dzin pa) – “Detentor de sabedoria”, detentor (dara) ou sustentador (vidia) do mantra de sabedoria. Um mestre realizado num dos quatro estágios do caminho tântrico do Mahaioga, o equivalente tântrico dos onze níveis de bodhisattva. Outra definição seria: detentor do método profundo, da sabedoria que é a sabedoria da divindade, do mantra e da grande bem-aventurança.



VIKRAMASHILA (Sânscrito) – Uma famosa instituição monástica na Índia antiga.



VINAIA (dul ba) – “Disciplina”, uma das partes do Tripitaka, os ensinamentos do Buda que mostram a ética, a disciplina e a conduta moral; é a fundação de toda a prática do Dharma tanto para leigos quanto para ordenados. Domar ou disciplinar. Os textos do canone budista que tratam da disciplina monástica e das regras da correcta conducta.



VAJRADHARA (S: vajradhara; T: rdo-rje-'chang; o que empunha a vajra) - Divindade que personifica o aspecto primordial do Dharmakaya e a essência dos três kayas. Na escola Ningmapa representa-se o Buda primordial na forma de Samantabhadra. “O Detentor da Vajra”. O Buda dharmakaya da Escola Sarma. Também se pode referir a um professor de Vajrayana.



VAJRASATTVA (S: vajrasattva; ser vajra; T: rdo-rje sems-dpa'; herói de mente adamantina) - Manifestação do Buda Akshobya associada com a purificação. Um buda sambhogakaya que personifica as cinco famílias. Ele é também a maior fonte de práticas de purificação.



VAJRAVARAHI (T: rdo-rje phag-mo) - Principal Yidam feminino da escola Kagyu, consorte de Chakrasamvara. O seu nome é devido à cabeça de javalí que adorna a sua pele e que simboliza a ignorância e a paixão transmutadas em sabedoría.



VALORES MUNDANOS, OITO - Literalmente "dharmas mundanos". As oito considerações ou preocupações básicas que motivam toda a actividade mundana: a ganância e a perca; o prazer e a dor; a fama e o descrédito; o reconhecimento e a crítica.



VENENOS, TRES OU CINCO (T: dug) - Sinónimo de emoções perturbadoras, e chamadas asím porque intoxicam a mente pura e causam o estado de existencia condicionada, que é como uma virulenta enfermidade ou como a morte espiritual. Os três venenos são a ignorância, o desejo e a ira; os cinco venenos são estes três, mais o orgullo e a inveja.



VISÂO SUPERIOR (S: vipasyana; T: lhag-mthong) - É uma análise discriminativa da natureza da mente, efectuada durante a meditação, e a sabedoría que se obtém por meio desta análise.



VOTOS, TRÊS (T: sdom-pa gsum) - Os três grupos de votos característicos dos três yanas: os votos monásticos ou de disciplina moral, o voto de Bodhisattva, e os compromissos sagrados de Vajrayana.



VAJRA GURU MANTRA – OM AH HUNG VAJRA GURU PADMA SIDDHI HUNG.



VAJRA MASTER - Um mestre tantrico que é perito em rituais e terminologias do Vajrayana. Um mestre do qual recebemos ensinamentos tantricos.



VAJRAPANI – Um dos oito grandes bodhisattvas.



VARIEGATED NIRMANAKAYAS – Emanações de budas de infinitas formas e maneiras, mesmo como objectos materiais, para beneficiar os que deles precisam, da forma e maneira que for necessário.



VASE BREATH – Uma prática respiratória particular, para ser aprendida através de instruções orais.



VEHICLE – A prática de um conjunto de ensinamentos que nos leva ao nível da fruição.



VIEW- Um conhecimento e orientação particular baseado em estudos filosóficos. No contexto do Mahamudra e Trekcho, a view refere-se ao estado “da mente sem construções” ou “estado auto desperto” livre de quaisquer conceitos.



VIEW, MEDITATION AND ACTION – A orientação filosófica, o acto de crescer acostumado a isso – normalmente por em termos práticos, e implementar isso durante as actividades da vida diária.



VIPASHYANA – Um dos dois principais aspectos da prática da meditação. Visão penetrante, análise profunda da mente e de todos os fenómenos, a qual revela a natureza dos mesmos, a vacuidade.



VIRTUOUS MENTAL STATES – Sentir-se com devoção, compaixão e renúncia.



VACA DA ABUNDÂNCIA - Vaca que dá como leite tudo o que se deseja.


VACUIDADE, VAZIO - A não-realidade do indivíduo e dos fenómenos. Veja Shunyata.


VAISHESHIKAS - Hindus partidários da eternidade do átomo.

VAITARANI - Um rio dos infernos.


VAJRADHVAJA SUTRA - Discurso do Estandarte Adamantino, parte do Avatamsaka Sutra; nele é dito, "Quando o sol brilha, Devaputra, ele ilumina o mundo inteiro apesar da cegueira dos seres e das cadeias de montanhas. Do mesmo modo, os Bodhisattvas manifestam-se para libertar os seres apesar dos obstáculos que neles estão presentes."


VENCEDOR - Veja Jina.


VERÍDICO - Epíteto do Buda.



VITORIOSO - Veja Jina.



VISÃO PENETRANTE – A análise aprofundada do espirito e de todos os fenómenos, que revela a sua natureza última, a vacuidade.



VIA – O treino ou prática espiritual que permite libertar-se do ciclo das existências e depois atingir o Estado de Buda.



VIPASHYANA – Sistema de profunda visão e interiorização meditativa que revela a ausência de existência inerente tanto no espirito como nos fenómenos.





-Y-



YANGTI (yang ti) – Uma subdivisão da sessão de instruções do Dzogchen que enfatiza únicos pontos-chave.



YIDAM (yidam) – Uma divindade pessoal e a raiz da realização entre as três raízes. O Yidam é o protector pessoal da sua prática e guia para a iluminação. Tradicionalmente a prática do Yidam é a principal que se segue às preliminares. Ela inclui os dois estágios: do desenvolvimento e da consumação, e é uma ponte perfeita para aproximar-se das práticas mais subtis do Mahamudra e do Dzogchen. Mais tarde, a prática do Yidam é o realce perfeito para essas práticas subtis. Compromiso sagrado da mente. Um Yidam é uma divindade, manifestação do Sambhogakaya, com a qual o meditador se identifica. Depois de receber do Guru a iniciação na mandala da divindade, o discípulo realiza as duas fases da prática, transmutando assím a sua emocionalidade e a sua percepção ignorante em sabedoria.



YANA (T: theg-pa; veículo) - Buda deu ensinamentos adequados às distintas aptidões intelectuais dos seres, e com o tempo foram classificadas em três grandes veículos conducentes à libertação: O Hinayana, que se baseia nas quatro nobres verdades, a disciplina moral e o controle da mente, e que proporciona a libertação pessoal do sofrimento. Por esta razão denomina-se pequeno ou inferior. O Mahayana ou grande veículo, que se propõe a libertação de todos os seres sem excepção. Baseia-se na prática do espírito de iluminação e de que todos os seres têm a essência de Buda. O Vajrayana não difere do Mahayana na sua filosofía, a não ser nos elaborados e poderosos métodos que utiliza, por meio dos quais se pode acumular rápidamente grande quantidade de mérito e sabedoría. O seu objectivo é transmutar as emociones em sabedoría, e baseia-se directamente na natureza primordialmente iluminada da mente. Segundo a tradição Ningmapa existem nove yanas: Shravakayana e Pratyekabudayana, que conjuntamente formam o Hinayana; Bodhisattvayana ou Mahayana; e seis niveis de tantra: Kriya, Upa, Yoga, Mahayoga, Anuyoga e Atiyoga, que correspondem ao Vajrayana. Nas nove escolas consideram-se os três últimos niveis de tantra agrupados num só, o Anutarayoga. Considerados em conjunto, os três yanas não são caminhos diferentes, mas antes etapas ou elementos do mesmo e único caminho. Assím, a prática de Vajrayana deve estar plenamente enraizada na dos dois veículos anteriores. Se não, é estéril e perigosa. Um conjunto de ensinamentos que nos prepara para a jornada de renascer nos mais altos reinos, libertados do samsara.



YAMA – O Senhor da Morte. Uma personificação da impermanencia, a infalível lei do karma e da nossa própria e inevitável mortalidade.



YIDAM PRACTICE – A prática principal que tradicionalmente se segue às preliminares. Isto inclui os dois níveis de desenvolvimento e conclusão e é um passo perfeito para aproximar as práticas mais subtis do Mahamudra com o Dzogchen.



YOGA – O terceiro dos três tantras exteriores: Kriya, Upa e Yoga. Enfatiza mais a perspectiva (view) do que a conduta e para olharmos para a divindade como estando ao mesmo nível do que nós.



YOGI – Um praticante tantrico.



YAMA DHARMARAJA - O senhor da morte, cujos enviados vêm atormentar os seres depois da morte e, se tal for o karma desses seres, os empurram para os reinos inferiores.

fonte: http://www.cteafaro.com/cteafaro/budismo_detalhe.asp?id=20