terça-feira, 29 de março de 2011

Bonten e Taishaku

BONTEN E TAISHAKU - 1a. Parte - A

Pergunta: O que representam Bonten e Taishaku para os praticantes do Budismo Nitiren?

Resposta: Bonten (Brahma) e Taishaku (Shakra ou Indra) são considerados deuses budistas que protegem os ensinos corretos do budismo e os seus praticantes.
Os "deuses budistas" indicam as forças protetoras inerentes ao ambiente, que são ativadas pela fé contida nas orações da pessoa ao Gohonzon.

O budismo originou-se na Índia, onde as pessoas acreditavam numa grande variedade de divindades celestiais que, dizia-se, habitavam as encostas do Monte Sumeru e os céus. Com a veracidade de seus ensinamentos, o budismo conseguiu manifestar facilmente essas divindades como "deuses protetores" cuja função era proteger a Lei budista e seus seguidores. Uma assimilação semelhante de divindades nativas ocorreu à medida que o budismo se propagou pela China e pelo Japão. Tais divindades passaram a fazer parte do pensamento budista à medida que o budismo se desenvolvia e florescia nessas regiões.

Nos ensinos de Nitiren Daishonin, no entanto, os "deuses budistas" não são entidades separadas a quem as pessoas rogam por auxílio, mas manifestações de uma Lei Universal inerente na vida de todas as pessoas. Daishonin deixa isso bastante claro no escrito "Tratamento da Doença", no qual afirma: "A natureza fundamental da iluminação manifesta-se como Bonten e Taishaku, enquanto a escuridão fundamental manifesta-se como Demônio do Sexto Céu". (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 227.)

No diagrama do Gohonzon, vários deuses budistas constam à direita e à esquerda da inscrição central, indicando que são funções da Lei Mística universal, ou a vida do Buda.
Portanto, quanto mais uma pessoa se esforça para fortalecer a condição de Buda inerente dentro de si por meio da oração ao Gohonzon, maior é a proteção que poderá desfrutar.

Bonten e Taishaku - 1a. Parte - B

No escrito "As Três Espécies de Tesouros", Nitiren Daishonin afirma: "O budismo expõe o importante ensino de que, quando a natureza de Buda manifesta-se no interior, surge a proteção externa". (Ibidem, pág. 290.) Isto está de acordo com o princípio da unicidade da vida e seu ambiente.

Quando ativamos nossa natureza de Buda recitando o Daimoku ao Gohonzon, ativamos também as funções iluminadas inerentes ao ambiente objetivo. Essas funções são personificadas como "deuses budistas".

Os vários deuses budistas citados nos ensinos de Nitiren Daishonin, como Bonten, Taishaku, Nitten, Gatten e os Quatro Reis Celestes (Jikokuten, Zotyoten, Komokuten e Bishamonten), são considerados como funções da natureza e do Universo e, portanto, manifestações do Nam-myoho-rengue-kyo.

Em um discurso, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, comenta: "Nosso Daimoku tem a poderosa capacidade de ativar as funções protetoras do Universo, as quais são chamadas, na terminologia budista, de 'divindades celestiais' ou 'deuses budistas'.
Quando recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo, essas forças benéficas concentram-se atrás de nós. (...) Mesmo que pareça estarmos realizando a prática sozinhos, não é bem assim. Enquanto fazemos a oração, uma quantidade incalculável de divindades celestiais estão diante do Gohonzon, sentados ao nosso lado.

"Dessa forma, as forças protetoras do Universo reúnem-se e trabalham para proteger cada um dos senhores, manifestando-se em seu meio ambiente por intermédio das ações dos seres que estão ao seu redor, seus amigos e companheiros da prática da fé".
(Brasil Seikyo, edição no 1.656, 15 de junho de 2002, pág. A3.)
(Brasil Seikyo, edição no 1.930, 08 de março de 2008, pág. A8.)

Bonten e Taishaku - 2a. Parte - A

Pergunta: De que maneira recebemos a proteção dos deuses budistas como Bonten e Taishaku?

Resposta: Normalmente pensamos na "proteção dos deuses budistas" como algo pouco comum, tal como escapar de um acidente de carro ou constatar uma doença que, caso demorasse a ser percebida, poderia ser fatal.

Entretanto, as forças protetoras colocadas em funcionamento por meio da nossa fé adotam muitas formas, algumas das quais nem sempre são imediatamente reconhecíveis. As palavras benevolentes de alguém vindas justamente num momento de desânimo ou o fato de um objetivo pelo qual há muito oramos para conseguir não se manifestar até que tenhamos desenvolvido a boa sorte e a capacidade para manejá-lo com sucesso podem ser considerados como exemplos de proteção.

De qualquer forma, se abraçamos o Gohonzon com a determinação de atingir a iluminação e ajudamos os outros a fazerem o mesmo, a nossa vida será infalivelmente protegida. O Buda Nitiren Daishonin repetidamente incentiva seus seguidores a confiarem nisso e a fortalecerem a fé para, assim, receberem um apoio mais expressivo do ambiente.

Como a proteção não vem de fontes externas, mas de uma função de nossa própria natureza de Buda, podemos receber maior proteção fortalecendo a nossa fé. Daishonin enfatiza isso ao afirmar: "O Sutra de Lótus é uma espada poderosa. Entretanto, sua força depende daquele que a empunha". (The Writings of Nichiren Daishonin, pág. 953.)
Podemos entender essa passagem por meio do que o budismo denomina de interação dos quatro poderes. Os poderes do Buda e da Lei estão incorporados no Gohonzon e são manifestados pelos poderes da fé e da prática dos praticantes. Os poderes do Buda e da Lei não têm limites. Portanto, quanto mais manifestamos os nossos poderes da fé e da prática, mais desfrutamos dos benefícios do Gohonzon.

Bonten e Taishaku - 2a. Parte - B

Do ponto de vista da filosofia de vida, a proteção dos deuses budistas significa que as pessoas, coordenando harmoniosamente a vida com a lei de Nam-myoho-rengue-kyo, podem produzir excelentes condições em seus ambientes, tanto natural como social. Em outras palavras, significa que as funções dos deuses budistas estão contidas no próprio Nam-myoho-rengue-kyo. Além disso, as funções representadas pelos deuses estão contidas na vida das pessoas, as quais se manifestam pela recitação do Gongyo e do Daimoku ao Gohonzon.

Contudo, em um discurso, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, alerta: "A nossa fé não deve ser do tipo que ficamos sentados a esperar pelo auxílio dos céus, ou a depender de algo fora de nós. No budismo, podemos falar de [proteção das] divindades celestiais, as funções protetoras do Universo, porém somente nós próprios podemos ativar essas funções. Nós próprios devemos marcar o nosso próprio caminho na vida, abrir as portas do depósito de tesouro interior, extrair nossa sabedoria e pavimentar o caminho da vitória em prol das pessoas. Esse espírito de luta é o modelo de conduta humana ensinado no Budismo Mahayana e por Nitiren Daishonin". (Brasil Seikyo, edição no 1.238, 21 de agosto de 1993, pág. 3.)

Bonten e Taishaku - 2a. Parte - Final

Ele também comenta: "Quando uma pequena engrenagem encaixa seus dentes aos de uma engrenagem maior, conseguirá se movimentar com uma força extraordinária, o que não faria por si própria. Da mesma forma, quando fundimos o microcosmo de nossa própria vida à vida do Universo, somos capazes de manifestar uma ilimitada força que nos permitirá superar quaisquer dificuldades. Todos os deuses budistas, budas e bodhisattvas das dez direções — as funções protetoras do Universo — serão ativadas para que possamos concretizar nossas orações. (...) O Nam-myoho-rengue-kyo é o som do grandioso ritmo do Universo, a fonte propulsora de toda a atividade universal, e também o coração e a essência do Universo. A Lei Mística é a fonte de todas as mudanças. É por isso que quando recitamos a Lei Mística — o Nam-myoho-rengue-kyo — conseguimos ativar as forças do Universo para nos apoiar.

Fontes: • A Vida de Nitiren Daishonin. • Os Escritos de Nitiren Daishonin — Glossário. • Brasil Seikyo, edição no 1.657, 29 de junho de 2002,

pág. C2. • Ibidem, edição no 1.840, 22 de abril de 2006, pág. A8. • Ibidem, edição no 1.875, 13 de janeiro de 2007, pág. A2. • Ibidem, edição

no 1.931, 15 de março de 2008, pág. A8.