[22] Buda disse a Ananda, “Os seres sencientes nascidos nessa terra de Buda todos têm o Nirvana assegurado. Isto porque nessa terra não existem seres destinados a condições adversas ou com futuro incerto.
“Todos os Budas, Tathagatas das dez direcções, tão numerosos como as areias do Ganges, juntos louvam a inconcebível e sobrenatural virtude de Amitayus. Todos os seres sencientes que, ao ouvirem o seu Nome, rejubilem com fé, o recordem mesmo que apenas uma vez e sinceramente transfiram o mérito das práticas virtuosas para essa terra, aspirando a nascer nela, consegui-lo-ão e alcançarão o estado de não-retrocesso. Excluídos estão aqueles que tenham cometido as cinco graves ofensas e insultado o correcto Dharma.”
Três graus de aspirantes:
[23] Buda disse a Ananda, “Os devas e humanos nos mundos das dez direcções que aspirem sinceramente a nascer nessa terra podem ser classificados segundo três graus. Os aspirantes de grau mais elevado são aqueles que deixaram as suas casas e abandonaram os desejos mundanos para se tornarem monges. Tendo despertado a aspiração à Iluminação, recordam o nome de Amitayus com uma mente concentrada e levam a cabo práticas meritórias, desejando nascer na Terra Pura. Quando estão prestes a morrer, Amitayus, com um séquito de sábios, aparecerá diante deles. Então eles segui-lo-ão e nascerão na terra de Amitayus. Nascerão subitamente por transformação de uma flor de lótus de sete tesouros. Residirão no estado de não-retrocesso, dotados de sabedoria constante e capazes de exercer livremente poderes sobrenaturais. Por esta razão, Ananda, os seres sencientes que neste mundo desejem ver Amitayus devem despertar a aspiração pela suprema Iluminação, fazer acções meritórias e aspirar a nascer na Terra Pura de Amitayus.”
2) Grau médio
[24] Buda disse a Ananda, “Os aspirantes de grau médio são os humanos e devas dos mundos das dez direcções que desejem sinceramente nascer nessa terra. Ainda que incapazes de se tornarem monges e cultivarem muito mérito, despertam a aspiração pela suprema Iluminação, levam a cabo algumas boas acções, observam os preceitos de abstinência, constroem stupas, doam estátuas budistas, oferecem esmolas aos mendicantes, penduram estandartes, acendem velas, espalham flores, queimam incenso, etc. Eles transferem o mérito dessas práticas para essa terra, aspirando a nascer nela. Quando estão prestes a morrer, Amitayus manifestará perante eles o seu corpo de transformação, completamente dotado da mesma luminosidade e das mesmas características e marcas de um Buda real, fazendo-o aparecer acompanhado de um séquito de sábios. Então seguirão esse Buda de transformação e nascerão na Terra Pura, onde residirão no estado de não-retrocesso. A sua virtude e sabedoria estará a seguir à dos aspirantes de mais alto grau.”
3) Grau inferior
[25] Buda disse a Ananda, “Os aspirantes de grau mais baixo são aqueles devas e humanos dos mundos das dez direcções que desejam sinceramente nascer nessa terra. Ainda que sejam incapazes de fazer muitos actos meritórios, despertam a aspiração pela suprema Iluminação e concentram-se em Amitayus mesmo que apenas dez vezes, desejando nascer na Terra Pura. Quando ouvem o profundo Dharma, aceitam-no alegremente e não têm qualquer dúvida; e assim, recordando o Buda ainda que uma vez, desejam sinceramente nascer nessa terra. Quando estão prestes a morrer, verão o Buda num sonho. Também esses aspirantes nascerão na Terra Pura. O seu mérito e sabedoria estará a seguir ao dos aspirantes de grau médio.”
As visitas à Terra Pura dos Bodhisattvas de outras terras
[26] Buda disse a Ananda, “A virtude majestosa de Amitayus é ilimitada. Todos os inumeráveis, incontáveis e inconcebíveis Budas, Tathagatas, nos mundos das dez direcções lhe tecem louvores. Inumeráveis e incontáveis bodhisattvas nas terras de Buda da direcção Este, numerosos como as areias do Ganges, todos sem excepção visitam Amitayus para lhe prestarem adoração e fazerem oferendas, a ele e à assembleia de bodhisattvas e shravakas. Tendo ouvido os ensinamentos, expõe-nos de modo a conduzirem os seres até à Via de Buda. Tal como na direcção Este, assim é nas direcções Sul, Oeste e Norte, bem como nas quatro direcções intermédias, acima e abaixo.”
Versos relativos à visita dos bodhisattvas
[27] Então o Honrado Pelo Mundo proferiu os seguintes versos:
1. Na região Este existem Terras de Buda
Tão numerosas como os grãos de areias do Ganges;
Os bodhisattvas residentes nessas terras
Vão prestar homenagem a Amitayus, o Iluminado.
2. O mesmo acontece nas regiões Sul, Oeste e Norte,
Nas quatro direcções intermédias e acima e abaixo;
Os bodhisattvas residentes nessas terras
Vão prestar homenagem a Amitayus, o Iluminado.
3. Todos esses bodhisattvas levam consigo
Flores celestiais raras,
Incenso precioso e mantos de valor incalculável
E fazem oferendas a Amitayus, o Iluminado.
4. Tocam em concerto música celestial
Produzindo sons harmoniosos e delicados,
Louvam o Mais Honrado com hinos
E fazem oferendas a Amitayus, o Iluminado:
5. "Aperfeiçoaste os poderes sobrenaturais e a sabedoria,
Com os quais entras livremente nos portões do profundo Dharma;
Possuis também mérito e virtude
E uma sabedoria suprema e incomparável.
6. Iluminando o mundo com o sol da sabedoria,
Dispersas as nuvens do nascimento e da morte."
Após andarem reverentemente em redor dele três vezes
prestam homenagem ao Insuperável.
7. Depois de verem a gloriosa Terra Pura
Maravilhosamente resplandecente,
São levados a despertar uma aspiração superior
E desejam que as suas terras sejam como a dele.
8. Então Amitayus, o Iluminado
Altera a sua expressão e sorri;
Da sua Boca saem inumeráveis raios de luz
Que iluminam os mundos nas dez direcções.
9. Estes raios de luz retornam, rodeiam o seu corpo
Três vezes e entram pela coroa da sua cabeça.
Todos os devas e humanos ficam deleitados ao verem isto
E enchem-se de grande alegria.
10. Avalokiteshvara, o Ser Excelso, depois de arranjar respeitosamente
As roupas e curvar a cabeça,
Pergunta ao Buda, "Porque estás a sorrir?
Pergunto-te reverentemente, por favor diz-me porquê!”
11. A majestosa voz do Buda soa como um trovão
E produz sons em oito qualidades vocais;
"Porque estou prestes a conceder profecias aos bodhisattvas
Vou explicar-te, escuta cuidadosamente!
12. Estou plenamente consciente dos votos dos bodhisattvas
Que vieram das dez direcções;
Eles procuram glorificar as suas terras puras.
Depois de receberem as minhas profecias, tornar-se-ão Budas.
13. Ao perceberem que todas os dharmas são como um sonho,
Uma ilusão ou um eco,
vão cumprir os seus votos excelentes
e estabelecerão seguramente terras puras como esta.
14. Sabendo que todos os dharmas são como um relâmpago ou uma sombra
percorrerão até ao fim a Via do Bodhisattva
E reunirão uma reserva de mérito. Depois de receberem
As minhas profecias, tornar-se-ão Budas.
15. Sabendo cabalmente que a natureza de todos os dharmas
É vazia e sem substância,
Vão procurar concentradamente produzir as suas terras puras
E estabelecerão seguramente terras como esta."
16. Os Budas dizem aos bodhisattvas para irem prestar homenagem
Ao Buda da Terra da Suprema Felicidade.
"Ouçam o seu ensinamento, recebam-no e pratiquem-no alegremente,
E alcancem rapidamente o Plano da Pureza.
17. Quando penetram na gloriosa Terra Pura
Adquirem instantaneamente poderes sobrenaturais.
Receberão seguramente uma profecia de Amitayus
E alcançarão a perfeita Iluminação.
18. Pelo poder dos Votos Iniciais desse Buda
Todos os que ouçam o seu Nome e desejem
Nascer na sua terra, nela nascerão, sem excepção,
E entrarão sem esforço no estado de não-retrocesso.
19. Bodhisattvas, se fizerdes votos
De que as vossas terras sejam como essa,
Enquanto aspirais a salvar todos os seres em toda a parte,
O vosso nome será conhecido nas dez direcções.
20. De modo a servir milhões de Tathagatas,
Podeis assumir várias formas e voar para as suas terras;
Depois de os adorar com corações radiosos,
retornareis para a Terra da Suprema Felicidade."
21. Sem uma reserva de méritos de existências anteriores,
Não é possível alguém ouvir este sutra;
Mas aqueles que observaram estritamente os preceitos
Podem ouvir o correcto Dharma.
22. Alguém que no passado tenha encontrado o Honrado Pelo Mundo
pode aceitar este ensinamento;
Uma pessoa assim adora-o, ouve-o e promove-o
respeitosamente, e rejubila a ponto de dançar.
23. Pessoas corruptas, arrogantes e indolentes
Não conseguem aceitar prontamente este ensinamento;
Mas aqueles que encontraram Budas nas suas vidas passadas
Rejubilam ao ouvi-lo.
24. Nem shravakas nem bodhisattvas são capazes de conhecer
A Mente do Sábio exaustivamente;
São como aquele que nasceu cego
E ainda assim pretende guiar os outros.
25. O oceano da sabedoria do Tathagata
É profundo, vasto e ilimitado;
Mesmo os sábios do Hinayana não conseguem concebê-lo,
Apenas o Buda o conhece claramente.
26. Suponhamos que todos os seres humanos,
Sem excepção, tinham alcançado a Iluminação
E tinham, com pura sabedoria, percebido a vacuidade original.
Mesmo que ponderassem a sabedoria de Buda durante miríades de kalpas,
27. E a expusessem com extremo esforço até ao fim das suas vidas,
Não conseguiriam conhecê-la exaustivamente.
A sabedoria de Buda é portanto ilimitada
E pura na sua profundidade.
28. Obter uma vida humana é extremamente difícil,
Encontrar um Buda neste mundo é igualmente difícil;
É difícil também a alguém obter fé e sabedoria.
Assim que ouvirem o Dharma, lutem por alcançar o seu âmago.
29. Se ouviram o Dharma e não o esquecerem,
Mas antes o adorarem e reverenciarem com grande alegria,
Sois meus bons amigos. Por esta razão
Deveis despertar a aspiração pela Iluminação.
30. Mesmo que o mundo todo esteja a arder
Deveis estar decididos a atravessá-lo para ouvir o Dharma;
Se assim for alcançareis seguramente a Iluminação do Buda
E libertareis em toda a parte os seres do rio do nascimento-e-morte.
Bodhisattvas na Terra Pura
[28] Buda disse a Ananda, "Todos os Bodhisattvas na terra de Amitayus alcançam o grau de se tornarem Budas após apenas mais uma vida, com excepção daqueles que tenham feito votos iniciais em benefício dos seres sencientes, e tenham decidido praticar o mérito de realizar os seus grandes votos para salvar todos os seres sencientes. Ananda, cada shravaka na Terra de Buda de Amitayus emite luz com o alcance de uma braça à volta do seu corpo. A luz de um Bodhisattva brilha à distância de cem yojanas. Existem dois Bodhisattvas de suprema dignidade e a sua luz majestosa brilha em toda a parte do universo de mil milhões de mundos."
Ananda perguntou, "Quais são os nomes desses dois bodhisattvas?" Buda respondeu, "Um chama-se Avalokiteshvara e o outro Mahasthamaprapta. Ambos levaram a cabo práticas de bodhisattva neste mundo e, no final das suas vidas, nasceram por transformação nessa Terra de Buda. Ananda, os seres sencientes aí nascidos são inteiramente dotados das trinta e duas características físicas de um grande homem, bem como de sabedoria perfeita, com a qual penetram profundamente na natureza de todos os dharmas e alcançam a sua essência subtil. Os seus poderes sobrenaturais não conhecem obstáculo e os seus sentidos físicos são apurados e claros. Os bodhisattvas de menores capacidades alcançam duas percepções. Os bodhisattvas de capacidades superiores alcançam inumeráveis [méritos derivados das] percepções do não-surgimento de todos os dharmas. Esses bodhisattvas não estão sujeitos a renascer em reinos inferiores até se tornarem Budas, excepção feita àqueles que procuram renascer nos mundos das outras direcções durante o período turbulento das cinco impurezas, manifestando as formas semelhantes às dos seres desses mundos e deste. Podem exercer livremente os seus poderes sobrenaturais e recordar sempre as suas vidas passadas."
Buda disse a Ananda, "Pelo poder do Buda, bodhisattvas dessa terra deslocam-se a mundos inumeráveis pelas dez direcções num espaço de tempo tão curto quanto o de uma refeição, de modo a prestarem homenagem e fazerem oferendas aos Budas, Honrados Pelo Mundo. Se esses bodhisattvas assim quiserem, incontáveis e inumeráveis oferendas, tais como flores, incenso, música, dosséis e estandartes de seda, aparecerão espontaneamente perante si assim que o imaginarem. São raras e maravilhosas, diferentes de tudo neste mundo. São oferecidas às assembleias de Budas, bodhisattvas e shravakas. As flores permanecem no ar e juntam-se em canópias. O seu brilho ofuscante e a sua fragrância chegam a toda a parte. As canópias de flores variam em tamanho, desde algumas com quatro mil li de diâmetro até outras capazes de cobrir um universo de mil milhões de mundos. Conforme aparecem novas canópias, desaparecem as anteriores. Estes bodhisattvas rejubilam em conjunto e, parados no ar, tocam música celestial e louvam as virtudes dos Budas com hinos acompanhados por sons maravilhosos. Ouvem o Dharma e alcançam uma alegria imensurável. Após adorarem desta forma os Budas, regressam rapidamente à Terra Pura antes da sua refeição.
A prelecção de Amida e os sons subtis produzidos por árvores , etc.
[29] Buda disse a Ananda, “Quando Amitayus expõe o Dharma aos shravakas e bodhisattvas, reúnem-se todos no anfiteatro de sete jóias. Aí ele expõe os ensinamentos da Via e proclama o Dharma maravilhoso. Toda a audiência rejubila, compreende e alcança a Iluminação. Nessa altura uma brisa surge espontaneamente em cada uma das dez direcções e faz tinir as árvores de jóias, produzindo sons das escalas pentatónicas e fazendo com que inumeráveis sons subtis desçam como chuva e se espalhem por toda a parte. Formas naturais de glorificação tais como esta são repetidas interminavelmente. Todos os devas trazem consigo centenas de milhares de flores raras e peças de madeira aromática bem como milhares de instrumentos musicais para usar como oferendas ao Buda e à assembleia de bodhisattvas e shravakas; espalham flores e difundem perfumes em toda a parte e tocam vários tipos de música. Vêm e vão sucedendo-se uns aos outros. Nessas ocasiões a sua alegria e felicidade estão além de qualquer descrição.
Virtudes dos bodhisattvas
[30] Buda disse a Ananda, “Os bodhisattvas nascidos nessa Terra de Buda expõe o correcto Dharma sempre que seja apropriado e, por estarem de acordo com a sabedoria da iluminação, as suas prelecções são infalíveis e livres de erro. Em relação às inúmeras coisas dessa terra, estão livres de pensamentos de posse ou de apego. Quer venham ou vão, fiquem ou prossigam, os seus corações não têm apegos, os seus actos estão em harmonia com a sua vontade e sem quaisquer impedimentos e eles não possuem pensamentos de discriminação. Neles não existe pensamento de eu ou outros, nenhuma ideia de competição ou disputa. Com o coração da grande compaixão para beneficiarem os seres viventes e com ternura e auto controlo, não têm aversão ou má vontade contra ninguém. Livres de obscurecimentos, as suas mentes são puras e sem indolência. Equânimes, de mente nobre, sinceros e tranquilos, os seus corações são capazes de reverenciar, apreciar e fruir o Dharma.
“Depois de extinguirem todas as más paixões, são livres das tendências que levam aos reinos inferiores. Completaram todas os deveres de um bodhisattva e são inteiramente dotados de imensuráveis virtudes. Tendo alcançado uma profunda meditação e obtido poderes sobrenaturais, sabedoria e conhecimento transcendentes, estão seguros nas sete práticas conducentes à Iluminação e são devotados ao Buda-Dharma.
“Com os olhos físicos podem ver claramente e discernir objectos sem erro; o alcance do seu olho celestial chega a toda a parte sem qualquer limite; com o olho do Dharma observam e conhecem cabalmente os ensinamentos da Via; com o olho da sabedoria vêem a verdade e alcançam a Outra Margem; com o olho de Buda percebem claramente a natureza dos dharmas; com a sua sabedoria clara expõe o Dharma para outros.
“Ainda que observem com o olho da equanimidade que os três mundos são vazios e não existentes, esforçam-se por aprender o Buda-Dharma e por adquirir eloquência variada de modo a libertar os seres viventes das aflições causadas pelas pessoas más. Como todos os dharmas surgiram da SUCHNESS, os bodhisattvas vêem-nos como realmente são e conhecem meios hábeis da linguagem para desenvolver os bons hábitos nos seres e destruir os maus. Não gostam dos discursos seculares, e têm prazer apenas no correcto discurso do Dharma.
“Cultivam raízes de virtude, reverenciam a Via do Buda e sabem que todos os fenómenos são completamente tranquilos e não existentes. Os seus corpos samsáricos e as más paixões estão completamente extintas bem como as tendências kármicas remanescentes. Quando ouvem o profundo Dharma, as suas mentes são livres de dúvidas e medos. Estão sempre aptos a cultivar a grande compaixão, subtil e profunda, que abrange tudo como o céu e tudo suporta como a terra. Depois de alcançarem o Caminho Único, prosseguiram para a Outra Margem. Depois de cortarem a rede da dúvida, a sabedoria surgiu nas suas mentes.
Em todo o Buda-Dharma não existe nada que não compreendam. A sua sabedoria é como o oceano e o seu samadhi, como o rei das montanhas. A luz da sua sabedoria, brilhante e pura, ofusca a do sol e da lua. Estão perfeitamente dotados do puro e imaculado Dharma. São como o Himalaya, uma vez que o brilho das suas virtudes se reflecte com uniformidade e clareza. São como a grande terra, porque não têm pensamentos discriminatórios, tais como puro e impuro, feio ou bonito. São como água pura porque lavam as aflições e impurezas. São como o rei do fogo porque queimam todas as paixões negativas. São como o grande vento porque viajam pelos mundos sem obstrução. São como o céu, porque não têm apegos. São como lótus porque nada no mundo os pode conspurcar. São como o um grande veículo, porque transportam os seres para fora do nascimento-e-morte. São como uma nuvem pesada porque fazem o grande relâmpago do Dharma trovejar e despertar os não iluminados. São como a grande chuva porque fazem cair o néctar do Dharma como chuva para nutrir os seres viventes. São como Montanhas Adamantinas porque os demónios e os não-Budistas não as podem mover. São como o rei do Paraíso Brahma porque são insuperáveis na realização de várias boas acções. São como a árvore nyagrodha porque fornecem abrigo a todos os seres. São como a flor udumbara porque raramente aparecem no mundo e são raros de encontrar. São como garudas de asas de ouro porque subjugam os não-Budistas. São como um bando de aves alegres porque não guardam coisas. São como o rei dos touros porque são invencíveis. São como o rei dos leões porque nada temem. São como o vasto céu porque a sua grande compaixão chega a toda a parte sem excepção.
“Eles destruíram a inveja por não cobiçarem a superioridade de outros. Com um coração devotado procuram o Dharma incansavelmente. Sempre desejosos de expor a doutrina, nunca se cansam. Batem os tambores do Dharma e desfraldam as bandeiras do Dharma e fazem com que brilhe o sol da sabedoria para dissipar as trevas da ignorância. Executam as seis acções de harmonia e respeito e estão sempre a dotar os outros da oferenda do Dharma. De vontade forte e diligentes, a sua determinação nunca esmorece. Tornam-se luzes do mundo e campos de supremo mérito; sempre se tornam mestres e não acolhem quaisquer pensamentos de discriminação, aversão ou apego. Procuram apenas o caminho recto, sem sentirem alegria ou pesar por outros assuntos. Extraem os espinhos da paixão e dão paz de espírito às multidões de seres. Devido à sua sabedoria suprema não existe ninguém que não os reverencie.
“Destruíram os obstáculos das três impurezas e ganharam mestria nos poderes sobrenaturais. Possuem também o poder do bom karma de vidas passadas, o poder de guiarem os outros, da vontade, dos votos, da utilização dos meios hábeis, da prática incessante, das acções benéficas, da meditação, da sabedoria, de ouvirem largamente o Dharma. Possuem também o poder das seis paramitas - generosidade, moralidade, paciência, esforço, meditação e sabedoria - e o poder da atenção, concentração e contemplação rectas, das faculdades sobrenaturais, do conhecimento transcendente e o poder de liderar e treinar os seres viventes da forma certa, bem como outros poderes.
“Inteiramente dotados de todas as características físicas e marcas, virtudes e eloquência, não têm igual. Reverenciaram e adoraram inumeráveis Budas e são, por sua vez, sempre louvados por eles. Completaram o caminho das Paramitas do Bodhisattva e praticaram os samadhis da vacuidade, não-forma, não-desejo, o samadhi do não-surgimento e não-desaparecimento bem como muitos outros samadhis; foram muito além dos estados de shravakas e pratyekabudas.
“Ananda, os bodhisattvas dessa terra têm virtudes inumeráveis tais como estas, das quais tracei apenas um esboço. Se fosse a expô-las com todos os detalhes, não chegariam para tal cem mil milhões de kalpas.
Três tipos de paixões negativas e suas consequências
[31] o Buda disse ao Bodhisattva Maitreya e aos devas e humanos, “A virtude e sabedoria dos shravakas e bodhisattvas na terra de Amitayus é indescritível. A sua terra é sublime, ditosa, serena e pura. Porque não haveis de praticar o bem diligentemente, reflectir na naturalidade da Via e perceber que ela está acima de todas as discriminações, presente sem limites? Cada um de vós deve fazer um grande esforço para a alcançar. Lutai para escapar do Samsara e nascer na Terra de Suprema Felicidade. Então, as causas dos cinco planos negativos terão sido destruídas, desaparecerão naturalmente e assim podereis progredir sem entraves na vossa busca da Via. A Terra Pura é fácil de alcançar, mas muito poucos o conseguem. Não rejeita ninguém, mas atrai os seres natural e infalivelmente. Porque não abandonais os assuntos mundanos e vos esforçais por entrar na Via? Se o fizerdes, obtereis uma vida infinitamente longa e de felicidade sem limites.
“As pessoas do mundo, de fraca virtude, lutam por assuntos que não são urgentes. No meio da maldade abjecta e de aflições extremas, afadigam-se penosamente pelas suas vidas. Quer sejam nobres ou corruptos, ricos ou pobres, novos ou velhos, homens ou mulheres, todos se preocupam com as suas posses e fortuna. Nisto não existe diferença entre o rico e o pobre; ambos têm as suas ansiedades. Com desânimo e tristeza crescentes, acumulam pensamentos de angústia ou, arrastados por desejos imperiosos, correm como loucos por todas as direcções e não têm tempo para descanso ou paz.
“Se, por exemplo, possuem campos, preocupam-se com eles. Estão também ansiosos acerca dos seis tipos de animais domésticos, tais como vacas e cavalos, acerca dos seus servos e servas, de dinheiro, bens, roupa e mobília. Com problemas crescentes eles suspiram repetidamente e a sua ansiedade aumenta e aterroriza-os. Infortúnios súbitos podem cair sobre eles: todas as suas posses podem ser destruídas pelo fogo, levadas por inundações, roubadas por ladrões ou tomadas por adversários ou credores. Então, uma dor lancinante aflige-os e perturba incessantemente os seus corações. A raiva apodera-se da sua mente, mantém-nos em constante agitação e apertando a suas garras, endurece os seus corações e nunca os abandona.
“Quando as suas vidas acabam em tais condições agonizantes, têm de deixar tudo e todos para trás. Mesmo nobres e homens de fortuna têm estas preocupações. Com muita ansiedade e medo suportam estas tribulações. irrompendo em suores frios ou febres sofrem uma dor ininterrupta.
“Os pobres e desfavorecidos estão constantemente desamparados. Se, por exemplo, não têm terras, são infelizes e desejam-nas. Se não têm nenhum dos seis tipos de animais domésticos, tais como vacas e cavalos, ou se não têm servos ou servas, dinheiro, fortuna, roupas, comida ou outros bens, são infelizes e querem também tudo isso. Se possuem algumas destas coisas, outras podem faltar. Se têm isto, não têm aquilo e assim desejam possuir tudo. Mas, mesmo que por qualquer acaso venham a possuir tudo isso, será brevemente destruído ou perdido. Então, deprimidos e desgostosos, lutam para obterem de novo essas coisas, o que pode não ser possível. Cismar nisto nada resolve. Exaustos física e mentalmente, tornam-se inquietos em todos as suas acções e a ansiedade persegue-os. Irrompendo em febres e suores frios, sofrem dor ininterrupta. Essas condições podem resultar na perda súbita das suas vidas ou numa morte prematura. Como não praticaram qualquer bem em particular, não seguiram a Via nem agiram virtuosamente, quando morrem, partem sozinhos para um mundo inferior. Ainda que estejam destinados a diferentes estados de existência, nenhum deles entende a lei do karma que para aí os envia.
"As pessoas do mundo, pais e filhos, irmãos e irmãs e outros membros da família e parentes, devem respeitar-se e amar-se mutuamente, abstendo-se de ódio e inveja. Devem partilhar coisas com os outros e não serem avarentos ou miseráveis, falar sempre palavras amigáveis com um sorriso agradável, e não se magoarem uns aos outros.
"Se alguém discorda dos outros e fica irado, por mais pequena que seja a má vontade e a inimizade nesta vida, um tal conflito pode não resultar imediatamente em destruição mutua. Mas a animosidade persistente e a fúria ficam impressas na mente, e deixam assim marcas indeléveis na consciência, de modo que os envolvidos nessas situações vão nascer ao mesmo tempo para se vingarem uns dos outros.
"Além disso, no meio dos desejos e apegos mundanos, cada um chega e parte sozinho, nasce e morre sozinho. Após a morte, vai para um estado de existência agradável ou desagradável. Cada um recebe as suas consequências kármicas e ninguém pode tomar o seu lugar. De acordo com os seus diferentes actos bons e maus, as pessoas estão destinadas a planos de felicidade ou de sofrimento. Inalteravelmente ligados ao próprio karma, partem sozinhos para esses reinos. Após chegarem ao outro mundo, não podem ver-se uns aos outros. A lei do bem e do mal persegue-os naturalmente e onde quer que possam renascer estão sempre separados pela escuridão e pela distância. Uma vez que os caminhos dos seus karmas são diferentes, é impossível prever quando chegará o momento do seu reencontro e assim é difícil encontrarem-se de novo. Poderão alguma vez voltar a ver-se? "Porque não abandonam todos os esforços e os enredos mundanos enquanto são fortes e saudáveis, para seguirem o bem e procurarem diligentemente a libertação do Samsara? Se o fizerem, serão capazes de obter vida infinita. Porque não seguem a Via? O que existe neste mundo que possa ser desejado? Que prazer existe que valha a pena procurar?
"Assim as pessoas do mundo não acreditam em seguirem o bem e receberem a recompensa ou em praticarem a Via e alcançarem a Iluminação; tão pouco acreditam na transmigração e na retribuição pelas más acções ou na recompensa pelas boas, e rejeitam totalmente esta noção.
"Além disso, procedendo assim, apegam-se às suas próprias opiniões ainda mais tenazmente. As gerações seguintes aprendem com as anteriores a agir da mesma forma. Os pais, perpetuando as suas noções erróneas, passam-nas aos filhos. Uma vez que os pais e avós desde o princípio não praticaram acções boas, ignoraram a Via, cometeram acções insensatas e foram obscurecidos, insensíveis e duros, os seus descendentes são agora incapazes de perceber a verdade do nascimento-e-morte e a lei do karma. Não têm ninguém que lhes fale acerca disto. Ninguém procura conhecer a causa da sorte ou do infortúnio, da alegria e da miséria, ainda que estes estados resultem desses actos.
"A realidade do nascimento-e-morte é tal que a dor da separação é sentida por todas as gerações. Um pai chora a morte dos seus filhos, os filhos choram a morte dos seus pais. Irmãos, irmãs, maridos e esposas lamentam a morte uns dos outros. De acordo com a lei básica da impermanência, se a morte ocorrerá segundo a ordem de idades ou de forma inversa é imprevisível. Tudo tem de passar,. Nada permanece para sempre. Poucos acreditam nisto, mesmo que alguns mestres os exortem. E assim o curso do nascimento-e-morte continua sempre.
"Porque são estúpidas e insensíveis, tais pessoas não aceitam os ensinamentos do Buda; falta-lhes precaução e pensam apenas em satisfazer os seus desejos. São iludidos devido aos seus apegos apaixonados, inconscientes da Via, mal orientados e presas da raiva e da inimizade, decididos a acumularem riqueza e a gratificarem os seus desejos carnais como lobos. E assim, incapazes de seguirem a Via, estão de novo sujeitos a sofrer nos reinos inferiores num ciclo interminável de nascimento-e-morte. Quão miserável e triste isto é!
"Na mesma família, quando um dos pais, filhos, irmãos, irmãs, marido ou mulher morre, os que ficam lamentam a sua perda e o seu apego ao falecido persiste. Profunda tristeza invade os seus corações e, tomados pela dor, pensam desgostosos nos que partiram. Os dias e os anos passam mas a sua angústia continua. Mesmo se alguém lhes ensina a Via, as suas mentes não despertam. Cismando nas queridas memórias dos falecidos, não se livram do apego. Ignorantes, inertes e presas da ilusão, são incapazes de pensar profundamente, de manter a compostura, de praticar a Via com diligência e de se dissociarem dos assuntos mundanos. Conforme erram aqui e ali, chegam ao seu fim e morrem antes de entrarem na Via. Então, que pode ser feito por eles?
"Porque são espiritualmente impuras, profundamente perturbadas e confusas, as pessoas entregam-se às suas paixões. Uma vez mais, muitos são ignorantes da Via e poucos se apercebem disso. Todos se ocupam sem descanso, sem nada em que se possam apoiar. Quer sejam morais ou corruptos, de alta ou baixa condição, ricos ou pobres, nobres ou plebeus, todos estão preocupados com os seus afazeres. Mantém pensamentos venenosos, criando uma atmosfera de malevolência extensa e carregada. Planeiam actividades subversivas, contrárias à lei universal e aos desejos das pessoas.
"A injustiça e o vício seguem-se inevitavelmente e prosseguem o seu curso sem restrição ou vigilância até o mau karma se acumular até ao limite. Sem estarem à espera do fim das suas vidas, encontram a morte súbita e caem nos reinos inferiores, onde sofrerão tormentos dilacerantes durante muitas vidas. Não conseguirão escapar durante muitos milhares de kotis de kalpas. Que dor indescritível! Como isto é lamentável!"
Encorajamento de Shakyamuni para a prática do bem
[32] O Buda disse ao Bodhisattva Maitreya e aos devas e humanos, “Disse-te a verdade acerca das pessoas do mundo. Sendo esse o seu modo de vida, são incapazes de entrar na Via. Por isso, deveis pensar profundamente e tentar evitar várias más acções; escolhei o bem e praticai-o com diligência. Uma vida de dependência dos desejos ou uma vida de vanglória não pode durar muito. Tudo tem de partir, nada existe que possais verdadeiramente apreciar. Uma vez que encontraram um Buda neste mundo, deveis praticar assiduamente a Via. Todos os que desejarem sinceramente nascer na terra de Suprema Felicidade serão capazes de alcançar sabedoria pura e supremacia na virtude. Não deveis seguir os imperativos das paixões ou ficar para trás na prática da Via. Se tiverem dúvidas ou não estiverem claros acerca do meu ensinamento, perguntai a mim, o Buda, sobre o que quer que seja e explicá-lo-ei para vós.”
O Bodhisattva Maitreya prosternou-se no chão e disse, “A tua glória majestosa, Ó Buda, inspira respeito e a exposição é sumamente agradável para mim. Ao ouvir o teu ensinamento, senti que as pessoas do mundo são tal como as descreveste. A tua revelação compassiva do Grande Caminho abriu os nossos olhos e ouvidos e despertou-nos para a emancipação. Todos os que ouviram o teu ensinamento estão plenos de alegria. Devas, humanos e seres menores, incluindo os rastejantes, foram todos abençoados com a tua orientação compassiva e alcançaram assim a libertação do sofrimento e da aflição.
“A admoestação do Buda é de facto profunda e apropriada, e a sua sabedoria examina claramente as coisas das oito direcções, acima e abaixo, penetrando tudo no passado, presente e futuro. A nossa emancipação na presente existência é inteiramente devida à perseverança e esforços diligentes do Buda nas suas vidas anteriores quando procurava a Via. A sua benevolência cobre todo o mundo, e a extensão do seu mérito é majestosa e gloriosa. A sua luz penetra até aos confins derradeiros do espaço e conduz as pessoas ao Nirvana. Ele revela os sutras, destrói as visões erróneas e subjuga os demónios. Assim a sua influência estende-se ilimitadamente pelas dez direcções. O Buda é o Rei do Dharma; a sua virtude ultrapassa a de todos os sábios. Ele é o Mestre de todos os devas e humanos e permite-lhes entrarem na Via de acordo com os desejos deles. Uma vez que fomos capazes de te encontrar, Ó Buda, e também de ouvir o Nome de Amitayus, alcançamos todos alegria e iluminação.
Advertência de Shakyamuni contra as más acções
[33] O Buda disse a Maitreya, “O que dizes é verdade. Aqueles que adoram e reverenciam o Buda alcançam grande mérito. Os Budas surgem no mundo muito raramente. Tendo-me tornado um Buda nesta vida, ensinei o Dharma, expus os ensinamentos da Via, clarifiquei as dúvidas das pessoas, erradiquei as causas da luxúria e do desejo e bloqueei as fontes de todos os males. Ao visitar vários lugares nos três mundos não encontrei obstruções. A sabedoria revelada nas escrituras beneficia todas as formas de vida. Mantém juntos os princípios essenciais e revela claramente a verdade. Expliquei a realidade dos cinco planos, libertando assim aqueles que não tinham obtido ainda a salvação e distinguido entre os caminhos do Samsara e Nirvana.
“Maitreya, deves saber que durante inumeráveis kalpas, tens aperfeiçoado as práticas do bodhisattva para salvar os seres sencientes. Incalculável de facto é o número de seres que sob a tua orientação encontraram a Via e alcançaram o Nirvana. Desde tempos imemoriais, tu e os devas e humanos das dez direcções e os quatro tipos de crentes, têm errado nos cinco planos do Samsara, suportando problemas e aflições indescritíveis. Até nascerem nesta vida, também tu passas-te por ciclos intermináveis de nascimento-e-morte. Agora encontraste um Buda, ouviste a sua exposição do Dharma e pudeste ouvir acerca de Amitayus. Que prazer e alegria é para ambos partilharmos isto.
“É tempo de todos procurarem a salvação das dores do nascimento, morte, velhice e doença. Por toda a parte estão manchas de depravação e impureza e não existe nada onde possais encontrar verdadeira alegria. Deveis praticar decididamente acções meritórias com decoro, esforçar-vos por fazer o bem, controlar-vos e purificar-vos, limpar as impurezas da mente, ser sinceros em palavras e acções e não permitir contradições entre o que fazeis e o que pensais. Procurai a vossa própria emancipação e então devotai-vos a salvar os outros; aspirai honestamente a nascer na Terra Pura e acumulai raízes de virtude. Por mais duramente que pratiqueis nesta vida será apenas por um curto espaço de tempo. Na vida futura nascereis na terra de Amitayus e usufruireis de alegria interminável. Estando para sempre de acordo com a Via, não mais estareis sujeitos ao nascimento-e-morte e sereis livres das aflições causadas pela ganância, raiva e estupidez. Se quiserdes que a vossa vida tenha a duração de um kalpa, cem kalpas ou dez mil kalpas, será tal como desejarem. Permanecereis numa espontaneidade sem esforço e alcançareis o Nirvana. Cada um de vocês deve procurar diligentemente realizar a vossa aspiração. Não mantenham qualquer dúvida nem desistam do vosso esforço, porque senão, como resultado dessa falha, nascereis no palácio de sete jóias na região exterior da Terra Pura e estareis sujeitos a várias desvantagens durante quinhentos anos.”
Maitreya disse a Buda, “Tendo recebido a tua advertência atenciosa, praticaremos diligentemente a Via e seguiremos o teu ensinamento. Não permitiremos que surja qualquer dúvida.”
Admoestação contra cinco males:
[34] Buda disse a Maitreya, “Se aqui neste mundo forem rectos em pensamento e acção e se abstiverem de praticar o mal, alcançarão então a suprema virtude, insuperável em todas as terras pelas dez direcções. Porque assim é? Devas e humanos nas Terras de Buda praticam naturalmente o bem e raramente cometem o mal e assim é fácil ensiná-los e treiná-los. Uma vez que me tornei um Buda neste mundo, encontro-me agora no meio dos cinco males, dos cinco sofrimentos e dos cinco fogos. Isto é extremamente doloroso para mim. Ensinarei multidões de seres, fazendo-os abandonar os cinco males, evitar os cinco sofrimentos e escapar dos cinco fogos. Treinarei as suas mentes e levá-los-ei a praticar as cinco boas acções, de modo a que adquiram mérito e virtude e alcancem emancipação, longevidade e Nirvana.”
O Buda continuou, “Quais são os cinco males? Quais são os cinco sofrimentos? Quais são os cinco fogos? Qual é a forma de extinguir os cinco males e levar as pessoas a praticar as cinco boas acções de modo a que possam obter mérito e virtude e alcançar emancipação, longevidade e Nirvana?”
1) Primeiro mal
[35] O Buda disse, “Este é o primeiro mal. Devas, humanos e seres menores, incluindo os rastejantes, são inclinados a fazer o mal. Não existe ser que não o seja. Os fortes subjugam os fracos; ferem-se com gravidade e matam-se uns aos outros, todos devoram a sua presa. Sem saberem como praticar o bem, praticam o mal e cometem actos indignos e desregrados. Mais tarde recebem a retribuição, é natural que estejam destinados aos planos negativos. Os semi-deuses mantém registos dos actos dos transgressores e garantem que sejam punidos. É por isso que alguns são destituídos, corruptos, pedintes, sós, surdos, mudos, cegos, estúpidos, malvados, loucos ou deficientes. Outros são dignos, nobres, abastados, inteligentes ou espertos. Isto é o resultado de bons e meritórios actos de benevolência e do cumprimento dos seus deveres filiais em vidas passadas.
“Neste mundo as prisões são criadas pela lei e aqueles que não as temem e cometem ofensas são mandados para aí como punição. Por mais desesperadamente que tentem escapar, é impossível fazê-lo. Tal é a retribuição neste mundo, mas nas vidas futuras, a punição para esses malfeitores é mais longa e severa. O sofrimento da transmigração através dos planos obscuros é comparável à mais severa e dolorosa punição alguma vez imposta pela lei.
“Assim, através do funcionamento natural do karma, passam por imensuráveis sofrimentos nos três planos negativos. Em transmigrações sucessivas nascem sob formas diferentes; a duração das suas vidas umas vezes é curta outras longa. Os seus seres transitórios, energia vital e consciência transmigram mediante o funcionamento natural do karma. Ainda que cada indivíduo nasça sozinho, aqueles que estão ligados por um karma comum nascem juntos e vingam-se uns dos outros. Assim, esta condição persiste interminavelmente e, até que o efeito do seu mau karma se esgote, não há possibilidade de evitar os seus inimigos. Errando no Samsara, não têm possibilidade de escapar ou de alcançar a emancipação. A dor que têm de suportar é indescritível. Uma vez que esta lei actua naturalmente em toda a parte entre o céu e a terra, mesmo se os bons e maus actos não trazem imediatamente recompensa ou retribuição, terão resultados mais cedo ou mais tarde. A isto chamo o primeiro grande mal, o primeiro sofrimento e o primeiro fogo. Estas aflições são tais que são comparáveis a um grande fogo a queimar as pessoas vivas.
“Se no meio disto, alguém controla os seus pensamentos com concentração, pratica acções meritórias com comportamento apropriado, não comete o mal e faz apenas o bem, então, com o mérito e virtude obtido, alcança a emancipação e é capaz de escapar deste mundo, nascer nos plano celestiais, e finalmente alcançar o Nirvana. Este é o primeiro grande bem.”
2) Segundo mal
[36] O Buda continuou, "O segundo mal é que as pessoas do mundo - pais, filhos, irmãos, irmãs, membros de uma família, maridos e esposas - não têm princípios morais, infringem as leis, compartam-se com arrogância, cometem actos licenciosos e desregrados, perseguem o seu próprio prazer, divertem-se a seu gosto e enganam-se uns aos outros. Os seus pensamentos contradizem os seus actos; falam sem sinceridade, lisonjeiam outros com intenções traiçoeiras, adulam os outros com palavras astutas, invejam a reputação dos sábios, desrespeitam os virtuosos e apanham as pessoas com meios desonestos.
"Os mestres são insensatos na escolha dos seus servidores, que, explorando a situação, aproveitam qualquer oportunidade para a fraude e o engano. Os governantes iníquos, são enganados pelos ministros e afastam levianamente os subordinados leais e fiéis. Isto é contrário à vontade dos Céus. Os ministros traem os seus governantes, os filhos enganam os pais; irmãos, irmãs, maridos e esposas, familiares e amigos, enganam-se uns aos outros. Guardam ganância, raiva e estupidez e, desejando muitas posses, procuram a sua vantagem pessoal. Todos têm igual coração, quer sejam pessoas de posição elevada e respeitável ou de classes baixas e desprezadas. Levam as suas casas e a si mesmos à ruína e destroem de forma imprudente os seus semelhantes. Ainda que existam familiares, amigos, aldeões, citadinos, grupos de pessoas ignorantes e vulgares a trabalharem em conjunto, todos procuram o seu próprio lucro, fomentando assim a raiva e hostilidade dos outros. Quando as pessoas enriquecem, ficam miseráveis e sem caridade. Apegadas gananciosamente à sua fortuna, afadigam-se de corpo e mente para retê-la. Quando o seu fim chega, não encontram qualquer apoio. Em última instância nascem e partem sozinhos, sem ninguém que os acompanhe. A alegria ou a miséria resultante das acções boas ou más segue-os nas suas próximas vidas. Assim renascem em estados agradáveis ou dolorosos. Mesmo que mais tarde mostrem arrependimento, que benefício pode isso trazer?
“As pessoas do mundo, de mau coração e sem entendimento, odeiam e maltratam as boas pessoas e não lhes têm qualquer respeito. São apegadas a praticar o mal e cometem deliberadamente acções desonestas. Cobiçam sempre a fortuna dos outros e albergam intenções de roubar. Depois de gastarem e esbanjarem o que roubaram a outros, procuram recuperá-lo,. Devido ás suas próprias motivações ocultas e à sua desonestidade, estudam manhosamente as expressões das faces dos outros. Como são incapazes de pensar , quando as coisas correm mal desanimam com o desgosto.
“Neste mundo existem prisões estabelecidas pela lei onde os transgressores são enviados para serem punidos, de acordo com os seus crimes. Nas suas vidas anteriores nem acreditaram na Via nem cultivaram raízes de virtude. Também nesta vida, se praticaram o mal, os semi-deuses sabem disso e mantêm registo dos seus actos; quando morrem caem nos planos negativos. Assim, devido ao funcionamento natural da lei do karma, existem três planos negativos e inumeráveis sofrimentos através dos quais os malfeitores devem passar, vida após vida, durante muitos kalpas, sem fim à vista. É realmente difícil alcançarem alívio. A dor que têm de sofrer é indescritível. A isto chama-se o segundo grande mal, o segundo sofrimento e o segundo fogo. As aflições são tais que podem ser comparadas a um grande fogo a queimar as pessoas.
“Se no meio disto, alguém controla os seus pensamentos com concentração, pratica acções meritórias com comportamento apropriado, não comete o mal e faz apenas o bem, então, com o mérito e virtude obtido, alcança a emancipação e é capaz de escapar deste mundo, nascer nos plano celestiais, e finalmente alcançar o Nirvana. Este é o segundo grande bem.”
3) Terceiro mal
[37] Buda continuou, “Este é o terceiro mal: as pessoas do mundo vivem juntas, habitando este plano entre o céu e a terra, com uma duração de vida limitada. Por um lado, entre os níveis superiores existem pessoas sábias, ricas, honradas, nobres e abastadas. Por outro, entre os níveis mais baixos, existem pessoas pobres, aviltadas, rudes e insensatas. Além disso, existem malfeitores que têm sempre pensamentos viciosos e só se ocupam da sua gratificação pessoal; são cheios de preocupações, enterrados na luxúria e no apego, sem descanso na sua vida diária, gananciosos e miseráveis e desejosos de possuir aquilo a que não têm direito. Eles procuram mulheres atraentes, comportam-se licenciosamente e cometem actos obscenos com elas, detestam as suas próprias mulheres e frequentam bordéis secretamente. Por conseguinte, depois de dissiparem todos os seus bens, começam a infringir a lei. Formam bandos, iniciam motins, envolvem-se em lutas, atacam ilegalmente e matam pessoas e saqueiam propriedades.
“Alguns têm planos maléficos quanto aos bens dos outros. Como não se dedicam às suas próprias ocupações, obtêm coisas através do roubo. Febrilmente agitados, intimidam e roubam as pessoas para sustentarem as suas próprias mulheres e filhos com os bens assim obtidos. Obedecendo apenas aos ditames das suas paixões, tornam-se viciados em prazeres imorais. Também não respeitam os anciãos no clã, causando assim dor e angústia aos membros e parentes de outras famílias; além disso, não obedecem às leis do Estado.
“Mas esses erros são conhecidos pelos outros e também pelos demónios. O Sol e a Lua reconhecem-nos e os semi-deuses mantém registos das suas acções. Assim, devido ao funcionamento natural do karma, existem três planos negativos e inumeráveis sofrimentos através dos quais os malfeitores devem passar, vida após vida, durante muitos kalpas, sem fim à vista. É realmente difícil alcançarem alívio. A dor que têm de sofrer é indescritível. A isto chama-se o terceiro grande mal, o terceiro sofrimento e o terceiro fogo. As aflições são tais que podem ser comparadas a um grande fogo a queimar as pessoas.
“Se no meio disto, alguém controla os seus pensamentos com concentração, pratica acções meritórias com comportamento apropriado, não comete o mal e faz apenas o bem, então, com o mérito e virtude obtido, alcança a emancipação e é capaz de escapar deste mundo, nascer nos planos celestiais, e finalmente alcançar o Nirvana. Este é o terceiro grande bem.”
4) O quarto mal
[38]Buda continuou, “Este é o quarto mal: As pessoas do mundo não pensam em fazer o bem. Incitam-se uns aos outros a cometer vários tipos de acções negativas - proferir palavras desagradáveis e abusivas, dizer mentiras e envolver-se em conversas fúteis. Caluniam os outros e causam querelas. Odeiam e invejam os bons homens e arruínam os sábios, enquanto apreciam na retaguarda. São negligentes para com os pais, depreciam os mestres e anciãos, perdem a confiança dos amigos e são dissimulados. Tendo-se em alta estima, acham-se virtuosos mas agem teimosamente e de forma arrogante, desprezando os outros. Inconscientes do seu próprio mal, nunca se envergonham de si mesmos. Vangloriam-se da sua força física, exigem dos outros respeito e medo. Não querem saber do Céu, da Terra, dos semi-deuses ou do Sol e da Lua, desdenham a prática de qualquer bem. São por isso difíceis de treinar e converter. Tendo-se em alta estima impõe a sua maneira pessoal. Arrogantes e sem medo de nada, assumem sempre uma atitude altiva. Mas os semi-deuses mantém registo dos seus erros. Talvez haja algum acto meritório nas suas vidas passadas e possam assim contar com o efeito desse pequeno acúmulo de bem. Mas uma vez que cometem o mal de novo nesta vida, a sua reserva de méritos depressa se esgota; as divindades benéficas abandonam-nos, deixam-nos sós e sem ninguém de quem depender. Quando a sua vida acaba, o seu mal recai sobre eles e força-os, segundo o funcionamento natural do karma, a descer aos planos negativos. Uma vez mais, como dita o registo exacto das suas acções na mão dos semi-deuses, as suas transgressões e ofensas kármicas condena-os ao plano infernal. A retribuição pelo mal vem naturalmente e nada a pode impedir. Têm de ir para os caldeirões vermelhos em brasa, onde os seus corpos são derretidos com o máximo tormento e angústia. Mesmo se nessa altura se arrependem das suas más acções, que benefício terá isso? A lei dos céus segue o seu curso inevitavelmente sem qualquer erro.
“Assim, devido ao funcionamento natural do karma, existem três planos negativos e inumeráveis sofrimentos através dos quais os malfeitores devem passar, vida após vida, durante muitos kalpas, sem fim à vista. É realmente difícil alcançarem alívio. A dor que têm de sofrer é indescritível. A isto chama-se o quarto grande mal, o quarto sofrimento e o quarto fogo. As aflições são tais que podem ser comparadas a um grande fogo a queimar as pessoas.
“Se no meio disto, alguém controla os seus pensamentos com concentração, pratica acções meritórias com comportamento apropriado, não comete o mal e faz apenas o bem, então, com o mérito e virtude obtido, alcança a emancipação e é capaz de escapar deste mundo, nascer nos planos celestiais, e finalmente alcançar o Nirvana. Este é o quarto grande bem.”
5) O quinto mal
[39] Buda continuou, “Este é o quinto mal: As pessoas do mundo são indecisas e indolentes, relutantes em fazer o bem, sem auto-disciplina e sem trabalharem afincadamente nas suas ocupações, de modo que as suas famílias e dependentes são levadas a sofrer de fome e frio. Quando repreendidas pelos pais, ripostam zangados e com olhares desdenhosos. Com tais conflitos estão longe da paz; conseguem ser tão violentos e enlouquecidos como inimigos em luta e, como resultado, os pais desejam não ter tido filhos.
“No lidar com os outros são licenciosos e caprichosos, provocam incómodos e problemas a muitos. Mesmo quando moralmente estão em dívida para com outros, negligenciam os seus deveres e não têm qualquer intenção de cumprir as suas obrigações. Sem meios, e levados aos fins mais desesperados, não têm forma de recuperar a sua fortuna. Ainda que sejam ávidos de obter muito lucro e de se apropriarem das riquezas dos outros, gastam o seu dinheiro em prazeres imorais. Conforme isto se torna um hábito, acostumam-se a obter bens ilegalmente e a gastarem a sua riqueza mal adquirida em luxos pessoais; entregam-se ao vinho e à comida abundante, comem e bebem em excesso. Libertinos e quezilentos, envolvem-se em querelas insensatas. Incapazes de compreender os outros, impõe-lhes a sua vontade pela força.
Quando encontram pessoas boas, odeiam-nas e abusam delas. Sem ética nem decoro, não reflectem na sua conduta e por isso são presunçosos e insistentes, recusando-se a seguir os conselhos e avisos dos outros. Não têm consideração pelos familiares, do mais próximo até ao parente em sexto grau, e não têm meios de subsistência. Não olham à benevolência dos pais e não sentem obrigações para com os mestres e amigos. Só pensam em fazer mal; a boca fala continuamente com malícia e o corpo está sempre a praticar o mal. Em toda a vida não fizeram uma única boa acção.
“Além disso, não acreditam nos sábios antigos, nem nos ensinamentos budistas, nem no caminho da prática que conduz à emancipação. Também não acreditam que após a morte se renasce noutro plano de existência, que os bons actos trazem boas recompensas ou que os maus actos trazem consequências negativas. Conspiram para matar um arhat, para causar dissenções na Sangha e pensam mesmo em matar os pais, irmãos, irmãs ou outros familiares. Por esta razão, mesmo os familiares, do mais próximo ao parente em sexto grau, odeiam-nos a ponto de quererem vê-los mortos.
“Estas pessoas do mundo têm todas a mesma mente. São insensatas e ignorantes, sem o conhecimento necessário para saberem de onde nasceram nem para onde vão depois de morrer. Sem humanidade para com os outros nem obediência aos mais velhos, revoltam-se contra o mundo inteiro. No entanto, desejam boa sorte e procuram uma vida longa, apenas para no final encontrarem a morte. Mesmo se alguém os avisa compassivamente, tentando encaminhá-los para pensamentos de bondade, e lhes tenta ensinar que existem naturalmente bons e maus planos no Samsara, não acreditam. Por mais que se tente é impossível. As suas mentes estão fechadas e recusam-se a ouvir os outros ou a compreender os seus ensinamentos. Quando as suas vidas chegam ao fim, o medo e o arrependimento aparecem alternadamente. Sem terem praticado anteriormente qualquer bem, enchem-se de remorsos ao chegar ao seu fim. Mas que benefício terá isso então?
“Entre o céu e a terra, os cinco planos são claramente distinguíveis. São vastos e profundos, estendendo-se ilimitadamente. Em resposta às boas ou más acções, seguem-se a alegria ou a miséria. O resultado do karma de cada um tem de ser suportado pelo próprio e ninguém pode tomar o seu lugar. Esta é a lei natural. O infortúnio segue as más acções como retribuição e é impossível de evitar. As boas pessoas fazem boas acções e assim gozam prazer após prazer e prosseguem da luz para mais luz. Os malfeitores cometem crimes e assim sofrem dor após a dor e vagueiam da escuridão para uma escuridão mais funda. Ninguém senão o Buda sabe isto completamente. Mesmo que alguém os avise e ensine, muito poucos acreditam; assim, os ciclos do nascimento e morte nunca param e os maus caminhos continuam interminavelmente. As consequências kármicas de tais pessoas mundanas excedem qualquer descrição detalhada
“Assim, devido ao funcionamento natural do karma, existem três planos negativos e inumeráveis sofrimentos através dos quais os malfeitores devem passar, vida após vida, durante muitos kalpas, sem fim à vista. É realmente difícil alcançarem alívio. A dor que têm de sofrer é indescritível. A isto chama-se o quinto grande mal, o quinto sofrimento e o quinto fogo. As aflições são tais que podem ser comparadas a um grande fogo a queimar as pessoas.
“Se no meio disto, alguém controla os seus pensamentos com concentração, pratica acções meritórias com comportamento apropriado, não comete o mal e faz apenas o bem, então, com o mérito e virtude obtido alcança a emancipação e é capaz de escapar deste mundo, nascer nos planos celestiais, e finalmente alcançar o Nirvana. Este é o quinto grande bem.”
Posterior admoestação de Shakyamuni
[40] Buda disse a Maitreya, “Explicarei ainda mais. Tais são as aflições dos cinco males neste mundo. Os cinco sofrimentos e os cinco fogos surgem deles continuamente. As pessoas não praticam senão o mal e não cultivam raízes de virtude e por isso é natural que vão todas para os mundos negativos. Mesmo nesta vida sofrem de doenças incuráveis. desejando a morte, não podem morrer; apegados à vida não podem viver. Assim são um exemplo para os outros de como é a retribuição pelos maus actos. Depois da morte, arrastados pelo seu mau karma, caem nos três planos negativos, onde sofrem incontáveis torturas e são entregues às chamas.
“Após um longo tempo nascem de novo neste mundo, apenas para fomentar o ódio uns contra os outros. Ao princípio o ódio é ligeiro mas finalmente desenvolve-se até se tornar um mal maior. Tudo isto é devido ao seu apego ganancioso pela riqueza e pelos prazeres sensuais e pela sua recusa em partilhar com os outros. Além disso, pensamentos obstinados surgem dos desejos nascidos da estupidez. A sua sujeição às paixões negativas nunca será cortada. Na busca do ganho egoísta, não têm possibilidade de reflectirem nos seus males e voltarem-se para o bem. Quando são abastados e prósperos, estão contentes e não aprendem a ser modestos e virtuosos. Por consequência, a sua pompa e poder são de curta duração; quando estes se esgotam têm de sofrer novas aflições. O seu sofrimento está destinado a aumentar nos tempos vindouros.
“A lei do karma opera assim como uma rede que tudo alcança, nas suas malhas apanha inevitavelmente todos os malfeitores. A rede, tecida com fios longos e curtos, cobre o mundo inteiro de alto a baixo, e aqueles nela apanhados sentem-se completamente sem saída e tremem de medo. Esta rede existe desde há muito. Que doloroso e dilacerante!”
O Buda disse a Maitreya, “As pessoas deste mundo são tais como as descrevi. Todos os Budas se compadecem delas e com os seus divinos poderes destroem os seus males e conduzem a todas à ventura. Se desistires das noções erróneas, te firmares nas escrituras e preceitos e praticares a Via sem cometer qualquer falta, serás então finalmente capaz de alcançar o caminho da emancipação e do Nirvana.”
O Buda continuou, “Tu e os outros devas e humanos do presente e as pessoas das gerações futuras, tendo recebido os ensinamentos de Buda, devem reflectir sobre eles e, enquanto as seguem, devem permanecer rectos em pensamento e levar a cabo acções virtuosas. Os governantes devem guiar-se pela moralidade, reger com beneficência e estabelecer que todos devem manter uma conduta própria, prestar reverência aos sábios, respeitar os homens de virtude, ser benevolentes e gentis para com os outros e ter cuidado de não descurar os ensinamentos e admoestações do Buda. Todos devem procurar a emancipação, cortar as raízes do Samsara e os seus vários males e assim aspirarem a escapar dos caminhos de sofrimento imensurável, medo e dor nos três planos negativos.
“Neste mundo, deveis plantar extensamente raízes de virtude, ser benevolentes, dar generosamente, abster-se de quebrar os preceitos, ser paciente e diligente, ensinar as pessoas com sinceridade e sabedoria, fazer acções virtuosas e praticar o bem. Se observarem estritamente os preceitos de abstinência com um pensamento recto e atenção plena, ainda que por apenas uma dia e uma noite, o mérito assim adquirido superará o de praticar do bem na terra de Amitayus durante cem anos. A razão é que nessa Terra de Buda de Espontaneidade e sem esforço, todos os habitantes praticam o bem sem cometer ainda que um mal da espessura de um cabelo. Se neste mundo praticarem o bem por dez dias e noites, o mérito ultrapassará o de praticarem o bem nas Terras de Buda das outras direcções durante um milhar de anos. A razão é que nas Terras de Buda das outras direcções, muitos praticam o bem e poucos cometem o mal. São terras onde tudo é providenciado naturalmente como resultado dos méritos e virtudes de cada um e assim nenhum mal é cometido. Mas neste mundo muito mal é cometido, e poucos são providos naturalmente; as pessoas têm de trabalhar duramente para obterem o que querem. Uma vez que pretendem enganar-se uns aos outros, as suas mentes são perturbadas, os seus corpos exaustos e eles bebem amarguras e comem dificuldades. Desta forma, de tão preocupados com os seus afazeres não têm um tempo para descansar.
“Com piedade por ti e por todos os outros devas e humanos, aceitei uma grande dor para vos exortar a praticar boas acções. Dei-vos instruções apropriadas às vossas capacidades. Vocês aceitaram sem falhas os meus ensinamentos e praticaram-nos e entraram assim na Via de acordo com a vossa vontade.
Onde quer que o Buda venha ficar, não existe estado, aldeia ou cidade que não seja abençoada pelas suas virtudes. Todo o pais repousa em paz e harmonia.. O sol e a lua cintilam com brilho puro; o vento sopra e a chuva cai na altura certa. Não existem calamidades ou epidemias e assim o país torna-se abastado e o seu povo goza de paz. Os soldados e as armas tornam-se inúteis; as pessoas praticam a benevolência e cultivam diligentemente uma modéstia cortês.”
O Buda continuou, “A minha preocupação com vocês, devas e humanos, é maior que o cuidado dos pais pelos filhos. Tornei-me um Buda neste mundo, destruí pelos cinco males, removi os cinco sofrimentos e extingui os cinco fogos. Combati o mal com o bem, erradiquei o sofrimento do nascimento-e-morte e permiti que as pessoas obtivessem as cinco virtudes e alcançassem a paz do Nirvana incondicional. Mas depois de eu partir deste mundo, o meu ensinamento declinará gradualmente e as pessoas cairão presas da lisonja e engano e cometerão vários males, resultando no recrudescimento dos cinco sofrimentos e dos cinco fogos. À medida que o tempo for passando, os seus sofrimentos intensificar-se-ão. Uma vez que é impossível descrever isto detalhadamente, fiz-vos apenas um breve resumo.
O Buda disse a Maitreya, “Deve cada um ponderar bem nisto, ensinar e admoestar-se mutuamente e estar de sobreaviso quanto a desrespeitar as instruções do Buda.
O Bodhisattva Maitreya, com as palmas das mãos unidas, disse, “Ó Buda, como é sincera e grave a tua admoestação! As pessoas do mundo são tais como as descreveste. Ó Tathagata, compadeceste-te de nós e protegeste-nos sem discriminação e procuras-te libertar-nos a todos do sofrimento. Tendo aceite as repetidas exortações do Buda, serei cuidadoso em não lhes desobedecer.”
Amida e a Terra Pura mostrados à audiência
[41] Buda disse a Ananda, “Levanta-te, arranja as tuas roupas, junta as palmas das mãos e respeitosamente, presta reverência e adoração a Amitayus. Budas e Tathagatas nas terras das dez direcções louvam sempre unanimemente as virtudes de não-apego e actividade sem entraves desse Buda.”
Ananda levantou-se, compôs as suas roupas, assumiu a postura correcta, virado para Oeste e, demonstrando a sua reverência sincera, juntou as palmas das mãos, prosternou-se no chão e prestou adoração a Amitayus.
Então disse ao Buda Shakyamuni, “Honrado Pelo Mundo, desejo ver esse Buda, a sua Terra de Suprema Felicidade e o seu séquito de bodhisattvas e shravakas.”
Assim que ele disse isso, Amitayus emitiu uma grande luz que iluminou todas as Terras de Buda. As Montanhas Adamantinas Circundantes, o Monte Sumeru bem como as montanhas grandes e pequenas e tudo o resto brilhou com a mesma luz (dourada). Essa luz era como o dilúvio no final de um período de mudança cósmica que invade todo o mundo, quando miríades de coisas são submersas e até onde a vista alcança, nada existe senão uma vasta extensão de água. Assim era o fluxo de luz emanado de Amitayus. Todas as luzes dos shravakas e bodhisattvas foram ofuscadas e superadas e apenas a luz do Buda permaneceu brilhante e gloriosa.
Nessa altura Ananda viu o esplendor e majestade de Amitayus comparável ao Monte Sumeru que se ergue acima de todo o mundo. Não havia lugar que não fosse iluminado pela luz emanada do seu corpo de glória. Os quatro grupos de seguidores do Buda presentes na assembleia viram tudo isto na mesma ocasião. Da mesma forma, todos na Terra Pura viram tudo neste mundo.
Dois tipos de nascimento na Terra Pura
[42] Então o Buda disse a Ananda e ao Bodhisattva Maitreya, “Viram essa terra cheia de excelentes e gloriosas manifestações, todas produzidas espontaneamente, desde o chão ao Paraíso da Morada Pura? “
Ananda respondeu, “Sim, vi.”
O Buda perguntou, “Ouviram também a grande voz de Amitayus expor o Dharma a todos os mundos, guiando os seres sencientes até à Via do Buda?
Ananda respondeu, “Sim, ouvi.”
O Buda perguntou em seguida, “Viram também os habitantes dessa terra moverem-se livremente, conduzindo palácios aéreos com a largura de centenas de milhares de yojanas, para adorarem os Budas das dez direcções?”
Ananda respondeu, “Sim, vi.”
“Viram também que alguns dos habitantes estão em estado embrionário?”
“Sim, vi. Aqueles que estão em estado embrionário residem em palácios com cem ou quinhentas yojanas, onde espontaneamente gozam prazeres comparáveis aos do Paraíso dos Trinta e Três Deuses.”
A causa dos dois tipos de nascimento
[43] Então o Bodhisattva Maitreya disse ao Buda, “Honrado Pelo Mundo, porque razão alguns dos habitantes dessa terra estão em estado embrionário enquanto outros nascem por transformação?”
O Buda respondeu, “Maitreya, se existirem seres que pratiquem várias acções meritórias com a aspiração de nascerem nessa terra enquanto mantêm dúvidas, tais seres são incapazes de compreender a sabedoria de Buda, sabedoria inconcebível, a sabedoria inefável, a sabedoria ilimitada do Mahayana, a incomparável, inigualável e insuperável sabedoria suprema. Ainda que duvidem dessas sabedorias, mesmo assim acreditam na retribuição pelo mal e na recompensa pela virtude e assim cultivam uma reserva de méritos com a aspiração de nascerem nessa terra. Esses seres nascem num palácio onde residem durante quinhentos anos sem poderem ver o Buda, ouvir a sua exposição do Dharma ou ver os séquitos de bodhisattvas e shravakas. Por esta razão, esse tipo de nascimento na Terra Pura chama-se ‘estado embrionário’.
“Se existirem seres sencientes que com uma fé resoluta aceitem estes tipos de sabedoria, desde a sabedoria de Buda até à sabedoria suprema, levarem a cabo acções meritórias e sinceramente transferirem os méritos adquiridos (para essa terra), esses seres nascerão por transformação espontaneamente, sentados de pernas cruzadas nas flores de lótus de sete jóias e alcançarão instantaneamente as mesmas gloriosas formas,sabedoria e virtude dos outros bodhisattvas dessa terra.
Encorajamento de fé de Shakyamuni
[44] Além disso Maitreya, se os grandes bodhisattvas das outras direcções desejarem ver Amitayus e o reverenciarem e fizerem oferendas a ele e aos séquitos de bodhisattvas e shravakas, irão, depois da morte, nascer na terra de Amitayus. Transformados espontaneamente, nascerão do interior das flores de lótus de sete jóias.
“Maitreya, deves saber que aqueles que nascem por transformação possuem a suprema sabedoria, enquanto os do estado embrionário não possuem essa sabedoria e têm de passar quinhentos anos sem serem capazes de ver o Buda, ouvir o seu ensinamento do Dharma, ver os séquitos de bodhisattvas e shravakas, de fazerem oferendas aos Budas, aprenderem as regras de conduta dos bodhisattvas ou levarem a cabo práticas meritórias. Deves saber que isto se deve a esses seres terem tido dúvidas e falta de sabedoria nas suas vidas anteriores.”
Nascimento embrionário
[45] Buda disse a Maitreya, “Suponhamos que um monarca que faz girar a roda numa câmara especial adornada com as sete jóias e fornecida com sofás com dosséis e estandartes de seda pendentes do tecto. Se os príncipes tiverem cometido ofensas contra o rei são levados para essa câmara e presos com correntes de ouro. Aí são-lhes servidas comida e bebida, fornecida roupa, leitos e almofadas, flores e incenso e podem apreciar música. Sendo tratados tal como os próprios monarcas, não têm carências. Pensas que esses príncipes apreciariam a viver aí?
“Não, não apreciariam,” respondeu Maitreya. “Procurariam várias abordagens a um homem poderoso que os ajudasse a escapar.”
O Buda disse a Maitreya, “Esses seres nascidos nos botões de lótus são assim. Por causa da sua dúvida na sabedoria de Buda, nasceram em palácios. Mesmo que não recebam punições ou maus tratos mesmo por um único momento, têm de passar quinhentos anos em que não são capazes de ver as Três Jóias, fazer oferendas ao Buda ou cultivar uma reserva de virtude. Isto é aflitivo para eles. Embora existam outros prazeres, eles não apreciam viver aí.
“Se esses seres puderem tomar consciência das faltas cometidas nas suas vidas passadas e se arrependerem profundamente, podem, conforme queiram, sair e ir até onde se encontra Amitayus. Então podem adorá-lo e fazer-lhe oferendas; podem também visitar inumeráveis e incontáveis outros Budas para levar a cabo várias práticas meritórias. Maitreya, deves saber que os bodhisattvas que permitem o aparecimento da dúvida perdem grandes benefícios. Por esta razão, deves ter uma fé resoluta na suprema sabedoria do Buda.”
As visitas dos bodhisattvas de outras terras à Terra Pura
[46] O Bodhisattva Maitreya disse a Buda, “Honrado Pelo Mundo, quantos bodhisattvas sem-retrocesso existem neste mundo que nascerão nessa Terra de Buda?”
O Buda respondeu, “Sessenta e sete kotis de bodhisattvas deste mundo sem-retrocesso nascerão nessa terra. Cada um destes bodhisattvas fez previamente oferendas a inumeráveis Budas quase com tanta diligência como tu, Maitreya. Além disso, os bodhisattvas das práticas menores e aqueles que levaram a cabo pequenos actos meritórios, cujo número está além de qualquer cálculo, nascerão todos lá.”
O Buda disse a Maitreya, Não só os bodhisattvas deste mundo mas também os das Terras de Buda das outras direcções nascerão lá. Primeiro, na terra do Buda Iluminação de Longo Alcance existem cento e oitenta kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Segundo, na Terra do Buda Repositório de Jóias existem noventa kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Terceiro, na terra do Buda Som imensurável existem duzentos e vinte kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Quarto, na terra do Buda Sabor de Néctar existem duzentos e cinquenta kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Quinto, na terra do Buda Vencedor de Dragões existem catorze kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Sexto, na terra do Buda Poder Superior existem catorze mil bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Oitavo, na terra do Buda Luz Imaculada existem oitenta kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Nono, na terra do Buda Pico de Virtude existem sessenta kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Décimo, na terra do Buda Montanha de Virtude Excelente existem sessenta kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Décimo primeiro, na terra do Buda Rei dos Homens existem dez kotis de bodhisattvas que visitarão todos essa terra. Décimo segundo, na terra do Buda Flor Esplêndida existem inumeráveis e incalculáveis bodhisattvas que são todos sem-retrocesso e possuidores de sabedoria inigualável, que fizeram previamente oferendas a incontáveis Budas e são capazes de aprender em sete dias os ensinamentos adamantinos dos Budas que podem ser apenas alcançados pelos Mahasattvas após praticarem durante cem mil kalpas. Esses bodhisattvas nascerão todos nessa terra. Décimo terceiro, na terra do Buda Destemor existem setecentos e noventa kotis de grandes bodhisattvas e incalculáveis bodhisattvas menores e bhiksus que nascerão todos nessa terra.”
O Buda disse a Maitreya, “Não apenas os bodhisattvas destas catorze terras de Buda visitam essa terra mas também bodhisattvas de inumeráveis Terras de Buda das dez direcções cujo número é incalculável. Mesmo se fosse a dar-te apenas os nomes dos Budas nas dez direcções e o número de bodhisattvas e bhiksus que visitam essa terra, enumerando-os constantemente de dia e de noite durante um kalpa, não seria capaz de completar a lista. É por isso que te fiz apenas uma pequena descrição.”
Encorajamento de Shakyamuni para aceitar este sutra
[47] O Buda disse a Maitreya, “Se existir alguém que ouça o Nome desse Buda e rejubile a ponto de dançar e se lembre dele ainda que uma vez, deves saber então que obteve grande benefício tendo recebido a virtude insuperável. Por esta razão, Maitreya, mesmo se um grande fogo enchesse o universo de cem milhões de mundos, devias passar através dele para ouvir este sutra, para despertar uma fé rejubilante, para o promover e recitar e para praticar de acordo com os seus ensinamentos. Isto é porque existem muitos bodhisattvas que querem ouvir este sutra e ainda assim são incapazes de o fazer. Se existirem seres que o tenham ouvido alcançarão o Nível de Não-regressão para realizarem a suprema Iluminação. É por isto que devem aceitar com fé este sutra de todo o coração, promovê-lo e recitá-lo e praticar de acordo com os seus ensinamentos.”
O Buda acrescentou, “Expus este ensinamento pelo benefício dos seres sencientes e permiti que vissem Amitayus e todos na sua terra. Esforçai-vos por fazer o que é devido. Depois de eu passar ao Nirvana, não permitam que surja a dúvida. No futuro as escrituras e ensinamentos desaparecerão. Mas por piedade e compaixão, preservarei especialmente este sutra e mantê-lo-ei no mundo por mais cem anos. Aqueles seres que encontrarem este sutra alcançarão a libertação de acordo com as suas aspirações.
O Buda disse a Maitreya, “É difícil encontrar e ver o Tathagata quando ele está neste mundo. Difíceis de aceder e difíceis de ouvir são os ensinamentos e escrituras do Buda. É também difícil ouvir os excelentes ensinamentos destinados aos bodhisattvas, as Paramitas. Difícil também é encontrar um bom mestre, ouvir os ensinamentos e realizar as práticas. Mas a maior de todas as dificuldades é ouvir este sutra. acreditar nele alegremente e firmar-se nele. Nada é mais difícil do que isto. Assim eu formei o meu Dharma, assim expus o meu Dharma e assim ensinei o meu Dharma. Deveis recebê-lo e praticá-lo de acordo com o método prescrito.”
Epílogo
[48] Quando o Honrado Pelo Mundo terminou a sua exposição deste sutra, a aspiração pela suprema Iluminação despertou em inumeráveis seres sencientes. Doze mil nayutas de seres humanos alcançaram o puro Olho do Dharma; vinte e dois kotis de seres humanos e devas alcançaram o Estado daquele que Não-retornará; oitocentos mil bhiksus realizaram a sabedoria que destroi impurezas; quarenta kotis de bodhisattvas alcançaram o Nível de Não-regressão; e todos, adornados com a virtude dos votos universais, alcançarão por fim a perfeita Iluminação.
Nessa altura todo o universo de um milhar de milhões de mundos tremeu de seis formas diferentes e uma grande luz iluminou todas as terras das dez direcções. Cem mil variedades de música tocaram espontaneamente e inumeráveis flores maravilhosas caíram do céu profusamente.
Quando o Buda acabou de transmitir este sutra, o bodhisattva Maitreya e os bodhisattvas das terras das dez direcções. em conjunto com o Ancião Venerável Ananda, outros grandes shravakas e todos na grande assembleia, sem excepção, rejubilaram com o discurso do Buda.
Fim da Parte Dois do
Sutra do Buda de Vida Infinita
extraido de: http://www.sintoniasaintgermain.com.br/amitaba_II.html