quinta-feira, 15 de abril de 2010

Comportamento Sexual

O que é um comportamento sexual impróprio?

Para entender se um determinado comportamento sexual é impróprio é necessário entender o critério empregado no Budismo para fazer julgamentos éticos.

O Buda recomendou três critérios para fazer julgamentos morais. O primeiro podemos chamar de princípio da universalidade – agir em relação aos outros do mesmo modo que gostaríamos que eles agissem conosco. O segundo podemos chamar de princípio conseqüencial – para determinar se um comportamento é benéfico ou prejudicial é necessário avaliar as conseqüências tanto no agente como no paciente, ou seja um comportamento que cause algum tipo de dano quer seja no agente ou no paciente deve ser evitado. O terceiro podemos chamar de princípio instrumental – um comportamento é benéfico ou prejudicial se respectivamente conduz para mais perto ou afasta do objetivo. O objetivo último no Budismo é nibbana, um estado de pureza e paz mental, e tudo que conduz a esse objetivo será benéfico.

Essa abordagem utilitária em relação à ética fica ainda mais clara ao observarmos que o Buda usava com muito mais freqüência os termos ‘benéfico ou hábil’ e o seu oposto ‘prejudicial ou inábil’ no lugar de bom ou mal. Outro elemento importante na avaliação do comportamento é a intenção. Se uma ação está fundamentada em boas intenções (por exemplo na generosidade e na compaixão), então, ela será considerada hábil. Portanto, avaliar o comportamento no Budismo requer mais do que simplesmente obedecer certas regras ou mandamentos, exige que tenhamos plena consciência dos nossos pensamentos, palavras e ações bem como dos nossos objetivos e aspirações.

Após examinarmos rapidamente os fundamentos racionais da ética Budista podemos melhor compreender que tipo de comportamento sexual o Buda considerava como impróprio ou inábil e porque. Nos discursos o Buda menciona particularmente alguns tipos de comportamento sexual impróprio, como por exemplo o adultério. O adultério é inábil porque requer o subterfúgio e o engano, significa que promessas feitas são rompidas e a confiança é traída.

O homossexualismo não é mencionado de forma explícita em nenhum dos discursos do Buda levando à conclusão de que a homossexualidade deve ser avaliada do mesmo modo que a heterossexualidade. No caso de duas pessoas leigas que agem com base no consentimento mútuo, onde não há adultério, e onde o ato sexual é uma expressão de amor, respeito, lealdade e calor humano, esse seria um comportamento sexual hábil. E o mesmo critério vale se as duas pessoas forem do mesmo sexo. Do mesmo modo, a promiscuidade, libertinagem e a desconsideração dos sentimentos dos outros fazem com que um ato sexual seja inábil quer seja heterossexual ou homossexual. Todos os princípios empregados para avaliar uma relação heterossexual também são válidos para avaliar uma relação homossexual.

No Budismo podemos dizer que não é o objeto do desejo sexual que determina se um ato sexual é inábil ou não, mas na verdade, a qualidade das emoções e intenções envolvidas.


Extraído do site
www.acessoaoinsight.net